30 de mai. de 2008

Separação de bem(ns)


- Meu garoto, tenho que te dizer uma coisa.
- O que, papai?
- Estou indo embora.
- Mas por quê?
- Sua mãe. Eu e ela não conseguimos mais seguir.
- Mas por quê?
- É muita gente dando pitaco nessa vida nossa, garoto meu. A gente se gosta, mas tá doendo de mais, meu filho.
- Mas papai, que que vai ser agora?
- Você vai crescer, meu filho. Vai aprender a se defender sozinho.
- Mas papai, foi você que me ensinou a sair das rodinhas e pegar no tranco na bicicleta!
-(silêncio)
- Foi você que me fez ficar forte, crescer. Eu sou um menino danado de esperto. Lá na escola agora todo mundo tem medo de mim. Lá em casa quebrei cinco.
-(silêncio)
- Papai, não vai embora não. Fica. Essa gente grande não sabe o que faz.
- Filho, é a vida. A gente cai e se levanta.
- Mas pai...e como vai ser quando eu fizer aquelas coisas? Eu já aprendi a beijar...mas aquelas coisas, você sabe.
- Comer uma mulher?
- É, papai...
- Eu volto rapidinho e a gente sai pra pegar umas muié! Pode ter certeza que eu volto!

Estreia no Maraca

Aqui quem vos fala é o mais novo integrante do blog, Rodrigo Lois. Agradeço muito a oportunidade dada pela comissão técnica, que gostou do meu trabalho nas categorias de base, viu o meu potencial ( ou não) e me trouxe para a equipe principal. Vascaíno de coração e peladeiro nos fins de semana, tenho o futebol como uma das maiores paixões de minha vida. Tem algo melhor do que conversar horas e horas sobre futebol? Talvez sim. Jogar futebol. O esporte bretão, que a essa altura da História já devia conceituado como " combustível do brasileiro", é imprescindível para a vida de muitas pessoas, e no meu caso não é diferente. Tudo o que lhe envolve, a paixão, a incoerência, a mágica, a alegria, a tristeza, enfim, tudo o torna simplesmente único, afinal, não é à toa que futebol é o esporte mais popular do mundo. Apresentações, filosofadas e brincadeiras à parte, propus aos fundadores do "Ecos do Maraca" que me fosse designada a agradável missão de reportar e comentar sobre o futebol no mundo, sobre tudo o que rola no mundo da bola internacional.

Nesse primeiro post, gostaria de concentrar as atenções no amistoso da seleção brasileira, que acontece nesse sábado, por volta das 23:30. Aliás, que horário maravilhoso esse do jogo, hein? Amistoso que tem como objetivo testar os " candidatos olímpicos"e afirmar os mais velhos, a partida contra o Canadá, modéstia parte, não serve para nada, só para quebrar a escrita de que nunca vencemos o país mais ao norte das Américas. Uma pelada desinteressante, a não ser que Robinho resolva dar o ar da graça de seu talento, que Dunga não escale o meio campo com o maior número de volantes possível e que a seleção jogue com vontade durante os 90 minutos. Porém isso não acontece há algum tempo, já que os últimos amistosos foram no mínimo entediantes.

Percebe-se claramente que a CBF se vendeu, que na hora de marcar as partidas não se pensa mais num bom jogo, num desafio à esquadra verde-amarela, mas sim no retorno que se pode gerar. Esse é o nosso presidente de confederação, tão aclamado devido aos títulos que o Brasil conseguiu durante o seu reinado! Alguns podem contra-argumentar dizendo que a lista de adversários de nível está reduzida devido a Eurocopa ( que será comentada daqui a alguns dias nesse blog), mas garanto que existem outros países de qualidade "disponíveis", e também seleções européias, que topariam o confronto assim que recebessem o convite. Falando ainda sobre o amistoso contra o Canadá, deve-se ressaltar a lamentável gafe dos responsáveis pela divulgação da "peleja", que colocaram Ronaldinho e Kaká na foto dos jogadores que devem participar do "treino", sendo que eles não foram chamados pelo técnico Dunga.



A seleção deve começar a partida com Júlio Cesar no gol, Maicon, Juan e Lúcio na zaga e Gilberto na lateral esquerda. No meio campo, Josué ou Mineiro (tanto faz para mim, o que eu queria mesmo e que eles não fossem convocados), Elano, Júlio Baptista e Diego. A dupla de ataque deverá ser Robinho e Luis Fabiano. Essa escalação é razoável, mas poderia ser muito melhor.

Espero que o nosso técnico dê uma chance aos garotos com idade olímpica, e para o Thiago Silva, que na minha opinião ( e na de muitos jornalistas e amantes de futebol), é um dos melhores zagueiros brasileiros atualmente, só perdendo para o Juan. Ele tem jogado muito pelo Fluminense, mostrando ao mesmo tempo técnica refinada e grande disposição. Já passou da hora do Lúcio ceder o seu lugar.



Em relação ao meio campo, é uma pena o Brasil não poder contar com o Anderson para este primeiro jogo, por chegar dias depois, e com Lucas, esquecido pelo nosso amigo da Branca de Neve. Não posso esquecer de comentar o ataque, que terá uma boa briga pela vaga ao lado do Menino da Vila. Luis Fabiano tem vantagem, devido a sua atuação pelas Eliminatórias. Adriano tem potencial para recuperar a 9, mas o dono da camisa que já foi do meu grande ídolo Ronaldo deverá ser em alguns meses o Pato. Um garoto promissor, que tem tudo para se tornar um grande craque.


Ainda neste fim de semana, mais comentários sobre a partida e uma avaliação da Eurocopa, seus favoritos, histórico e curiosidades, competição que começa dia 7 de junho, e terá como sedes a Áustria e a Suíça. Falando no Velho Continente, alguns amistosos aconteceram hoje, e gostaria de ressaltar alguns deles. Primeiro, a vitória de Portugal sobre a Geórgia, por 2 x 0, e o sufoco que a Alemanha passou para vencer a Sérvia, por 2 x 1.


Aguardo uma boa exibição da seleção canarinha nessa virada de sábado para domingo, senão, já estarei roncando antes do segundo tempo ou fora de casa. Mais uma vez, me sinto honrado em fazer parte deste blog, e espero continuar postando aqui por muito tempo.

Novamente nos pênaltis


São Januário mais uma vez lotou. E novamente tumulto em ralação aos ingressos, cerca de 4 mil torcedores ficaram do lado de fora após o apito inicial. Alguns tentaram invadir o estádio através do portão proximo ao complexo aquático e outros tantos ficaram de fora mesmo portando os concorridos ingressos. A Carga anunciada era de 20 mil e o público pagante foi de mais de 24 mil. A loteria Centro da Sorte no centro da cidade não vendeu ingressos, como inicialmente havia sido anunciado. A justificativa foi de que, pouco antes do início das vendas, inúmeros cambistas rodeavam a loteria, o dono do estabelecimento ficou receoso quanto a possíveis confusões.


