30 de abr. de 2008

Libertadores: Flamengo 4 x 2 América-MEX

Em jogo movimentado, o Flamengo venceu o América, do México, por 4 a 2, no estádio Azteca, e deu um grande passo para a classificação para as quartas-de-final da Libertadores. Marcinho, com dois gols, Diego Tardelli e Léo Moura fizeram os gols rubro-negros, enquanto Cervantes e Esquerda descontaram para os mexicanos.

O América mostrou ser mais frágil do que eu pensava. Com uma zaga lenta e desatenta, e um meio-campo inoperante, tanto na defesa quanto no ataque, os mexicanos dependiam exclusivamente do paraguaio rechonchudo Cabañas, principal referência da equipe. O primeiro tempo foi bastante amarrado, graças ao respeito excessivo que o Flamengo teve pelo adversário, arriscando poucas jogadas de ataque. Pesou também o fato de o meio-campo estar carregado de volantes e Juan, visivelmente cansado. Ainda assim, a equipe dava a impressão de poder fazer um gol a qualquer momento, tamanha a apatia mexicana. No final, dois lances fortuitos alteraram o placar: primeiro, Marcinho recebeu lançamento de Bruno e marcou. Logo depois, Cervantes aproveitou cruzamento e empatou o jogo.

O Flamengo voltou para o segundo tempo com Obina no lugar de um Souza jogando aberto demais pela esquerda, e Léo Moura no lugar de Juan, com Luizinho indo para a lateral esquerda. Ao contrário do que a alteração sugeria, o time melhorou e passou a jogar mais pelos flancos, com Kléberson mais avançado, perto dos atacantes. Assim, os brasileiros passaram a criar inúmeras chances, especialmente em contra-ataques, mas que esbarravam tanto nas finalizações quanto no último passe.

Depois de tanto insistir, a equipe marcou novamente, com Marcinho, em passe de Obina. Porém, em mais uma desatenção da defesa, o América empatou rapidamente, em cruzamento de Cabañas aproveitado por Esqueda. Mesmo com o gol, o Flamengo continuou perdendo muitas chances, graças à enorme quantidade de passes errados de Kléberson. Joel tentou consertar, colocando Tardelli no lugar de Cristian, e recuando o volante pentacampeão. A medida deu certo, e, no final do jogo, a equipe marcou duas vezes, selando o placar.

Mais importante do que a vitória, é a certeza de que o elenco do Flamengo tem boa profundidade, além da motivação que o resultado dará para a final do Carioca. Com este placar, o rubro-negro está muito perto da classificação, e pode se concentrar totalmente no Botafogo. Apesar dos erros de passe de Kléberson, a opção de avançar um dos volantes para encostar no ataque mostrou ser ótima alternativa. Ibson, ou até mesmo o próprio Kléberson - em dia mais inspirado - podem fazer esta função tranqüilamente. De positivo, também podemos destacar a atuação de Marcinho e, acredite, Jaílton, muito bem no combate direto, apesar de alguns erros de marcação.

Agora, é procurar descansar e entrar bem para a final do Carioca. Uma das batalhas das últimas semanas, muito provavelmente, já está vencida.

Flu faz escala na Colômbia rumo ao Japão

Hoje a noite, às 21:45 ou depois da novela (como preferirem), com transmissão da TV aberta, o tricolor vai a campo em Medellín na Colômbia - com a tolerável altitude de cerca de 1500 m -para o primeiro jogo das oitavas-de-final da Copa Libertadores. O adversário é o Atlético Nacional, que ocupa a modesta décima colocação no campeonato local, e fez a pior campanha entre os classificados para esta fase da competição sul-americana. Já o Flu goza do prestígio de ter tido o melhor desempenho na etapa classificatória, assumindo o favoritismo e decidindo o confronto no Maraca.

Na busca pelo título inédito, a equipe das laranjeiras ainda não contará com Dodô, confirmado no banco. Renato não fez mistério e assim que chegou a Medelín divulgou a escalação: Fernando Henrique, Gabriel, Thiago Silva, Luiz Alberto e Júnior César; Ygor, Arouca, Conca e Thiago Neves; Cícero e Washington.

O estádio que recebe o jogo - Atanasio Girardot - já não é mais o caldeirão das décadas passadas, apesar do público ter comparecido na primeira fase. Por coincidência, o jogo de abertura do Girardot foi um 3x0 do Fluminense sobre o próprio Atlético Nacional em 1953. Outra boa recordação do campo de jogo fica por parte do técnico Renato Gaúcho. Em 1993, atuando pelo Fla, o então atacante roubou a bola numa das tradicionais saídas de jogo do folclórico goleiro colombiano Rene Higuita e fez o gol rubro-negro na vitória por 1x0 na primeira fase da Libertadores 93.

No entanto, o futebol colombiano não mostra o mesmo vigor dos tempos em que era financiado pelo narcotráfico, com destaque para o cartel de Medellín e seu magnata Pablo Escobar. Na década de 1990 a cidade ficou conhecida como a capital do crime. Em 1995 o Atlético Nacional foi vice-campeão da Libertadores, perdendo a final em casa para o Grêmio de Felipão. Levando em consideração o gol fora como critério de desempate, se o Flu voltar com um empate com gols terá dado um grande passo rumo ao sonho que pode se concretizar na terra do sol nascente, possivelmente contra o Manchester de Cristiano Ronaldo que ontem eliminou o Barça. Nas bolsas de apostas em Londres, o Fluminense e o Boca Jrs. lideram as apostas pela taça que relembra o feito dos libertadores do continente sul-americano.

Rapidinhas:

O tricolor substituiu a inscrição de Gustavo Nery, que teve seu contrato rescindido, pela do atacante Alan. O jovem atuou apenas duas vezes entre os profissionais e marcous 3 gols contra Botafogo e Madureira. O Flu ainda pode alteras mais 2 inscrições até a fase semi-final, a vaga de Leandro Amaral está aberta.
O coordenador de futebol Branco confirmou que o clube negocia a repatriação do atacante Araújo, ex- Goiás e Cruzeiro, hoje no Al-Gharafa, do Qatar. O dirigente assumiu que não será tão fácil a negociação em razão do jogador possuir contrato em vigor.

