2 de jun. de 2008

De grão em grão...

Em um dos jogos mais chatos dos últimos tempos, o Flamengo venceu a equipe de reservas do Fluminense por 1 a 0, no Maracanã. Léo Moura, de pênalti, marcou o gol da partida, aos 43 minutos do segundo tempo.

A maior atração do jogo foi o gramado, que parecia estar cheio de neve. O mais legal foi acompanhar o jogo e analisar o que estava acontecendo só pelo estado do campo. Por exemplo: ficou fácil ver que Léo Moura estava com preguiça de passar pelo fraco Dieguinho só pelo fato de a garoa etsar cobrindo todo o lado direito do ataque rubro-negro ao final do primeiro tempo. O lado esquerdo, pelo contrário, já estava verdinho, devido à insistência do Fla por aquele lado.

O primeiro tempo foi entediante. A equipe tricolor entrou em campo com a proposta clara de jogar nos contra-ataques, enquanto o Flamengo, em tese o time que deveria atacar, não conseguia acertar três passes seguidos. Ainda assim, numa falha de Fabinho, Marcinho quase abriu o placar, mas chutou na trave. Como dito acima, as melhores chances surgiam quando Léo Moura apoiava com decisão o ataque. Em duas boas chegadas dele, o Fla teve duas boas chances.

Na segunda etapa, as equipes continuaram as mesmas, tanto em escalação quanto na postura. O Fla criava chances esporádicas, e o Flu defendia-se como podia. Caio Júnior tentou mexer no time, colocando Renato Augusto e Obina, mas não deu certo. A última alteração, porém, foi importantíssima: Maxi entrou e fez o torcedor rubro-negro se perguntar por que o baixinho argentino é tão mal aproveitado. Na primeira jogada, tabelou com Léo Moura e cruzou para Fábio Luciano chutar para bela defesa de Fernando Henrique. A essa altura, o Flamengo tinha domínio territorial completo, embora não traduzisse isso em grandes chances. O Flu perdeu a chance de controlar o ímpeto rubro-negro com a expulsão de Tardelli, mas Renato Gaúcho preferiu manter o time na defesa, e pagou caro: no finalzinho, Maxi roubou uma bola no meio campo e puxou o contra-ataqe que culminou no pênalti de FH em Juan. Léo Moura cobrou e fez o gol da vitória.

Pela terceira rodada seguida, o Flamengo não joga bem, mas consegue um bom resultado. Contra o Grêmio, Bruno garantiu o empate; contra o Inter, dez minutos de vontade bastaram para virar o placar; contra os aspirantes do Flu, a raça de um jogador fez a diferença. Apesar disso, continuo otimista. Quem quer ser campeão precisa vencer mesmo quando não joga bem, e esse tem sido o caso do Fla. Mas é óbvio que a equipe precisa reencontrar seu melhor futebol.

Algumas notas:

* A torcida estendeu uma faixa dizendo que o título do Campeonato Brasileiro é obrigação. Discordo, em partes: obrigação mesmo é voltar à Libertadores, isso é o mínimo que o time deve conquistar. Por outro lado, a única forma de restituir a confiança total da torcida na equipe e fazer a nação esquecer o vexame histórico é conquistar o título.

* Caio Júnior já tem mexido bastante na estrutura da equipe. Os laterais não têm mais liberdade total para atacar, e Marcinho foi recuado para o meio campo. Algumas coisas, porém, não mudam: excesso de volantes e Souza jogando mal. Já que prendeu os laterais, o técnico precisa dar mais ofensividade ao meio, senão veremos um time travado, como no jogo contra o Fluminense.

* Bom ver Maxi jogando bem novamente. O argentino é ótimo jogador, no mínimo, de banco. Entra sempre com muita vontade, o que pode ser importante quando os titulares atuam com uma certa preguiça. Espero que ele continua tendo chances na equipe.

8 comentários:

Rodrigo Lois disse...

Concordo com o Felipe. O Caio Júnior já começa a botar o dedo na equipe (não estou ofendendo a integridade dos jogadores do Flamengo), e acabou diminuindo a ofensividade dos laterais, ponto forte da equipe rubro-negra. Em relação à faixa, não acredito que o brasileiro seja obrigação, mas o Flamengo, pela sua história e torcida, sempre deve entrar nas competições pensando no título. A vaga na Libertadores não deve ser pensada como um título, mas sim como uma consolação pela não conquista do brasileiro.

Rodrigo Paradella disse...

Pra mim obrigação é o time jogar com raça do começo ao fim do jogo, não ganhar ou ser campeão, isso pode ser consequência de um trabalho. Ás vezes o time que trabalhou mais, se esfprçou mais e era melhor perde, e ae? A culpa é de quem?

Essa coisa de "obrigação" é uma das maiores besteiras do mundo do futebol.

Felipe Schmidt disse...

Bony, se o time jogar com raça do começo ao fim do jogo durante o campeonato, tem grandes chances de ir pra libertadores. O grande problema do Flamengo, hoje, é a "preguiça" de alguns jogadores.

Rodrigo Paradella disse...

Grandes chances, talvez. Agora, obrigação não existe, até porque alguém tem que perder pro outro time ganhar, entende?

Isso de obrigação não existe, é besteira.

E das grandes...

Anônimo disse...

Este texto foi escrito por João Carlos Nóbrega do observatório vascaíno do site casaca, e mostra algumas verdades ignoradas por muitos


Quando o ex-jogador Sócrates narrou, em artigo na revista Carta Capital, uma falcatrua da qual foi testemunha dentro da sala da presidência do Flamengo, muita gente duvidou da sobriedade do doutor. Na ocasião, ele expôs a relação entre o senhor Kleber Leite e a CBF: patrão e capacho. Já em 1996, tabelas de campeonatos nacionais eram preparadas na sede da Gávea.