Voltando ao lado bom da história, a torcida fez sua parte. Nem as cadeiras sociais estavam vazias. Houve a volta do foguetório na entrada do time, cascata na marquise e o inédito 'Vasco da Gama" formado por sinalizadores vermelhos. O único espaço nas arquibancadas estava na área dos visitantes, que retornou ao lado das sociais.


Como havia dito em outra postagem, preferia que o Vasco jogasse a primeira partida em casa. Assim abrimos as quartas e oitavas com vitória, os jogos de volta tiveram a dinâmica direcionada pelas vantagens. Mas o time superou suas limitações, se entregou ao máximo, Leandro Amaral elucidou bem a situação do Vasco. Sem inspiração, mas com a faca entre os dentes.

Um primeiro tempo para se esquecer. O Sport esteve próximo do gol e o Vasco pouco arriscou. A retirada do terceiro zagueiro, para a entrada de Alex Teixeira, teve pouca eficácia. Alex - como seus companheiros - estava afoito, errava muitos passes e via o tempo passar, esbarrava na fechada e bem armada defesa do leão. A torcida desde a metade do primeiro tempo pedia a entrada do talismã, Jean. O Sport amarrava o jogo, o juiz possui critérios diferenciados para assinalar as infrações.


Recuperado de uma entrada criminosa - na pelada de domingo, estréia do Vasco no recente estádio da prefeitura contra o Botafogo (mais um pênalti armado no fim) - Jean substituiu Alex no intervalo. Jogou recuado, quase como um meia, e se saiu bem, não se limitou à correria. O time pouco criava, assim, surpreendentemente, Lopes sacou morais. O responsável pela armação não se escondeu, mas bem marcado por Daniel Paulista, pouco produziu e foi substituído pelo pequeno Mádson - esse atuou como meia e não como ala, como vinha jogando. Após cobrança de escanteio, do pequenino, Leandro cabeceou forte e forçou bela defesa de Magrão, o goleiro do milésimo.

O volume de jogo do ataque vascaíno aumentou. O juíz anulou equivocadamente um gol de Leandro, marcando impedimento de Pablo. Lopes não pode escalar Pablo na esquerda, ele é bom jogador, mas fica torto, prefiro o Mádson. Aos 19 enfim saiu o zero do placar. Leandro alçou falta lateral na área e Leandro sozinho marcou de cabeça. A pressão aumentava, até que Luizão - substituía o suspenso Eduardo Luiz - matou um contra-ataque com falta grosseira e foi expulso, aos 26. Tomou o primeiro amarelo numa falta sem necessidade no meio de campo e o segundo veio num lance que havia cobertura. Aí Lopes errou e o Vasco se desarrumou. Mádson que acabara de entrar cedeu lugar para o zagueiro Rodrigo Antônio, assim o Vasco não criou nada além de bolas alçadas na área adversária, típico sintoma de desespero.

Aí entra em cena o personagem da noite. Edmundo que teve boa atuação não desistiu, voltou para marcar, pedia para seus companheiros não devolverem a bola ao adversário após o atendimento médico dos adversário, pura cera, além de peitar o também maluco Sandro Goiano, quando esse tentou retardar uma cobrança de falta vascaína. Num despretensioso chute de fora da área de Pablo, aos 46, Magrão soltou as bolas nos pés de Ed, 2x0, o caldeirão explode, decisão por pênaltis.

A esforçada equipe do Vasco sai de campo extenuada, o esforço não foi em vão. Pablo e Jean passam mal, o último chegou a vomitar. Os pênaltis, que não tem trazido bons resultados, novamente decidiram o finalista. Edmundo, Leandro Amaral, Tiago, Leandro Bonfim e Wagner Diniz. O Craque chama a responsabilidade, mas falha mais uma vez. No vestiário, lágrimas de um vascaíno, que não pára por aqui.

29 de mai. de 2008

Despedidas em Preto e Branco

Bom, escrevo este post depois de ler as notícias do afastamento de Cuca do Botafogo e de Edmundo do Vasco, mais do que isso, do futebol, pelo menos é o que ele diz. E parece que, se por um lado os dois deram muitas alegrias aos clubes que defendiam - Edmundo fez mais história no Vasco, mas Cuca também teve seu valor para a reconstrução do Botafogo -, por outro não tinham mais clima para, mais uma vez, tentarem consertar erros recentes, Cuca e as finais perdidas, Edmundo e os penaltys decisivos.

A verdade é que não dava mais. Os dois já não encontravam o mesmo apoio na torcida que antes os idolatrava. Bola pra frente, Botafogo sem Cuca, e seus times bem armados, e Vasco sem Edmundo, um dos maiores ícones da melhor fase da história vascaína.
Bom não vai ser pra ninguém, mas enfim, cada um dos envolvidos finalmente poderá respirar novos ares. Cuca poderá ir pra um clube onde possa se sentir livre de alguns estigmas, o mesmo serve para o Botafogo que poderá buscar um novo treinador que não esteja tão marcado quanto Cuca. Já o Vasco não precisará se irritar com um de seus maiores ídolos por cada penalty desperdiçado e, por último, Edmundo não precisará ter de provar sua qualidade a cada disputa de penaltys.
Todos perdem, todos ganham, nada mais normal na vida. Pena que tenha de ser assim em um dia que, se não fosse pelo empate do Flu, seria um dos mais trágicos para os cariocas nos últimos anos.

Constatações finais:

1- Eurico descarta a aposentadoria de Edmundo, apesar do anúncio do Animal.

2- Ney Franco deve assumir o Bota. Não gosto dele, mas tomara que surpreenda e que, se não fizer um excelente trabalho, pelo menos tenha a sorte que teve no comando do Fla, onde foi campeão nacional e estadual, o último em cima do time de Cuca. Geninho também negocia.



23 de mai. de 2008

Semana de suor

Em razão de inúmeros compromissos profissionais - provas, relatórios, seminários e etc - e pessoais - problemas médicos e outro que não posso revelar, o bonilla não gostaria nenhum pouco - o blog anda abandonado, exceção feita a bela postagem do James Barrie, uma epifania. Porém, em breve ele estará como você gosta, com textos descolados e aquele clima de zuêêê!
Outro detalhe: venho divulgar a campanha "premiere futebol clube, eu mereço!", na qual em breve divulgarei o número da conta bancária para doações. Estas terão a finalidade de me ajudar na compra do pay per view do brasileirão 2008, visto que não disponho de recursos como alguns membros desse blog que já aderiram ao sistema CAT NET.
Um bom final de semana a todos.

22 de mai. de 2008

A Batalha do Coração

O Maraca foi arena para uma batalha épica de Libertadores. Uma partida sofrida, guerreada em todas as gotas de suor, em todas as lágrimas choradas; em cada bola levantada na área, em cada chute a gol, em cada drible, em cada falta. Nas brigas de Luiz Alberto e Thiago Neves, nos piques do Júnior César, na vontade do Thiago Silva, nas jogadas do Conca... nos gols de Dodô e de Washington.