PS: o responsável pela parte do Fluminense não se encontra nas melhores condições físicas e mentais em virtude de um evento boêmio ocorrido a pouco. Assim, eu - que me recupero em casa de uma infecção estomacal - me prontifiquei a assumir tal responsabilidade. Na próxima postagem tricolor estará de volta o James Barrie e seu belo texto.

29 de abr. de 2008

Prévia: Flamengo x América-MEX


Depois da vitória sobre o Botafogo no último domingo, pela final do Estadual, e de uma viagem cansativa até o México, o Flamengo encara o América, pelo jogo de ida das oitavas-de-final da Libertadores.

Poupar ou não?

A princípio, Joel diz que apenas Bruno está confirmado na equipe. A idéia de poupar alguns jogadores é algo bastante delicado e merece uma análise cuidadosa. É, no mínimo, mais um grande risco a que Joel se propõe a correr: pode dar muito certo, ou pode dar muito errado. Caso, com uma equipe mista, o Flamengo consiga um bom resultado e chegue descansado para o segundo jogo contra o Botafogo, o Natalino será aclamado; porém, se o time voltar do México com um péssimo resultado, as críticas serão ainda maiores. Imagine então se Joel coloca a equipe principal no México, é derrotado e ainda chega com um time esgotado para a final do Carioca! Como podemos notar, o dilema é grande, e bem mais complexo do que se imagina.

Entretanto, algo que vem sendo bastante elogiado, este ano, é o elenco rubro-negro, tido como dos mais fortes do Brasil, com boas peças de reposição. Nomes como Tardelli, Obina, Jônatas e Gavilán podem substituir os titulares à altura. Porém, existem alguns setores da equipe que não têm reservas tão gabaritados, especialmente a zaga e as laterais, justamente onde Joel parece dar mais indícios de que mexerá. Outro grande temor é a mania do treinador de escalar o volante Jaílton. É grande a chance de que ele apareça como titular amanhã.

Para não ficar em cima do muro, eu acredito que pouquíssimas mudanças valeriam a pena, e são justamente estas as mais improváveis. A entrada de Gavilán no meio seria uma boa opção, assim como Jônatas, mas o último tem a desvantagem de estar voltando de contusão. Embora Diego Tardelli e Obina sejam bons substitutos, as circunstâncias do jogo não são favoráveis à entrada deles: Souza prende melhor a bola no ataque do que Obina, o que será essencial contra a pressão mexicana, e Marcinho é bem mais solidário à equipe do que Tardelli. Uma ótima opção para o jogo seria Maxi, mas o argentino foi vetado para a partida.

Como podemos ver, o Fla não tem tantas opções para poupar amanhã. O ideal seria levar a equipe titular e, dependendo do placar, substituir os mais desgastados. Jônatas pode entrar no segundo tempo, assim como Tardelli. Como opções para entrar de início, como já explicado, podem render menos. Já mexer na defesa, para mim, é um enorme erro, por alguns motivos: o jogo é fora de casa, as chances de ser bastante atacado são maiores, e nada melhor do que uma defesa entrosada para para ir bem; além disso, existe a questão de os reservas não estarem à altura dos titulares.

O rival mexicano

O América, por sua vez, é uma incógnita: será a equipe que venceu todas as partidas em casa, pela Libertadores, ou o time apático que é lanterna do campeonato nacional? De qualquer forma, o time parece muito com o próprio Flamengo de anos atrás: um elenco cheio de jogadores renomados que inexistem como equipe e sobrevive de brilhos individuais.

Ochoa, o goleiro, queridinho no país, e Cabañas, o atacante, artilheiro do time na temporada, são os nomes mais importantes do time. Para se ter uma idéia, Cabañas, além de marcar os gols, é o jogador com mais assistências para os companheiros(veja aqui a tabela de estatísticas do time, no torneio nacional). Além dele, nenhum outro jogador marcou mais de um gol no campeonato Mexicano, nem deu mais de um passe para gol. Ainda assim, a equipe tem bons valores, como o atacante argentino Federico Higuaín e o experiente volante Germán Villa, com várias presenças pela seleção Mexicana.

Prognóstico

Considerando que o Flamengo escale sua força máxima, os rubro-negros tem boa chance de sair com um resultado interessante. A menos que ocorra uma pane, como no ano passado contra o Defensor, o Fla é capaz de voltar para casa com, na pior das hipóteses, uma derrota mínima. Para isso, precisará segurar o paraguaio Cabañas e a pressão mexicana. Os primeiros vinte minutos serão fundamentais para barrar o ímpeto do América, e passar a aproveitar o mau momento deles. Um jogo paciente, com toque de bola e segurança defensiva, como foi contra o Cienciano, parece ser o melhor caminho para que os brasileiros voltem com um bom resultado.

28 de abr. de 2008

Garotos do Botafogo

A semana da decisão do Carioca foi marcada pela expectativa pela "estréia" do jovem goleiro Renan, de 18 anos. O goleiro já havia atuado bem em jogos inexpressivos contra Cabofriense e Volta Redonda, mas falhou em seu 1° jogo decisivo, nas oitavas da Copa do Brasil, contra a Lusa. Falha essa que despertou uma enorme desconfiança da torcida, que rapidamente esqueceu do status de promessa que o jogador tinha em General Severiano para considerá-lo um goleiro inseguro.

A tensão no domingo era grande na torcida do Botafogo, a sensação era de que quase nenhum botafoguense confiava totalmente no goleiro. A apreensão era quase palpável, nos primeiros minutos de jogo muitos já rezavam para que a bola não chegasse a meta alvingra, mas chegou. No primeiro grande lance da partida, Souza saiu na cara de Renan que, em excelente defesa, salvou o Botafogo. Foi o suficiente para o garoto entrar no jogo e mostrar porque é goleiro da seleção sub-20 com excelentes defesas e atuação impecável.

Enquanto Renan conquistava a torcida alvinegra com grande atuação, Eduardo, de 19 anos, entrou na partida. Eduardo chegou ao Botafogo, no início desta temporada, com status de grande revelação do futebol baiano. Apesar de bastante badalada, era uma contratação visando o futuro promissor do jogador, porém a falta de elenco do Botafogo transformou o jovem em opção quase que imediata para o time titular. Eduardo correspondeu e até teve boas atuações nos jogos que entrou. E em uma jogada espetacular, Eduardo quase abriu o placar para o Botafogo. A conclusão pode não ter sido a melhor escolha para o momento, porém foi bem executada e, se não fosse algum azar por parte do zagueiro alvinegro, poderia ter sido o primeiro gol do jovem no clube. Mas a bola caprichosamente bateu na trave direita do goleiro Bruno, que já estava vendido no lance. O dia não era de Eduardo. Em lance no meio campo, o zagueiro tentou driblar Léo Moura, mas foi desarmado com facilidade o que gerou um contra-ataque fulminante do rubro-negro, que se aproveitou da desatenção da zaga adversária e do gás de Obina, que acabara de entrar na partida, para abrir o placar.