A confirmação da veracidade do texto do doutor veio agora. Tome-se uma tabela em que, nas 6 primeiras rodadas, o Flamengo joga 5 em casa. Se isso não é armação, nada mais pode ser. E mais. Tome-se a tabela do seu principal adversário: nas 6 primeiras rodadas, 4 partidas fora, duas em casa.

Vamos lá.

Tabela do Flamengo:

- Reservas do Santos (casa)
- Grêmio (fora)
- Inter (casa)
- Reservas do Fluminense (casa)
- Figueirense (casa)
- São Paulo (casa)

Tabela do Vasco:

- Inter (fora)
- Portuguesa (casa)
- Botafogo (fora)
- Grêmio (casa)
- Cruzeiro (fora)
- Náutico (fora)

Dada esta sacanagem explícita e uma vez que o Vasco, para preservar seu estádio, não quer mandar o jogo com o Flamengo em São Januário, é preciso se fazer alguma coisa contra a receita de bolo definida por Flamengo e CBF em conluio. Dois jogos no Maracanã contra eles nem pensar. Devemos examinar, com muito cuidado, a possibilidade de exigir mandar o nosso jogo onde quisermos. Vamos para São Paulo, Minas, Volta Redonda. Só não podemos é jogar duas vezes onde eles querem. Chega de assalto com a participação da CBF e a omissão da mídia.

Anônimo disse...

"O Caio Júnior já começa a botar o dedo na equipe (não estou ofendendo a integridade dos jogadores do Flamengo)"

Ri muito, Boni

James M. Barrie disse...

Sempre se pode contar com esse h deluca d pra postar textos absolutamente parciais, chatos e de argumentos falhos.

Já foi muito alardeado - acho até que pelo próprio leitor em questão - que a grande razão do sucesso da mulambada foi ter jogado só no final do campeonato os jogos em casa, podendo recuperar-se daquela maneira um tanto quanto inesperada.
Agora, a reclamação é que os caras vão poder jogar todos os jogos do começo do campeonato em casa?
Cadê o sentido aí?

O jogo contra o Flu teve o mando de campo do tricolor. A questão de tanto essa partida quanto a contra o Santos terem sido contra reservas não procede, uma vez que um número razoável de equipes poderia fazê-lo também, somando-se Copa do Brasil e Libertadores.

Quanto ao fato de os dois clássicos serem no Maraca, em geral é sempre assim, não vejo grandes problemas nisso. Clássico tem que ser no Maraca mesmo, não naquele estádio de vinte e poucos mil do Vasco.

Engraçado que, ao listar os jogos do Vasco, colocou-se o clássico contra o Botafogo como sendo fora de casa; mas, no caso do Flamengo, era considerado que ele jogava em casa. Clássico é tudo em casa, na minha opinião, não importa se jogado no Maraca, no Engenhão ou em São Januário.
Mas, se for considerar os mandos, tanto o Vasco quanto o Flamengo jogaram fora.

Ah, e o Vasco o maior adversário do Flamengo? Só pela tradição do clássico mesmo, uma vez que nem entre os cariocas o Vasco é a maior ameaça ao Flamengo.
Esta, obviamente, encontra-se no Fluzão, que, independente de qualquer coisa, vem jogando um belo futebol e é candidata seríissima ao título quando retornar com seus titulares.
O Botafogo talvez fosse um adversário mais difícil que o Vasco; mas, sem Cuca, talvez ambos os times estejam no mesmo nível.

Falcatrua tem pra todo lado, inclusive muitas originadas pelo senhor Eurico Miranda.
O que importa é conseguir ganhar no campo, sem chororô.

James M. Barrie disse...

Pedro, o comentário sobre a integridade dos jogadores do Flamengo foi do Rodrigo, não do Bonilla.

Em relação ao post em si:

foi o único jogo a que assisti do Flamengo nesse campeonato. Sei que o time não joga assim o tempo todo. Mas, a julgar pelo futebol apresentado, querer ser campeão é ambição demais.
O Flamengo pode melhorar, claro que pode, tem um bom elenco e um bom técnico. Mas não tá rendendo tudo o que pode.
Se render, aí sim luta pelo título.

O Fluzão, por outro lado, mostrou que até tem bons juniores, mas muitos deles despreparados para jogar no profissional (caso do lateral-esquerdo Dieguinho, que foi facilmente driblado por Léo Moura e que deu o contra-ataque para o Fla no lance do pênalti).
De destaque positivo, apenas Fernando Henrique, que, seguindo com a boa fase, pegou muito. Esperemos que ele repita essa atuação no jogo de hoje.

Na enquete promovida pelo blog, votei no Flamengo, que, despindo-se da paixão, é o candidato óbvio.
O Vasco, apesar de vir numa ascendente, tem em Leandro Amaral sua grande esperança. De resto, é um time mediano.
O Botafogo possui um elenco bastante raozável; entretanto, parece-me que apenas o Cuca tinha o poder de tirar do time todo o seu potencial. A saída dele é um baque seríissimo pro Bota.

Quanto ao Fluzão, esse início jogando com os reservas/juniores certamente prejudicará a campanha do tricolor, pelo menos de início. Acredito piamente na capacidade do Fluminense de se recuperar na competição e disputar o título.
Mas esses pontinhos certamente farão falta.

Entretanto, todo esforço valerá a pena se atingirmos o nosso objetivo.
Vamo, Fluzão! Pra cima do Boca!