A cada batida de coração. Um coração valente, que não desiste, não se rende, não se dá por vencido. Acredita até o fim, continua pulsando, não importa quantos golpes sofra, quantas cotoveladas na cara tome, quanto sangue escorra.


Meu coração acelera vendo o Maraca cantar.
80 mil pessoas no Maracanã, não importa o que diga a Globo, não importa o que diga a frieza dos números. Se não eram 80 mil numericamente, a força do grito da torcida valeu por muito mais. Gritou tanto que até a próxima partida de Libertadores o Maraca ainda estará ecoando esses gritos.

O coração ainda pulsa.


Os ânimos antes do jogo são tensos; mistério nas escalações – Jorge Wagner joga? Thiago Silva joga? Dodô joga? A imprensa paulista alardeia o SPFC como grande favorito, o Imperador como um craque que decidirá a partida. E muita reticência quanto ao tricolor carioca. E quanto a Washington. Se, por um lado, Adriano é aclamado, o Guerreiro Tricolor é execrado, “não marca há oito jogos”, péssima fase, etc.

Mas o coração ainda pulsa.

O jogo começa, e o único Tricolor do mundo – o resto são só times de três cores – parte pra cima do SPFC. Ali já era possível sentir. Já estava escrito há dez mil anos: o Fluminense ia vencer o São Paulo no Maracanã. O Fluzão era implacável.

Júnior César era um foguete pela esquerda, ninguém o parava no primeiro tempo. E num chute cruzado – o relógio marcava apenas doze minutos da primeira etapa –, a bola explode na zaga são-paulina e sobe, descreve um arco de dois metros e cai na cabeça de Cícero. Cícero!, que com sua impulsão espantosa, como se tivesse asas nos pés, sobe mais alto que Alex, e desvia a bola levemente com a cabeça. É o suficiente para superar os defensores paulistas.

Uns diriam que a bola encontrou Washington no meio da área. Perdoem-nos, pois não sabem o que falam: é Washington que, com seu faro de artilheiro, encontra a bola; é Washington que, com seu instinto matador, percebe a jogada antes dos demais; é Washington que, com sua alma de guerreiro, antecipa-se à zaga do São Paulo, e bate de lado de pé na bola, quase de calcanhar, e encontra livre o canto do gol.

A bola, caprichosamente, rola, lenta, quicando, para o fundo das redes, enquanto o artilheiro corre para reencontrar o grito da torcida, para reencontrar a festa depois do gol, para reencontrar o caminho da vitória. O grito sai do fundo do peito, do fundo da alma: é o brado de triunfo do Guerreiro Tricolor, que contém em si o grito de todos os Tricolores do estádio (e lembrem-se: Tricolor, só há um).

E o coração, vibrante, ainda pulsa.


O jogo prossegue, e o ímpeto Tricolor se acalma. O primeiro objetivo fora alcançado: marcar um gol no início da partida.
As ações estão equilibradas; o São Paulo acerta a marcação e as jogadas do Flu pela lateral diminuem. Ambas as equipes chegam ao ataque, mas sem ameaçar seriamente o gol adversário. O jogo começava a ficar tático e cauteloso.

Mas o Fluminense tem Darío Conca. E, pra vencer o São Paulo e a dureza da Libertadores, tem que ter Conca.

Que jogador é esse Conca! Que visão de jogo, que maestria no passe, que categoria no drible, que habilidade no chute! E que raça, que vontade, que ímpeto! É ao mesmo tempo cerebral e visceral esse Conca, maestro e instrumentista, armador e finalizador! É o melhor meia do Brasil!

Eis que Conca surge, carregando a bola, ameaça adentrar a área, mas corta para o meio; o zagueiro paulista fica na saudade – rola para o meio!, dizem os espectadores –, mas Conca sabe mais, Conca vê mais: ele enxerga Rogério Ceni adiantado, e bate na bola com a sua canhota genial, um chute milimétrico; a bola descreve uma curva perfeita, tem o endereço, é golaço... mas os dedos de Ceni triscam a bola, ela sobe meio centímetro, e é o suficiente para que caprichosamente carimbe o travessão. No rebote, Thiago Neves, no reflexo, cabeceia para fora.

E o coração, acelerado, ainda pulsa.


Segundo tempo de jogo, São Paulo retorna com Joílson no lugar do desastroso Jancarlos, que deixou uma avenida para Júnior César no primeiro tempo, e pouco apoiou.

Logo no início, aquele a quem chamam de “Imperador”, apenas em sua segunda participação no jogo, chuta para a boa defesa de Fernando Henrique.

Mas o Tricolor tem Conca. Em jogada de esperteza, o argentino corta rápido para o meio e chuta no canto do gol de Rogério Ceni, a quem restam apenas orações para que a bola não entre. Ela passa a poucos centímetros da trave esquerda do goleiro são-paulino e atinge em cheio sua toalha e garrafa d’água.

Renato Gaúcho, que armara bem o time no primeiro tempo, novamente incorre no erro em sua substituição: tentando deixar o time mais ofensivo, ele saca Arouca – que vinha jogando boa partida até ali – e põe Dodô, o artilheiro dos gols bonitos. Essa medida escancara o meio de campo tricolor, como uma ferida aberta, e dela o SPFC se utiliza para fazer o Fluminense sangrar.
Para isso, Muricy Ramalho coloca mais um guerreiro em campo: o visigodo Aloísio, para formar a frota de tanques de carne com Adriano. E o surpreendente Aloísio entra fazendo jogada de velocidade, tabela com Adriano e desfere um golpe quase certeiro. A bola passa por sobre a meta do goleiro Fernando Henrique.

O SPFC machuca o Fluminense no buraco aberto no centro da equipe, na avenida de grama que Cícero não consegue cobrir. Numa jogada em que os visigodos batem cabeça, Adriano acaba acertando o passe para Aloísio, que, incompetente, chuta mal e erra o golpe novamente.

Mas a dupla de guerreiros, sedentos pelo sangue Tricolor, não erraria uma terceira vez. Aloísio passa facilmente por Ygor (em um dos poucos combates errados que o volante/terceiro zagueiro deu no jogo) e cruza para Adriano, livre, desferir o golpe que parecia fatal: empate do São Paulo.

Mas o coração, mesmo que ferido, ainda pulsa.


Vale ressaltar que o único triunfo do “Imperador” deu-se em uma falha de marcação de Thiago Silva (a única do jogo). Em todas as outras, o paquiderme foi anulado pelo gigante Tricolor. Um dos lances foi particularmente impressionante. Em uma bola muito longa, Adriano parte à toda para cima do jovem Thiago, que apenas protege a pelota para que ela saia em tiro de meta para o Flu. Apenas com o corpo, Thiago Silva conseguiu conter a fúria desabalada do “Imperador”, que não conseguiu chegar à bola.