Hoje, as celebrações - justas - por Renan e as críticas ferozes - injustas - para Eduardo. Dois garotos que foram protagonistas neste domingo de decisão. Infelizmente para o torcedor botafoguense, Eduardo foi vilão, mas teve chance de ser herói, e dos grandes. Queimar o garoto é totalmente injusto, porque se uma característica de Eduardo tem de ser celebrada é exatamente a sua ousadia, o sua coragem de tentar acertar. Coragem essa que poucos jogadores têm ou tiveram em momentos decisivos como aqueles. Pena que essa coragem tenha custado a derrota de domingo, mas certamente ainda conquistará muitas vitórias, porque é dessa coragem que nascem os heróis.

27 de abr. de 2008

Por detalhes, Flamengo sai na frente: 1 a 0

Em jogo extremamente equilibrado e truncado, o Flamengo aproveitou melhor suas chances e largou na frente, na decisão do Estadual: 1 a 0 no Botafogo, com gol de Obina.

Surpreendente a postura mais defensiva do Botafogo no jogo. Apesar dos desfalques da equipe, eu não esperava um alvinegro mais preocupado em segurar o empate, para decidir no segundo jogo. Até a costumeira pressão na saída de bola adversária não foi tão freqüente quanto o usual. De qualquer forma, o time fez tudo certinho: Diguinho anulou Ibson, e os laterais rubro-negros foram bem vigiados. A diferença é que, desta vez, conseguiram equilibrar o duelo. Pela esquerda, Juan superou Túlio Souza, que foi substituído ainda no primeiro tempo. Túlio o substituiu na função e equilibrou o duelo, embora não tenha produzido no ataque. Do outro lado, Léo Moura, embora ainda tímido, foi o responsável pelas chances mais claras do Fla, e não deu espaços para Zé Carlos. Do lado rubro-negro, a marcação também funcionou. Ronaldo Angelim cuidou bem de Wellington Paulista, e Cristian esteve muito bem no combate direto. Fábio foi o alvinegro que mais incomodou a defesa rubro-negra, mesmo sem ter tido qualquer chance clara de gol.

O jogo só ficou mais aberto com a mudança de Joel, que fez Tardelli entrar no lugar de Kléberson, no intervalo. Com isso, o Fla ganhou opções no ataque, mas deixou o meio-campo vulnerável para o Botafogo, que aproveitou, criando boas chances - a mais clara em chute de Eduardo na trave, depois de grande jogada individual - e dominando o segundo tempo. O panorama só mudou quando Joel arriscou: sacou um displicente Ibson e lançou Obina, escancarando ainda mais o meio, em nome de um ataque ainda mais forte. Felizmente para o Fla, Obina resolveu o dilema rápido, escorando a bola cruzada por Tardelli, em contra-ataque puxado por Léo Moura. Com isso, o Natalino recompôs a defesa, trocando Souza por Jaílton. O Botafogo ainda esboçou reação, mas, a esta altura, tinha peças muito defensivas, graças às entradas de Edson e Adriano Felício, no lugar de dois jogadores de frente: Zé Carlos e Fábio. Assim, o Fla garantiu a vantagem mínima para a próxima partida, em jogo que poderia ter tido outra história, caso o alvinegro Eduardo convertesse em gol a linda jogada que protagonizou, momentos antes da entrada de Obina.

Agora, o Flamengo tem uma vantagem importante. O próximo jogo terá um Botafogo completo e muito mais voltado ao ataque, como está habituado a jogar. Já o Fla estará desgastado da viagem ao México. Por estes fatores, certamente a marcação pressão alvinegra será bem mais freqüente, e essa tem sido uma das armas prediletas de Cuca contra os rubro-negros, que, por sua vez, deverão entrar mais cautelosos. Esta vantagem do Fla, embora mínima, será de enorme importância para que a equipe possa lidar com o próprio cansaço e o ímpeto alvinegro.

26 de abr. de 2008

Prévia da Final: Flamengo x Botafogo

Neste domingo, Flamengo e Botafogo se enfrentam, no Maracanã, na primeira partida das finais do Campeonato Carioca.

FLAMENGO
(por Felipe Schmidt)

Contando com a volta de Ibson, o Flamengo deve ganhar mais criatividade e mobilidade no meio campo. O cinturão de volantes do jogo contra o Bolognesi mostrou ser ineficaz ofensivamente e seria ainda pior contra um Botafogo de bom toque de bola e bastante movimentação. Como em todo clássico entre os dois times, a equipe alvinegra deve marcar em cima os dois laterais rubro-negros(não é à toa que Cuca vai improvisar um volante, Leandro Guerreiro, na lateral esquerda) e colar alguém em Ibson. Na defesa, a estratégia rubro-negra deve ser a usual: Toró correndo como louco para corrigir eventuais buracos e marcação individual, bastante perigosa contra o móvel Botafogo. É importante também resguardar Fábio Luciano na sobra, já que ele não tem velocidade para acompanhar os atacantes alvinegros.

Para mim, a chave para a vitória do Fla está em Marcinho: se ele conseguir a movimentação necessária para desafogar os armadores do time e ainda ter fôlego para encostar em Souza, o Flamengo tem boas chances. Entretanto, Léo Moura e Ibson vão ter de jogar mais do que têm jogado para auxiliar uma equipe que tem pecado pela lentidão, que tem sido extremamente prejudicial, ainda mais contra um time que marca em cima como o Botafogo. Uma maior participação de Kléberson - até agora nulo na competição - seria muito bem-vinda. De resto, o Fla precisa aproveitar os desfalques adversários para garantir alguma vantagem para o jogo de volta.