Thiago Silva foi um gigante em campo. Guerreiro ferido, sem ritmo de combate, ainda assim foi perfeito em quase todos os lances (só não o foi no lance do gol); antecipações, roubadas de bola, chutes para afastar da zaga, cabeçadas, toque de bola para sair jogando...

Chegou a sentir outra contusão durante a partida, mas encheu-se do sangue de encarnado, da fidalguia tricolor, e continuou na batalha, até o final. Foi um monstro, um guerreiro incansável, guardião inabalável da zaga tricolor. Nada passava por Thiago Silva.
Hoje, Thiago Silva foi o melhor zagueiro do mundo.

E o coração, com fidalguia, ainda pulsa.


Eis que, um minuto depois do gol são-paulino, alguém surge carregando a bola, passando pelo meio dos volantes paulistas. E quem?, quem mais poderia ser?, quem mais se não Conca, Darío Conca, el mago tricolor? Ele tabela com Thiago Neves (muito mais aguerrido no segundo tempo), e, num passe pelo alto, encontra Dodô na área.

Dodô, o artilheiro dos gols bonitos, cuja entrada abrira uma ferida no time do Fluminense, restaura o corte feito por Adriano. Com a bola quicando, ele chuta, não tão bem, para o gol do SPFC.

À sua frente, Rogério Ceni, capitão do São Paulo, símbolo do clube, vencedor do prêmio de melhor atleta do Campeonato Brasileiro de 2007 segundo a CBF, considerado o melhor goleiro do Brasil. Eis que Ceni – como ocorrera na final de 2006 contra o Inter, como ocorrera na semifinal do Campeonato Paulista contra Léo Lima – falha fragorosamente. A bola, lenta, passa por entre suas pernas abertas e, ainda lenta, morre no fundo das redes: atadura na ferida tricolor, espada que fere o São Paulo.

Não fosse esse contra-golpe velocíssimo, o Fluminense estaria condenado. Mas, nessa noite, tudo dava certo para o Tricolor. O Fluminense não se entregaria por nada, o Fluminense jogaria até o fim de suas forças, e além, para tocar fogo na frieza dos números, para derrubar paquidermes intransponíveis, para superar a dureza do mundo.

E o coração, renovado, ainda pulsa.


O tempo é inexorável. O relógio está a favor do São Paulo. Renato Gaúcho lança mão de Maurício no lugar de Ygor: quer dar mais qualidade ao passe e mais chegada no ataque sem prescindir da marcação. Muricy coloca Jorge Wagner.

O ponteiro avança; a batalha está perto do final, vem num crescendo, aproxima-se o clímax.

O coração, apressado, ainda pulsa.


Joílson, em duas faltas sem necessidade no meio de campo, toma dois cartões amarelos e é expulso. O SPFC está em desvantagem numérica – ah!, os números, sempre aliados do esquema tático, sempre a favor de Muricy, sempre dando a superioridade ao SPFC, são justamente eles os carrascos! – e o Tricolor enche-se dum ímpeto, duma inspiração divina, duma força que vem sabe-se lá de onde, e avança implacável sobre a defesa são-paulina. Gabriel, Maurício, Darío Conca – ah, como merecia um gol o argentino, para coroar sua magistral atuação! –, Thiago Neves, todos atacam a baliza de Rogério Ceni, que, a despeito da falha anterior, resiste bravamente.

Mas estava escrito há dez mil anos, estava nos planos dos deuses do futebol que o Fluminense saísse vitorioso nessa noite. A luz divina incide novamente sobre o herói, o combatente que todos julgavam abatido, o guerreiro que, a despeito de seu urro de vitória no início da batalha, mantivera-se calado durante todo o resto do tempo.

É tiro de canto para o Tricolor – o relógio, inimigo, assinala 46 do segundo tempo. Thiago Neves vai para a cobrança. Estrela de brilho apagado há algum tempo, o camisa dez das Laranjeiras sempre é capaz de, num arroubo de brilhantismo e categoria, arrancar do peito um último suspiro para fazer uma jogada genial.

E ele levanta a bola, que viaja, singrando no ar, certeira, milimétrica, em câmera lenta, para o centro da área são-paulina, para o cerne, para o âmago.

O coração parece pulsar mais lentamente. Três combatentes paulistas cercam o Guerreiro Tricolor. O batimento cardíaco perde outro compasso. Washington, um gigante de 80 mil metros, ergue-se mais alto que a zaga do São Paulo, fica acima do ar, deixa o mundo mortal para trás, alcança o Olimpo.

O tempo pára.

Sozinho, inalcançável, inexorável, irredutível, impiedoso, implacável, o Guerreiro Tricolor, tão Valente quanto seu Coração de Leão, trespassa o peito são-paulino com uma cabeçada certeira, perfeita, fatal: Rogério Ceni vai ao chão, e com ele o SPFC, derrotado pelo ímpeto do único Tricolor do mundo.


E o Fluminense, com sua fidalguia, com sua valentia, com seu coração, sai vencedor. Washington, o Coração Valente, Guerreiro Tricolor, corre pra soltar seu brado final, enquanto o comandante Gaúcho desaba no chão, aos prantos, sem conseguir conter a emoção pela vitória sofrida, épica, inesquecível.

Vence o Fluminense; com a garra, a força, a raça que lhe faltara no confronto anterior; o coração valente é maior que o peito, é do tamanho do Maraca, e vence o São Paulo, vence a batalha, vence a dureza do mundo.

E, vitorioso, ainda pulsa.

15 de mai. de 2008

A dureza da Libertadores é a dureza mundo, ou os conselhos de MC Créu para vencer o São Paulo - ou ainda: Conca ensina a viver.

O palco não foi o Maraca, mas foi o Morumbi lotado. No campo, uma batalha que não chegou a ser épica, mas que foi dura e bem disputada.

Frente a frente, Fluminense e São Paulo, incluídos de maneira quase unânime entre os cinco melhores times do Brasil (completariam a lista Palmeiras, Internacional e Cruzeiro). De um lado, um time que, há algum tempo, carece de organização tática, mas que conta com grandíssimos talentos individuais. De outro, um time pobre tecnicamente, mas muito bem armado, cheio de raça e determinação. Hoje, a força prevaleceu: o São Paulo venceu por 1x0.

Logo antes de o jogo começar, Renato Gaúcho tenta inverter a lógica natural que condicionava a partida (o São Paulo sendo o time tático e o Flu, o técnico). Julgando-se estrategista, armou um esquema que, há de se admitir, era inteligente: surpreendendo a imprensa, que esperava que o técnico do tricolor carioca lançasse Arouca no lugar de Dodô, Renato sacou Conca e montou um 3-5-2 que variava pra 4-4-2.

Ygor funcionou como um terceiro zagueiro/volante. O meio-de-campo contou com Cícero e Arouca (dois segundos volantes, que deveriam cobrir os buracos e se alternarem na marcação e na subida ao ataque) e Thiago Neves.
Foi justamente nesse jogador – aclamado como um dos grandes craques do país – que residiu o erro.