Palpite: Flamengo 2 x 1 Botafogo

BOTAFOGO
(por Rodrigo Paradella)

Com 4 desfalques para o primeiro jogo da final, o Botafogo terá de mostrar, mais do que nunca, que tem reservas à altura dos titulares. No lugar de Castillo, que já pode ser considerado ídolo no clube, entra Renan, promessa da base e titular da seleção sub-20, que vem recebendo declarações de apoio, via imprensa e internamente, de todo o elenco alvinegro após uma atuação insegura contra a Lusa, onde foi muito prejudicado por seu nervosismo, causado pela inexperiência em grandes jogos. Depois da partida desta quarta, Renan deve se sentir um pouco mais à vontade para repetir as grandes atuações que teve na base do alvinegro.

Já nas laterais, Cuca improvisará Leandro Guerreiro no lugar de Triguinho e trocará Alessandro por Túlio Souza - volante reserva do Botafogo, mas que foi contratado para ser titular na direita - que deverá atuar mais adiantado que o titular da posição, sendo praticamente um ala pela direita. Com essa modificação, Zé Carlos jogará mais recuado, deixará de atuar como ponta-esquerda para jogar na ala-esquerda, posição original do jogador. Já que usará 2 alas, Cuca deve utilizar um esquema com "falso" terceiro-zagueiro (Leandro Guerreiro), uma vez que Leandro deve ter um pouco mais de liberdade dos que os zagueiros de ofício para chegar ao meio quando o time atacar, mas se posicionará como zagueiro pela esquerda quando o time se defender.

No lugar de Jorge Henrique entra Fábio, que jogará menos como ponta - como normalmente joga o titular - e mais como um segundo atacante tradicional, embora trocando de posição constantemente com Wellington Paulista. Com esse 3-5-2 à la Cuca, o Botafogo espera vencer para complicar ainda mais a situação do Flamengo para o segundo jogo da final.

Palpite: Botafogo 3 x 2 Flamengo

Ecos da Colina


Artigo indispensável para quem gosta do futebol carioca. É sobre o polêmico presidente-interino do Vasco, Eurico Miranda, que acumula fãs - ainda que raros nos dias de hoje - e inimigos - muitos! - no mundo do futebol.

O artigo foi publicado na edição de Abril da Revista Piauí e pode ser lido no link abaixo:

http://www.revistapiaui.com.br/artigo.aspx?id=573&pag=1


24 de abr. de 2008

Redenção Vascaína



Os últimos anos não foram das maiores glórias. As glórias dos demais também não foram das maiores. E nessa semana o torcedor vascaíno - mal acostumado com o passado que presenciou - teve motivos para sorrir novamente.
Primeiro, a classififcação para as quartas-de-final da Copa do Brasil, com atuação de um Edmundo dos bons tempos. Tempos em que rebolava a frente de Gonçalves - vale destacar o visual ridículo do beque alvinegro - ajudava o Flu na sua caminhada rumo ao inédito título da Série C e sem piedade goleava o Fla de Júnior Baiano na caminhada para o tri brasileiro (sem ressentimentos, meus colegas). O seu belo gol e a jogada para o do jovem Alan Kardec fizeram os vascaínos terem certeza de que Edmundo ainda pode fazer a diferença no sem graça futebol moderno.
Segue parte da composição "Hino do Bacalhau" de Celso Blues Boy e Pierre Ardene em homenagem ao ídolo da colina:

"Rola a bola Bacalhau
Com amor e com carinho
Vai driblando e sai da falta
do zagueiro, do carrinho

A bola foi lançada
Ele matou no coração
Colocou dentro da rede
mais um gol do meu Vascão

Pedra no sapato da torcida adversária
Furação dentro de campo
Terror dentro da área

Dá-lhe Bacalhau,
a gente vai ser campeão!
Dá-lhe Bacalhau,
é mais um gol do meu Vascão!

Quando a bola chega
ele trata com carinho
Chama de meu bem
meu amor vem de mansinho

Ele saiu de casa,
de saudade até chorou
Nos outro por dinheiro,
no meu Vasco por amor!

Bacalhau e beijos pra torcida adversária
Furacão dentro de campo
Terror dentro da área (...)"


A outra boa notícia veio nessa quinta-feira. Leandro Amaral reconheceu a vigência do seu contrato e acertou o retorno à São Januário. A tardia reapresentação - visto que a decisão judicial que reconhecia o seu vínculo com o clube foi tomada no dia 9 de abril - ocorreu em razão das possíveis represálias por parte dos torcedores, que antes o idolatravam. Leandro depois de um momento de fraqueza ou sensibilidade está confirmado no elenco vascaíno e já inscrito na Copa do Brasil. Resta ao artilheiro honrar, mais uma vez, a camisa de quem lhe deu a mão quando mais precisou.

Onde os Fracos Não Têm Vez

Terminada a primeira fase da Taça Libertadores da América, chega a hora do mata-mata, onde os fracos não têm vez. Melhores campanhas têm pouca influência aqui. Ganha o time de mais coração e mais raça, o time com poder de decisão, aquele que não amarela na hora do "vamo ver". Analisemos os confrontos brasileiros nas oitavas da Liberta:

- O Flu vai pegar o Nacional de Medelín, time mediano que o São Paulo só suou pra vencer por causa da escalação excessivamente retranqueira do Muriçoca (o que mais poderíamos esperar?).
O time de Renato Gaúcho tem a melhor defesa da competição, feito alcançado sem a necessidade de se abrir mão do poder ofensivo - o ataque também consta entre os mais positivos.

Thiago Silva atravessa excelente fase; Conca há bastante tempo vem jogando muito bem (e, quando sua atuação não é das mais brilhantes, ao menos ele figura entre os mais esforçados em campo). O mesmo não se pode dizer de Washington, que não marca há mais de um mês (desde o jogo contra o Vasco, na primeira fase da Taça Rio, em que fez gol na vitória de 2x1). Não creio que o desânimo pelo pênalti perdido na final contra o Botafogo atrapalhe o Coração Valente. Ao contrário, acho que irá até motivá-lo a sair de uma vez por todas dessa fase ruim.
Apesar da derrota definitiva no caso Leandro Amaral, o Fluminense ainda contará com uma dupla de ataque de peso, uma vez que Dodô está de volta.

Tendo isso em mente, não é demais arriscar que o tricolor carioca pode conseguir um bom resultado já na partida de ida, na Colômbia, assegurando um jogo tranqüilo no Maraca.

Palpite do blogueiro tricolor: meu Fluzão se classifica sem tanta dificuldade, quem sabe até com duas boas vitórias.


- Já o Fla "deliberadamente" tomou o caminho mais fácil, digamos assim, e "escolheu" não golear o Bolonhesa, com o intuito de evitar uma desgastante viagem ao México.

Clássica cena de filmes trash de terror: o cara correndo no escuro, olhando pra trás, tentando se certificar de que realmente escapou de seu perseguidor; quando vira uma curva e olha pra frente, encontra o tal perseguidor encarando-o. O adversário do Fla é o América do México.
Trata-se de um time razoável, e a longa viagem intercalada com as finais do Carioca pode ser prejudicial ao rubro-negro, que passou por situação semelhante ano passado contra o Defensor, e acabou sendo eliminado (e vale lembrar que o jogo de ida era logo ali, no Uruguai).
Além disso, há a saída de Joel: a entrada de um novo técnico entre a primeira e a segunda partida das oitavas pode ter efeito negativo sobre a equipe da Gávea.

Ainda assim, o elenco rubro-negro é imensamente superior ao do time mexicano, que só conseguiu vitórias apertadas em casa e perdeu todas fora.

Palpite do blogueiro: o jogo de ida será duro, e o rubro-negro pode vir desgastado da difícil partida contra o Botafogo, podendo até ser derrotado.
Entretanto, provavelmente conseguirá bom resultado no Maraca, com o apoio da massa rubro-negra, e passará à próxima fase.


- O abissal tropeço do Cruzeiro contra o Potosí, na última rodada da primeira fase, custou-lhe caro: dono de excelente campanha até ali, podendo inclusive garantir o primeiro lugar geral, o time mineiro deu mole e foi goleado pelo adversário nas alturas bolivianas, ficando apenas com a quinta melhor campanha na primeira fase da competição.

Some-se a isso o intrincado Grupo 3, em que foi acirrada a briga entre Atlas, Boca e Colo-Colo pela classificação, e o resultado é um tanto quanto desagradável: o Cruzeiro pegará o time argentino, atual campeão da Liberta, carrasco dos brasileiros, logo nas oitavas. Dois jogaços com resultados completamente imprevisíveis. Mas uma coisa é certa: a parada tá complicada pra Raposa.


- O Sumpaulo não vem jogando bem, isso é ponto pacífico.
Mesmo assim, o Muriçoca é um excelente técnico, e o time ainda conta com vários talentos. Se, por um lado, a campanha irregular na primeira fase e a eliminação do Campeonato Paulista possam ser preocupantes, por outro, servem para acordar o time e mostrar que ele não é tão forte como no ano passado.

O tricolor paulista enfrentará o bom time do Nacional, uma equipe que, jogando no Uruguai, pode dar muito trabalho - vide partida contra o Fla -; mas que, despojado do apoio da torcida e da catimba uruguaia, torna-se um time não tão difícil de ser batido (vide o jogo de volta contra o mesmo Flamengo).

Palpite do blogueiro: resta ao tricolor paulista, na sua retranca, arrancar um empate em Montevidéo, para que uma (bastante possível) vitória simples no Morumbi seja suficiente para a classificação. E é o que provavelmente ocorrerá.


- O Santos pega novamente o Cúcuta, reeditando os confrontos da primeira fase. Na Colômbia, o time de Leão arrancou um chocho empate em 0x0. Na Vila, o peixe suou para vencer por 2x1, num gol de sorte aos 43 do segundo tempo.

A má campanha no Paulistão, que acarretou sua eliminação precoce, antes das semifinais (ainda que o time tenho melhorado nas últimas rodadas), já denunciava a fragilidade da equipe. Time de elenco mediano e recheado de jovens, o Santos vem em busca de reforços há muito tempo, sem sucesso.

Palpite do blogueiro: o Santos é o time brasileiro com a maior probabilidade de pular fora da Liberta já nas oitavas. Ambos os jogos serão complicados; a classificação (de quem quer que seja) provavelmente será sofrida. Empate em 0x0 lá e empate em 1x1 na Vila - Cúcuta se classifica pelo gol fora de casa. Vai ser chatinho e truncado assim.



No geral, a perspectiva - pelo menos por enquanto - é boa para os times brasileiros, em especial para os cariocas, que (aparentemente) têm vida mais fácil nas oitavas. O melhor jogo - e também o mais difícil - obviamente será o do Cruzeiro. O primeiro confronto verdadeiro entre argentinos e brasileiros.

No fim das contas, nenhuma dessas análises importa realmente: mesmo que sejam opiniões com (algum) embasamento, mata-mata de Libertadores não admite previsões. É o lugar mais propenso a surpresas, onde qualquer vacilo pode ser fatal.
Tentar prever só serve pra papo em mesa de bar: os times têm que deixar de lado qualquer favoritismo ou análise pré-concebida e se concentrar no jogo.
Libertadores é foda.

A nós, meros blogueiros-torcedores-pretensosanalistas, restam não os ecos do estádio vazio do pós-jogo, mas os ecos futuros de um estádio expectante: o show tá começando.

Cariocas avançam na CdoB


Acertei meu palpite haha. Como previ, o Botafogo confirmou o seu favoritismo e venceu a Portuguesa, embora com dificuldades. A equipe da Lusa mostrou bastante disposição por estar descansando desde a partida de ida no Canindé e marcou muito a saída de bola alvinegra, dificultando o trabalho do time do Botafogo.

O Botafogo dominou a partida e pouco foi ameaçado pela Lusa, apesar da defesa ter cedido chances para o adversário. O alvinegro chegou a ter sua classificação ameaçada quando sofreu o gol de empate, mas se recuperou ao desempatar o jogo e fez a festa da torcida, que lotou o Engenhão.

Nas quartas o Botafogo pode pegar Naútico ou Atlético-MG, que realizaram a primeira partida do confronto nesta quarta, com vitória de 3 a 2 para o Naútico que jogou em casa.


Havia previsto um empate em Santa Catarina e acertei. O Vasco não fez partida brilhante, mas contou com boa atuação - a segunda dele nesta temporada - do Animal. O Criciúma, por sua vez, se utilizou da pressão realizada por sua torcida para tentar surpreender o clube do Rio, mas a diferença técnica entre as duas equipes - ainda que não tão grande assim - foi decisiva para a decisão do confronto.