A dupla Thiago Neves/Conca vinha funcionando muito bem. Mas o time certamente ficaria desguarnecido na defesa contra uma equipe forte como o São Paulo caso tivesse, no meio-campo, dois jogadores que não marcam. Por isso, seria necessário sacar um deles.

Thiago Neves só teve duas grandes atuações esse ano: contra o time de reservas do Flamengo e contra o time de cegos do Arsenal. A badalação em virtude desses jogos e da (merecida) condição de melhor jogador do Campeonato Brasileiro do ano passado foram suficientes para inflarem o ego do jogador a tal ponto que ele vestiu a máscara.

Ah, a temida máscara!, que faz com que tantos promissores talentos se afundem num mar de pretensão e não passem de promessa não-concretizada. Neves ainda não chegou a tal nível, mas vem caminhando a passos largos nessa direção.

Tendo tudo isso em mente, a melhor opção para um jogo como o de hoje seria deixar apenas o argentino Conca no time, e sacar o camisa 10. Mas Renato preferiu deixar o mascarado.

O primeiro tempo foi bastante equilibrado: o São Paulo teve mais volume de jogo e marcava bem; enquanto o Flu tocava a bola com categoria e criava boas oportunidades de gol, mas sempre errando o penúltimo passe.

As chegadas do São Paulo evidenciavam pequenas falhas de marcação: Arouca e Cícero (principalmente este) estavam subindo demais ao ataque e demorando a voltar. Assim, deixavam muitos espaços para o São Paulo armar suas jogadas.

E foi num erro desses que surgiu o gol do tricolor paulista. Adriano viu Dagoberto partir sozinho pela direita (Cícero não acompanhou) e lançou-o; Gabriel não foi marcá-lo, e o jogador são-paulino teve toda a liberdade para chutar cruzado. Fernando Henrique, falhando depois de uma seqüência de boas atuações, espalma a bola para o meio da área, onde Adriano – sabe-se lá por quê, sozinho – só teve o trabalho de empurrar para o fundo das redes, aos 19 da primeira etapa.



Uma pequena pausa para discutirmos o dito imperador, bajulado como o grande craque da partida.

Que fez Adriano no jogo: pegou bastante na bola (o que não é lá grande coisa, uma vez que o time do São Paulo joga para ele). Conduzia-a com limitada categoria, ganhava no corpo dos marcadores do Flu (nada difícil para esse paquiderme) e batia pro gol (com força, mas sem direção – chutou no meio para um estabanado Fernando Henrique colocar pra escanteio, na única boa oportunidade que teve no jogo além do gol). Ou dava um passe de cinco metros para o companheiro de equipe mais próximo.
Ele fazia isso e aproveitava o chuveirinho na área: como era Roger (uns quinze centímetros mais baixo) e não Luiz Alberto quem o marcava, não fez mais que a obrigação ao ganhar as bolas pelas alto.
Ah, ele também marcou um gol que qualquer atacante mediano faria.

Que mais fez Adriano? A resposta, meus amigos, é um sonoro “nada”. Longe de ser o craque que a mídia alardeia, Adriano não passa de um jogador razoável que tem como única virtude uma força descomunal.

Aliás, ele é mais ou menos a metonímia do time do São Paulo.

Pois bem. O primeiro tempo teve mais algumas chances criadas pelo Flu e umas poucas criadas pelo São Paulo. Termina em 1x0 para o time de Muriçoca.

Segundo tempo. Ambas a equipes retornam com a mesma escalação. O São Paulo volta absolutamente desinteressado, o grande Adriano desaparece da partida, e o tricolor parte pra cima.

Mas pára na má vontade de Thiago Neves. O principal – e, naquele momento, o único – criador de jogadas do time não corria, esperava bola no pé, errava absolutamente todos os dribles, cobrava mal as faltas e ainda tomou um cartão amarelo.
Entretanto, em um bom chute a gol mostrou que poderia decidir a partida num único lance.

O time precisa de mais um criador, sem prescindir do talento de Thiago Neves, que pode ter um lampejo a qualquer momento.
A decisão óbvia é sacar o nulo Cícero (e orientar Arouca para não subir muito ao ataque) e colocar Conca.
Mas Renato erra novamente. Tira justamente Thiago Neves, que berra impropérios e vai direto para o vestiário.

O tricolor continua com um único criador de jogadas. Mas Conca mostra a todos o que é ter raça, o que é ter determinação, o que é ter espírito de Libertadores. Mostra a Thiago Neves o que é jogar com vontade. Mostra a todos porque, junto de Valdívia, é o melhor meia do Brasil na atualidade.

O argentino correu mais que todos os jogadores de ambos os times já tinham corrido até ali; roubou bolas, armou jogadas, bateu faltas, finalizou, e fez, no final, uma jogada sensacional que por pouco não se transformou num lindo gol. Ao contrário do que disse Aloísio, atacante do SPFC, ao final do jogo, foi o tricolor paulista quem teve sorte de não sofrer gol.

No embate entre a técnica e a força, entre a habilidade e a tática, venceu a segunda. O Flu perdeu justamente porque cometeu erros táticos, e também porque lhe faltou força, gana, vontade de vencer, raça.

Se Adriano é a metonímia do SPFC, Conca é a metonímia do que o Fluminense poderia ser, deveria ser. E será, quarta-feira que vem: um time habilidoso, inteligente, mas que também corre, também luta.

Porque pra bater de frente com a zaga fechada do São Paulo, pra bater de frente com a massa compacta paquidérmica intransponível que é Adriano (Roger sozinho não agüentou) é preciso mais do que apenas técnica, e mais do que apenas força. Tem que ter disposição. Tem que ter habilidade. Créu neles.

O técnico do Fluminense não é estrategista, então temos que vencer sem dependermos da tática. Para isso, novamente, tem que ter disposição. Tem que ter habilidade. Tem que ter raça, tem que ter gana. Tem que ter categoria e inteligência.

Porque assim é a Libertadores. Tanques de carne e de força e de vontade que não vão te deixar passar, vão te esmagar como um rolo compressor, a não ser que se demonstre igual força, igual vontade. E, somado a isso, a habilidade que eles não têm, a técnica que eles não têm, para então superá-los.

Para se vencer num mundo de brucutus e Bocas, Adrianos e Muriçocas, é preciso ser o Conca. Para agüentar as porradas da vida, é preciso ser o Conca. Para passar pelos pequenos percalços do cotidiano ou pelas grandes batalhas épicas, é preciso ser o Conca. Onze Concas jogando a vida na quarta-feira, 70 mil Concas gritando no Maracanã lotado, gritando até fazer eco, eco, eco, éconca, éconca, é Conca...

A defesa fechada do São Paulo te dá tantas porradas quanto a vida, e a dureza da Libertadores é a dureza do mundo: pra dançar a dança da vitória, tem que ter Conca.
Tem que ser Conca.