A partida foi tensa. O Vasco só conseguiu alguma tranquilidade na partida aos 29 segundo tempo, quando Alan Kardec recebeu passe de Edmundo e uma ajudinha do zagueiro do Tigre, que empurrou para o fundo das redes.

O clube cruzmaltino ainda precisa se reforçar para o Brasileirão, mas como qualquer clube grande, ainda tem chances de chegar à Libertadores através da Copa do Brasil. Mais ainda porque conta com uma chave bastante fávoravel até as semifinais do torneio.

Nas quartas o Vasco pega o vencedor do confronto entre Juventude e Corinthians-AL. Dois times que já aprontaram esse ano, o primeiro eliminou o Grêmio no Gaúcho; o segundo eliminou o Furacão. A vantagem do confronto está com o Corinthians-AL que venceu a primeira partida em casa, por 2 a 0.

23 de abr. de 2008

Fla vence no sufoco

Com um gol salvador do goleiro Bruno, cobrando falta, o Flamengo abriu caminho para uma vitória suada, no Maracanã, contra o Coronel Bolognesi. Mesmo jogando mal, a equipe bateu o time peruano por 2 a 0 - Obina completou o placar. Com o resultado, o clube alcançou a liderança do grupo e a segunda colocação geral, assegurando boa vantagem para as próximas fases da Libertadores.

Como previsto aqui no blog, a equipe carioca encontrou muitas dificuldades contra a retranca peruana, graças aos quatro volantes escalados por Joel. Com um Toró estabanado e um Kléberson tímido, a equipe se viu sem alguém para encostar nos atacantes, tarefa que acabou sobrando para os laterais, que foram obrigados a cair para o meio para criar algo, matando o ponto forte rubro-negro, justamente as jogadas pelos lados. Com tamanha desorganização, não é de se espantar a quantidade de passes errados e a falta de chances criadas.

No segundo tempo, Joel ainda tentou aumentar o poderio ofensivo da equipe, colocando Tardelli no lugar de Cristian. A medida não funcionou, e o Flamengo continuou afunilando as jogadas. A situação se agravava ainda mais com a atuação displicente de Léo Moura, que passou a ser vaiado, com justiça, pela torcida. A salvação carioca acabou vindo em jogada de bola parada: Bruno cobrou com maestria e abriu o placar. Com o time peruano desanimado e os cariocas menos pressionados, Obina acabou fechando a conta de um jogo difícil, mas que assim o foi graças à opção defensivista de Joel e à soberba rubro-negra, que ficou os dias anteriores avaliando se valeria a pena ou não golear o Bolo - esqueceram que a defesa peruana era a menos vazada da competição.

Com a volta de Ibson e Renato Augusto contra o Botafogo, o time ganha bastante em criatividade, o que não deve sobrecarregar os laterais como neste último jogo. Mas, acima de tudo, para vencer um Botafogo motivado e jogando bem, o Flamengo vai precisar jogar com muito mais determinação do que hoje. E, é claro, ser um pouco mais ousado.

ATUALIZAÇÃO: Com a vitória do São Paulo, ficou definido o adversário do Flamengo nas oitavas: o América, do México, justamente quem Natalino queria evitar. O que você acha do confronto? O Fla consegue passar?

Fla joga para fugir do desgaste

Em meio a incertezas quanto ao futuro, o Flamengo encara o Coronel Bolognesi, no último jogo da primeira fase da Libertadores, pensando no primeiro lugar no grupo e a melhor campanha geral.


A grande questão deste jogo é a postura dos jogadores rubro-negros. O próprio técnico Joel Santana afirmou que, talvez, o primeiro lugar geral - só possível caso a equipe goleie - não seja tão vantajoso. Resta saber como o time vai entrar, tendo este pensamento. Mesmo com os desfalques de Ibson e Renato Augusto, a equipe é muito melhor que o Bolognesi, e deve vencer.

O que não dá pra entender são as opções de Joel, colocando Jaílton, um volante de contenção, no lugar do único meia criativo da equipe. Vale lembrar que o Bolognesi tem a melhor defesa da competição, sofrendo apenas três gols, e não vai ser fácil furar a retranca peruana sem ter um armador legítimo. Por outro lado, os peruanos não marcaram nenhum gol na competição, o que vai contra a idéia de reforçar a marcação, com a entrada de mais um volante. Em suma, o time carioca pode acabar complicando um jogo facílimo, graças a uma cautela excessiva.

O Bolognesi vem para o Brasil sem qualquer responsabilidade, e deve se ancorar na segurança do goleiro Penny, da seleção do país, e na velocidade do esguio Junior Ross para puxar contra-ataques. Resta ao Flamengo buscar um gol no começo para jogar com mais tranqüilidade durante a partida.

Por fim, ao contrário do que Joel pensa, ao terminar em segundo lugar geral, apossibilidade de encarar o América do México é maior do que chegar em primeiro. Se confirmar o segundo posto, o Fla dependerá de uma combinação de resultados no grupo do São Paulo para escapar da viagem desgastante para o México.

Apesar de tudo, ainda acredito que o Rubro-Negro deve vencer, embora Joel esteja querendo dificultar as coisas. Seria bem mais fácil - e sadio - promover um rodízio no plantel, aproveitando os desfalques, e pôr para jogar nomes que têm tido poucas chances, como Tardelli e Maxi. Outro teste interessante seria a volta de Marcinho para a sua posição de origem, o meio campo. Mas já seria ousadia demais para o Natalino.

Representantes do Rio fazem partidas decisivas na Copa do Brasil.

Ainda comemorando a vitória de sábado, a torcida botafoguense esgotou os ingressos e vai lotar o Engenhão nesta quarta-feira. O time alvinegro promete não decepcionar e, apesar dos desfalques (Castillo e Triguinho), é o grande favorito para avançar às quartas-de-final da Copa do Brasil.

O time do Botafogo é mais técnico, joga em casa e só precisa de uma vitória simples para eliminar a Portuguesa. O principal desfalque da equipe é Castillo, que será substituído pelo bom goleiro Renan, titular da seleção sub-20. No lugar de Triguinho deve entrar Leandro Guerreiro, que jogará como um falso 3º zagueiro, deslocando Zé Carlos para a lateral esquerda, sua posição de origem.

Ponto Forte: Welligton Paulista, artilheiro da Copa do Brasil.

Ponto Fraco: O goleiro Renan. Apesar de ser bom goleiro, é bastante inexperiente.

Já a Portuguesa, mostrou, na partida de ida, que é um time mediano, sem grandes estrelas e bastante dependente da jovem promessa Diogo, que voltou de grave lesão na partida disputada no Canindé. Cristian, autor do gol da Lusa na primeira partida, um centroavante mediano e sem muitos recursos técnicos, é o jogador mais conhecido e experiente da equipe da Lusa.

Ponto Forte: Diogo. O garoto é promessa de grande jogador.

Ponto Fraco: A falta de estrelas. Se Diogo não estiver inspirado, o time da Portuguesa tende a sofrer pela falta de jogadores de talento.

O Botafogo não deve sentir as alterações e manter o bom futebol apresentado na temporada, mas precisa permanecer focado durante o jogo e esquecer a final contra o Flamengo para não ser surpreendido pela Portuguesa, que irá disputar a Série A do Brasieliro em 2008 e tem um time capaz de surpreender os grandes do futebol brasileiro.

Palpite: Botafogo 2 x 1 Portuguesa

Vasco enfrenta o Criciúma para salvar o semestre.


O Vasco vai a Santa Catarina jogar suas últimas esperanças para o 1°semestre contra o Tigre, time de melhor campanha do Campeonato Catarinense. A partida de ida do confronto, em São Janúario, foi bastante equilibrada e somente decidida em um penâlti sofrido por Wagner Diniz, nos últimos minutos do jogo, que possibilitou a vitória vascaína por 1 a 0.

O Vasco vai com tudo atrás da classificação: Edmundo, poupado na partida de ida, está escalado e será titular como centroavante. Quem também entra na equipe cruzmaltina é o atacante Jean, que será titular no lugar de Alan Kardec, com a missão de dar mais velocidade ao contra-ataque vascaíno. A partida é decisiva para o Vasco; se ganhar alimenta esperanças de conquistar uma vaga para a Libertadores, mas se perder terá encerrado o seu 1ºsemestre com mais um fracasso.


Ponto Forte: O ataque. O time marcou gols em todas as partidas de 2008

Ponto Fraco: A defesa. A defesa vascaína é muito instável.

O Criciúma, ao contrário do rival de hoje, vive grande fase. O Tigre acabou de vencer o 2º turno do Catarinense e tem a melhor campanha do estadual, por isso deve receber bom público no Estádio Heriberto Hülse. O time conta com Beto, artilheiro do Tigre na temporada, e Jean Coral para fazer os gols necessários para que a equipe reverta a vantagem vascaína.

Ponto Forte: A torcida, que deve comparecer em peso.

Ponto Fraco: A menor qualidade técnica de sua equipe.

O Vasco deve conseguir a classificação porque, apesar da má fase, tem boa vantagem por ter vencido sem sofrer gols o jogo de ida. Além disso, é melhor tecnicamente e deve conseguir segurar o Tigre, mesmo fora de casa.

Palpite: Criciúma 1 x 1 Vasco

22 de abr. de 2008

Ecos do Maraca

O Estádio do Maracanã é o maior palco futebolístico do mundo. Carregado de mítica, de lendas, de histórias de partidas inesquecíveis, o Maraca é cartão-postal inquestionável do Rio de Janeiro e o templo máximo do futebol.

O Estádio Jornalista Mário Filho já recebeu inúmeros espetáculos desde sua inauguração na Copa do Mundo de 50 – espetáculos tristes e felizes. Já pisaram em seu gramado algumas das maiores lendas do futebol; nele ocorreram alguns dos acontecimentos mais marcantes da história do esporte.

Foi nas traves à esquerda das cabines de imprensa o milésimo gol de Pelé. Foram suas arquibancadas que reverberaram o silêncio após Ghiggia vencer Barbosa naquele fatídico 16 de julho de 1950. Passaram pelo seu gramado craques como Didi, Garrincha, Zico, Roberto Dinamite.

Foi no Maracanã, também, que Renato Gaúcho marcou seu inesquecível gol de barriga naquele Fla-Flu da final do Carioca de 95, aos 42 do segundo tempo, em cruzamento de Aílton (uma menção que este blogueiro em particular não poderia deixar de fazer); foi a grama do estádio que Dimba comeu após o título estadual de 97, numa partida em que ele fez o gol que deu a taça ao Botafogo; foi nele que Cocada entrou no final do jogo, fez o gol que deu ao Vasco o bicampeonato carioca em 88, e logo depois foi expulso por tirar a camisa na comemoração; foi a baliza à esquerda das cabines de imprensa (mais uma vez) que teve as redes estufadas com a cobrança de falta de Petkovic, aos 41 do segundo tempo, dando o título estadual de 2001 ao Flamengo, contra o Vasco.

O Maraca já atingiu um status que o alça além de um simples estádio de futebol. Ele é mais que palco, mais que anfiteatro, mais que Coliseu do futebol, mais que gramado-quatrolinhas-concreto-travesredegol.

O Maraca é símbolo. Metonímia do futebol, representação do Brasil, metáfora da vida. Ou da vida como ela deveria ser: o trabalhador que luta pelo pão-nosso-de-cada-dia (e pelo ingresso-nosso-de-cada-domingo) se abraça com o executivo que despe o terno e a gravata para estampar no peito o escudo do time. Da vida como ela não deveria ser: porrada entre torcidas de times diferentes, entre torcidas do mesmo time. Da vida como ela é: ali se morre e se renasce – choro e riso, grito e silêncio. A vida transborda nos extremos do Maraca – da verde à amarela, da cadeira ao camarote, da branca às cabines de imprensa, dos vestiários ao campo.

O Maraca é nosso. O Maraca é meu todinho. Os cantos ecoam nos cantos; a torcida grita, faz a estrutura tremer; ela escolhe heróis e vilões, elege inocentes e culpados, cria deuses e monstros. Gera fábulas, inventa mitos, reinventa a realidade. “O Obina é melhor que o Eto’o”. A torcida canta músicas que refletem os extremos do Maraca, e ninguém cala – nem o amor, nem o chororô. A torcida continua a cantar a alma, a plenos pulmões. E o meu coração acelera vendo o Maraca cantar.
O Maraca canta e conta contos a cada jogo. A cada nova história ali vivida, a cada espetáculo ali realizado. Canta, mas também ouve. Ouve gritos de jogadores, xingamentos a técnicos e juízes, comentários pertinentes de analistas, comentários idiotas de analistas, comentários previsíveis de analistas; ouve o Galvão gritar seus clichês e disparates; ouve a torcida reclamar, vaiar, xingar mães.