Sem fazer força, Vasco confirma a vaga nas semi-finais


Nessa quarta-feira, a tarde, o Vasco venceu o Corinthians/AL novamente, dessa vez por 3x1, jogando em Maceió e se classificou para as semi-finais da Copa do Brasil. A partida realizada às 15h, em razão da falta de iluminação do acanhado Estádio Nelson Feijó (5 mil lugares), foi decidida logo no início. O Gigante da Colina espantou a zebra alagona, que já eliminara Atlético/PR, Paranavaí e Juventude, somando um placar de 8X2 no confronto. Pela sexta vez o Almirante chega à fase semi-final da Copa do Brasil, ficando a 4 jogos do título inédito.

O Vasco, que entrou com a vantagem do 5x1 de São Januário, poupou os titulares alagoanos, Wagner Diniz e Morais. Amigos de infância, que receberam calorosa recepção na chegada da equipe à Maceió, Pablo e Alex Teixeira os substituiram e formaram uma bela dupla, que criou a maioria das jogadas vascaínas pela direita, na etapa inicial.

Aos 27 minutos da primeira etapa, já estava decidido o confronto. A equipe cruzmaltina abriu 2x0 - com Leandro em bela arrancada e drible no goleiro, após lançamento de Edmundo e Alex Teixeira em jogada individual com direito a pedalada - assim os alagoanos precisavam marcar 7 gols para seguirem na competição. O Corinthians/AL chegava ao gol vascaíno no primeiro tempo, mas Tiago garantia o zero no placar. Com a vaga praticamente assegurada, o Vasco diminuiu o ritmo, não encontrou resistência e assim transcorreu o "amistoso".

No intervalo, Lopes sacou a dupla Pablo e Alex, escalando Wagner Diniz - para delírio da torcida vascaína de Maceió - e Vilson - dessa vez não teve delírio de qualquer torcedor, Rodrigo Antônio passou a atuar como volante. O segundo tempo seguiu morno, com inúmeros passes errados e faltas. O Corinthians/AL aproveitou o desinteresse da equipe da colina e dominou as ações, porém sem maior eficiência no ataque. Em uma falta, cobrada de longa distância, por Nil, os alagoanos descontaram, 2x1. Tiago falhou no golpe de vista. Aos 36 o goleiro vascaíno se recuperou, ao salvar clara chance de gol de Nélio, de frente para meta. O "amistoso" ainda teve uma grande defesa do goleiro Veloso ao 43, em belo chute de Edmundo. O capitão cruzmaltino ainda deixou Rodrigo Antônio de frente para o pobre Veloso, que não pode evitar o terceiro gol dos cariocas, enfim classificados, 3x1. Edmundo será poupado para o jogo de sábado, às 18:10, contra a Lusa, pelo, então, pouco prestigiado Brasileirão.

O Vasco enfrenta na próxima fase o Sport, que reverteu o confronto contra o então favorito ao título, Inter. A CBF sorteia nessa quinta a ordem dos jogos das semi-finais, que conta também com Corinthians e Botafogo. Não vejo vantagem em deicidir em casa ou fora, em São januário o Vasco abriu vantagem que não foi revertida por Criciuma e Corinthians/AL. Até estou achando bom abrir o confronto dando logo uma porrada em pleno caldeirão e jogar a volta só esperando o adversário se expor. Sem tomar gol em casa, a classificação já fica bem encaminhada. Num possível confronto contra o Botafogo, na final, os jogos devem sem em São Janu e no Estádio João Havelenge, da prefeitura, como anunciou o Vice de Futebol Vascaíno, José Luiz Moreira. "Os cães ladram e a caravela segue".

VASCO: Tiago, Rodrigo Antônio, Luizão e Jorge Luiz; Pablo (Vilson, intervalo), Jonílson, Leandro Bomfim (Souza, 46'/2ºT), Alex Teixeira (Wagner Diniz, intervalo) e Madson; Leandro Amaral e Edmundo. Técnico: Antônio Lopes.
Fonte: GloboEsporte.com (foto)

13 de mai. de 2008

A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena


Sim, eu sei que pelo título parece que farei uma defesa do bom comportamento no futebol. Mas não é pra isso que estou aqui. Brincadeiras à parte, um fato curioso passou quase despercebido pela imprensa e pelos próprios torcedores do Botafogo (inclusive eu): a eliminação dos dois maiores algozes do nosso time nas últimas temporadas. Chororô aqui, chororô lá, no fim o maior pranto não foi nosso, mas sim de outras duas torcidas, grandes, é verdade, mas também muito odiadas.

Há quem diga que é mais um capítulo da maldição alvinegra, a mesma que levou (sim, nós acreditamos que “nós” levamos a isso) o vesgo - gaúcho com cara de baiano – cumpadi washington Claiton a ter atuações pífias e ser escorraçado com gosto do Flamengo, após um episódio de muita ganância e prepotência no qual trocou as cores do Botafogo pelas do já citado time. Outro alvo atingido em cheio foi Dodô, que, não satisfeito em anunciar sua saída antecipadamente do time quando este ainda disputava alguma coisa no campeonato, foi parar no Fluminense, aquele que é o segundo rival mais odiado. Neste caso, o mais curioso foi ver que o próprio jogador sentiu que a macumba tinha sido forte e proferiu belas palavras de desabafo após (mais) uma jogada equivocada.

Há quem diga também que isso é inveja enrustida, um papo meio paulovazniano de vergonha e culpa, que eles (os eliminados) fazem o que nós queríamos fazer, no caso, disputar a Libertadores. É uma hipótese também considerável, afinal, vamos ver. Nós também devemos nos preocupar se o Cuca fumou um baseado de alta qualidade ao enxergar qualidades num tal de Bruno Costa e, não satisfeito em escalá-lo como titular, ainda disse que ele foi muito bem! Também temos outro problema: um casal de quero-queros com certeza levaria mais perigo ao adversário do que o glorioso Zé Carlos, que recebeu com honras (e seu costumeiro sorrisinho inseparável) o prêmio de um dos piores jogadores do campeonato pelo nosso querido Blog Ecos do Maraca.

Mas sejamos sinceros e ponhamos lenha na fogueira: não é (MUITO) legal ver aquele time que acabou com seu fim de semana e sua cervejinha se fuder de verde e amarelo (ou de azul, branco e com um solzinho ainda por cima)? Ver se estrepar aquele que tira uma marra tremenda porque venceu o teu time mesmo sendo muito inferior é sempre bom. E o melhor é quando isso acontece pagando-se na mesma moeda: a inferioridade qualitativa do Flamengo em 2007 (não em 2008) mudou de lado e foi o América que se classificou com um quinto das finalizações do adversário. A inferioridade quantitativa do River em 2007( 9 contra 10) mudou de mãos quando o San Lorenzo ficou com dois a menos e mesmo assim buscou dois gols. E tudo dentro de seus domínios! É uma sensação de “fez-se justiça” que, ao mesmo tempo, não traz o título de volta, mas dá um gostinho de “sente o que eu senti”. Beth Carvalho (ilustre botafoguense), em suas sábias palavras, disse: “Chora, não vou ligar/Chegou a hora, vais me pagar/ Eu vou festejar/o teu sofrer, o teu penar”.

Vingança é coisa de gente mesquinha, né, mas quem não chutaria o balde da mesquinhez quando este vem com uma etiqueta escrita “Flamengo” ou “ Qualquer time argentino que tenha te eliminado traumaticamente”? É a atitude que tira o choro de nossos aspectos e o transforma em sorriso, é escroto, mas é natural. Ou bate ou chora.


Por Igor Santos (colaborador free lancer).

12 de mai. de 2008

Primeiros Ecos do Brasileirão 2008

Introdução por Igor Santos

Bem , amigos, chegou a hora de pegar aquele suco de groselha com um biscoitinho presuntinho e sentar na poltrona pra ver tudo que é jogo no fim de semana(durante a semana é Coca no sujinho e cadeira quebrada). Começou nesse fim de semana mais um Brasileirão, sem Kakás, sem Robinhos, sem Travequinhos, mas com Ediglês, Calixtos e Torós. E começou bem fuleiramente: muitos times mandaram times reservas a campo com a desculpa de terem jogos importantes no meio-de-semana. Resultado: jogos modorrentos. E eu não duvido nada que esses jogos importantes sejam tão ruins quanto os de ontem e hoje. Parece ser um castigo dos Deuses do futebol. A se destacar, apenas o bizarro empate em 5 gols entre Portuguesa e Figueirense, que nem com seus times titulares conseguiram fazer um jogo decente . Ah, e as derrotas de todos os times grandes paulistas. Mas segue agora o que realmente importa: um apanhado do que nossos malemolentes onzes cariocas demonstraram nessa rodada de abertura:

FLAMENGO 3 x 1 SANTOS
(por Felipe Schmidt)

Mesmo jogando em um Maracanã vazio, o Flamengo superou a falta de sua torcida e venceu o time reserva do Santos por 3 a 1. Marcinho, Ibson e Juan fizeram os gols, com Moraes descontando para os paulistas.

Foi um jogo tranqüilo para o Fla. A equipe santista não levou perigo em momento algum para os rubro-negros, que tiveram um maior volume de jogo e logo abriram boa vantagem. Caio Júnior manteve a equipe do desastre da última quarta-feira, talvez até para dar confiança aos jogadores. Algumas mudanças, entretanto, já puderam ser observadas: Kléberson jogou pela direita, ajudando Léo Moura, enquanto Ibson esteve mais avançado. Destaque ainda para Marcinho e Juan, que marcaram um gol e deram passe para outro, e Jaílton - acredite! -, seguro na defesa. Por outro lado, Souza continuou sua péssima fase e Léo Moura esteve desinteressado - no único momento em que resolveu correr, armou o gol de Juan.

No mais, uma exibição segura da equipe, embora não tenha sido muito exigida pelos fraquíssimos reservas santistas. De qualquer forma, um resultado bom para diminuir o fantasma da eliminação da Libertadores e dar confiança ao grupo para a seqüência do Brasileiro.


BOTAFOGO 2 x 0 SPORT
(por Rodrigo Paradella)

Ao contrário do Maracanã, o Engenhao não estava fechado nesse domingo, mas contou com o menor público do Botafogo no estádio: pouco mais de 2.000 pessoas. O motivo do protesto que gerou esse baixo número parece besteira – e é: as torcidas organizadas resolveram não ir para o Engenho de Dentro por serem contra a nova política de ingressos do clube, que não mais reservará meias entradas para as to’s, que, apesar de pagarem ingresso, não enfrentavam fila ou apresentavam documentos para meia-entrada. Tudo isso devido a brigas na semana anterior à final do Estadual, causadas pela falta de ingressos – anteriormente reservados com a diretoria – para os componentes que vieram de fora do Rio.

Quanto ao jogo, pouco de importante, apenas a vitória e os três pontos conquistados, apesar do time misto escalado pelo Botafogo. Como era de se esperar, não foi uma grande partida, já que o Botafogo poupou grande parte de seu titulares e o elenco alvinegro não é dos maiores. O alvinegro jogou para o gasto e venceu o Sport, embora com alguma dificuldade. O jogo foi equilibrado e o Botafogo quase foi surpreendido pelo Sport, contando até com a sorte em três lances protagonizados por Romerito. No primeiro, Romerito contou com a falha de Renan, que saiu mal do gol, mas não soube aproveitar o gol aberto na sua frente, No segundo, Romerito quase marcou quando recebeu, em posição irregular, a bola e chutou em cima de Renan. No último, Romerito chutou com força, Renan espalmou e Carlinhos Bala marcou o gol anulado erroneamente pela arbitragem, que assinalou impedimento.

Quanto a falta de luz, causada por uma pane nos computadores que gerenciam a iluminação do estádio, apenas a constatação de que o Botafogo ainda não tem o know-how necessário para administrar um estádio como o Engenhão, mas isso só se aprende com o tempo e com as falhas. Bola pra frente.

No geral, boa vitória para o Botafogo, que agora segue tranqüilo para o jogo decisivo de quarta –feira contra o Galo.

ATLÉTICO-MG 0 x 0 FLUMINENSE
(por Gabriel Ritter)

De olho nas difíceis partidas de mata-mata que têm pela frente, Atlético-MG (que joga quarta contra o Botafogo, pela Copa do Brasil) e Fluminense (também joga quarta, pela Libertadores, contra o São Paulo, no Morumbi) colocaram os reservas em campo e fizeram uma partida de estréia no Brasileirão bastante chocha. O resultado não poderia ser diferente: 0 a 0.

O jogo foi bastante equilibrado: o Atlético-MG tinha Petkovic, que armou boas jogadas, mas o Galo desperdiçou-as todas; tanto pela incompetência dos atacantes substitutos, quanto pela sólida defesa tricolor. O Flu, por outro lado, jogou na base do contra-ataque, pois, além de estar jogando fora de casa, contava apenas com dois titulares na equipe (Fernando Henrique e Arouca, que, depois de tantas atuações ruins, espantosamente foi o melhor tricolor em campo). O resto do time foi poupado; então, dá-lhe garotada em campo. Vários vieram direto das categorias de base, e faziam sua estréia no time profissional.

A garotada do Flu deu conta do recado, e fez uma boa partida. A marcação foi boa (e até o Fabinho teve uma atuação razoável), o meio-campo produziu boas jogadas. Só o ataque deixou a desejar, principalmente porque Tartá, com alguma experiência entre os profissionais, teve uma lesão muscular logo aos quatro minutos de jogo.