A vida como ela deveria e não deveria ser, a vida como ela é em noventa minutos. Morrer e renascer no Maraca lotado.
Mas poucos percebem que o Maraca vazio do pós-jogo é tão essencial quanto o Maraca lotado durante a partida. É no Maraca vazio que reverberam as polêmicas, as análises, os choros, as comemorações, as provocações. O debate acalorado sobre a arbitragem; as reclamações do esquema tático que o burro do treinador armou; as considerações filosóficas sobre a partida (“ganhamos, poooorra!!!”). Todos os cantos que ainda reverberam pelos recantos do estádio vazio, depois que a partida já acabou.

Ouçam os Ecos do Maraca.

21 de abr. de 2008

À Deriva: Joel deixa o Flamengo após a final do Estadual

E os boatos que Joel Santana fez questão de desmentir acabaram se confirmando verdadeiros. Indicado por Carlos Alberto Parreira, o Homem da Prancheta assinou contrato com a seleção da África do Sul, para treinar a equipe na preparação para a Copa do Mundo. Com isto, o treinador abandonará o cargo no Flamengo, logo após a final do Estadual, contra o Botafogo.

Para Joel, um ótimo negócio. Segundo o próprio técnico, ele vai ganhar mais do que já ganhou em toda a carreira, além de poder disputar uma Copa do Mundo, sonho de qualquer treinador. Ele também se livra de alguns atritos que estavam começando a surgir no Flamengo, devido aos seus critérios na escalação da equipe. Alguns jogadores, como Diego Tardelli, Marcinho e Gavilán, já davam sinais de descontentamento com sua utilização.

Se, para o Natalino, a transferência foi boa, para o Flamengo, é algo preocupante. Não tanto pela qualidade de Joel - que já começava a ser questionado pela torcida - e sim pela interrupção de um planejamento logo no seu momento mais crítico: a final do Carioca e a fase final da Libertadores. Apesar de suas limitações, o treinador conhecia bem os jogadores e já tinha definido um padrão tático para a equipe. Com a chegada de um novo treinador, tudo muda: haverá um baque natural por causa da mudança no comando, além da implantação de uma nova filosofia de trabalho. Ou seja, uma fase de transição justo no momento em que o time deveria estar encorpado e entrosado.

Outro problema para o Flamengo diz respeito ao substituto de Joel. Os treinadores mais gabaritados estão todos empregados e dificilmente sairiam de seus clubes atuais: Abel Braga, no Internacional, Wanderley Luxemburgo, no Palmeiras, e Mano Menezes, no Corinthians. Existem ainda algumas boas opções, como Tite e Paulo Autuori, ambos no futebol árabe, e Caio Júnior, hoje no Goiás.

Resta à diretoria rubro-negra agir rápido e com ousadia, seja para tirar algum peso-pesado do seu clube atual, ou para bancar um nome menos cotado em um momento tão importante. Seja qual for a solução, é um obstáculo desnecessário para um clube que, no começo do ano, planejava conquistar todos os títulos possíveis.

Opinião deste blogueiro: Paulo Autuori seria um bom nome, pela experiência na Libertadores. Caio Júnior seria o plano B, por ser mais acessível, embora também talentoso. É esperar para ver.

Botafogo Bicampeão da Taça RIo

Botafogo 1 x 0 Fluminense

O Botafogo conquistou neste domingo o terceiro título de turno em 3 anos, confirmando assim, a terceira participação consecutiva do time de General Severiano em finais do Campeonato Carioca. Campeão em 2006, o Botafogo não obteve o mesmo êxito em 2007, quando, em uma final de arbitragem polêmica, perdeu o título estadual para o Flamengo.

Time de melhores números no estadual desse ano, o Botafogo desperdiçou a primeira oportunidade de garantir vaga na finalíssima do carioca ao perder a final da Taça Guanabara para o Flamengo, em mais uma final marcada pela arbitragem polêmica e por brigas entre os jogadores. Já na Taça Rio, o Botafogo mostrou poder de reação ao chegar facilmente às semifinais e, também com certa facilidade, eliminar o Flamengo para chegar à final contra o Fluminense.

Na final, um grande jogo, como não poderia deixar de ser. As duas torcidas compareceram e apoiaram bastante as duas equipes, que, por sua vez, mostraram muita disposição apesar de pouca inspiração. O jogo foi pegado, os dois times se esforçavam para neutralizar os pontos fortes adversários. Melhor para o Botafogo, que com um futebol mais coletivo, conseguia articular um maior número de jogadas, embora o Fluminense ainda chegasse com perigo com seus talentos individuais. Em um desses lances, o time tricolor quase abriu o placar ainda no primeiro tempo. Em bom lançamento do camisa 10 Thiago Neves, Washigton recebeu, em posição legal, nas costas de Renato Silva que, ao tentar afastar o perigo, cometeu penâlti no tricolor. Poderia ser o inferno para Renato Silva que respirou aliviado ao ver a cobrança de Washigton bater na trave. Mal sabia Renato Silva que seria ele, e não Washigton, o herói do dia. Ainda no primeiro tempo o Botafogo quase fez justiça ao seu melhor futebol na partida, quando Alessandro, após excelente jogada ,bateu de fora da área e acertou a trave do goleiro Fernando Henrique.

Na volta do vestiário, um segundo tempo morno, com poucas chances reais para os dois lados. Após a expulsão de Alessandro em falta inexistente, o Fluminense passou a controlar o jogo ameaçando a meta de Castillo por várias vezes. Mas o Botafogo não se entregou e continuou a lutar. E a recompensa veio aos 38 minutos, quando o atacante reserva Fábio bateu cruzado e Renato Silva desviou para o gol. O zagueiro comemorou entusiasmadamente seu segundo gol com a camisa alvinegra e o gol do título. Antes do fim do jogo o Fluminense ainda teve uma oportunidade em que Castillo saiu bem da meta e salvou o alvinegro. Aos 48 minutos Jorge Henrique foi expulso por cometer falta dura e desnecessária em um lance perto da área tricolor.

O Botafogo enfrenta o Flamengo na final do carioca cheio de moral, após bater um dos mais festejados e milionários elencos do futebol carioca nos últimos anos.