No final, o empate talvez tenha sido um resultado justo; bom pro Flu, ruim pro Galo. Entretanto, pode ter sido frustrante pra ambos, uma vez que tanto o time mineiro quanto o tricolor carioca tiveram boas chances de balançar as redes. E, tratando-se de um campeonato de pontos corridos, nunca se sabe: no final, os pontinhos dessa partida podem acabar fazendo falta, e o inútil exercício hipotético se mostra inevitável: e se um deles tivesse resolvido não poupar os titulares?
Que o descanso deles valha a pena e se converta em um bom resultado na quarta.
Vamo pra cima do Sumpaulo.

INTERNACIONAL 1 x 0 VASCO
(por Thiago Etchatz)

A estréia do Vasco no Brasileirão 2008, no Beira-Rio, contra o Inter foi marcada pelas faltas. Infrações em excesso cometidas pelas duas equipes, além da carência técnica do jogo. Também faltou Edmundo, faltou empenho por parte do Leandro, faltou inspiração pelo Morais, faltou cacoete de atacante ao Villanueva – após 5 meses estreou em um jogo oficial - e sobrou Alan Kardec e os já costumeiros moles da zaga nas bolas alçadas na área. O Inter, com o time reserva, apresentou um futebol limitado à correria e forte marcação, que anulou o armador vascaíno Morais. Este foi substituído por Alex Teixeira, que entrou e deu mais dinâmica ao ataque cruzmaltino.

O gol que decidiu a partida saiu aos 2 minutos de jogo, após um escanteio, no qual como Lopes definiu: a zaga bobeou. O zagueiro Sidney subiu sozinho no primeiro pau e cabeceou sem chances para Tiago, no ângulo esquerdo. O treinador reiterou que a jogada havia sido treinada e estava definida a função de cada defensor vascaíno. O primeiro tempo foi triste, pouquíssimas finalizações, o bom futebol passou longe.

No segundo tempo a equipe de São Januário voltou melhor, méritos para Lopes que tirou Madson e pôs Pablo, não foi uma tarefa das mais difíceis. Criando exclusivamente com Wagner Diniz, pela direita. Já no fim o Vasco teve 3 boas chances, desperdiçadas por Rodrigo Antônio (um dos poucos que foi bem), Leandro – em grande defesa do jovem Renan da Seleção Olímpica, destacada na foto – e Villanueva. Em um lance duvidoso, Alex Teixeira caiu dentro área após ser tocado por Ricardo Lopes. No entanto o juiz Sálvio Espíndola marcou apenas o tiro de meta. O jogador já estava caindo quando tocado pelo adversário.

Na quarta, o Vasco vai à Maceió para o jogo de volta das quartas da Copa do Brasil contra o Corinthians/AL. Edmundo tem presença garantida e Jean segue lesionado. No sábado – o jogo que seria no domingo foi transferido – às 18h10min o Vasco recebe a Portuguesa em São Janu.

10 de mai. de 2008

Guia do Brasileiro - Libertadores é a meta para o Botafogo.

Com um baixo poder de investimento comparado aos principais candidatos ao título nacional - Palmeiras, Inter e Cruzeiro -, o Botafogo volta as suas atenções para a disputa por uma vaga na principal competição da América do Sul, a Libertadores. A falta de dinheiro em caixa impede o clube de contratar muito mais do que 11 jogadores de qualidade, por isso a maioria das peças de reposição da equipe são jogadores baratos, ou seja, revelações, veteranos ou jogadores provenientes de clubes menores. Para se ter idéia, a folha salarial do São Paulo campeão do ano passado ultrapassava - e muito - os R$2 milhões, enquanto a do Botafogo de 2008 não deve passar de R$1,2 milhões, o que faz diferença na hora de contratar as peças de reposição, enquanto o reserva do ataque tricolor era Borges ou Aluísio - os 2 revezavam -, o atacante reserva do Botafogo para esse ano é Fábio, que tem salário muito menor do que seus adversários paulistas.


A briga pela Libertadores será igual: Flamengo, Fluminense, São Paulo, Cruzeiro, Vasco, Inter e Palmeiras são os principais adversários do Bota em busca da vaga entre os 4 primeiros do Brasileiro. Desses, apenas o Vasco tem time ligeiramente inferior ao do Glorioso, o resto é do mesmo nível - a maioria - ou superior - Cruzeiro, Inter e Palmeiras. Essas comparações não levam em consideração o aspecto das peças de reposição, já que alguns devem se reforçar - principalmente Botafogo e São Paulo - e outros podem perder jogadores importantes - Flamengo, Cruzeiro e Fluminense, principalmente.



O Botafogo terá ainda uma nova arma nesse brasileiro, o Engenhão. O retrospecto da equipe no melhor estádio do Rio é sensacional, foram apenas 3 derrotas em mais de 15 partidas, sendo 2 delas com time misto e a outra para o bom time do Santos, enquanto o Bota estava em crise, no fim do ano passado. Serão 19 partidas disputadas em casa, sendo 3 delas clássicos com apenas 10% de ingressos para os visitantes, ou seja, um bom desempenho - como é esperado - em casa pode levar o Botafogo a alcançar seu objetivo de ir à Libertadores.

Escalação Prevista:

Castillo ou Renan;

Alessandro, André Luiz ou Ferrero, Renato Silva e Triguinho;

Diguinho, Túlio, Lúcio Flávio e Carlos Alberto ou Zé Carlos;

Jorge Henrique e Wellington Paulista.


Palpites:

Destaque:



Na melhor fase da carreira, Wellington Paulista deve ser o grande jogador do Botafogo no Brasileiro. Seus gols já decidiram algumas partidas para o Alvinegro no Carioca e na Copa do Brasil e a expectativa é de que seja ainda mais decisivo no Brasileiro. Outros destaques: Cuca e Lúcio Flávio.

Posição Final no Brasileiro:

Penso que o Bota deve terminar o Brasileiro entre a 4º posição e a 7º.

Revelação/Surpresa:



Acredito em um bom campeonato de Carlos Alberto, que vai encontrar um time bem armado e que precisa de um jogador que tenha exatamente suas caracteríticas: jogador que sabe conduzir a bola com qualidade e que pode decidir uma partida em lance individual. Acredito também que o zagueiro Eduardo deve começar a conquistar sua vaga como titular ainda nesse Brasileiro.

Fotos: GE.com e GloboOnline.com

9 de mai. de 2008

Botafogo empata em Minas e empurra a decisão para o Engenhão.



Apesar de ter um time considerado superior, o Botafogo não conseguiu se impor diante de um Atlético Mineiro empolgado com a grande presença de sua torcida - 43.086 pagantes - no Mineirão. O alvinegro teve duas boas chances e jogou melhor durante boa parte do primeiro tempo, saindo bem organizado no contra-ataque. As duas chances saíram dos pés de Fábio, substituto de Wellington Paulista, que mandou uma na trave e a outra no travessão, em bom chute da entrada da área. O Galo dominava a posse de bola, mas era muito desorganizado, apesar disso também teve boas chances.

No segundo tempo, domínio amplo do Galo, mas com extrema dificuldade na hora de finalizar as jogadas. A defesa do Botafogo, totalmente desorganizada e perdida em muitos lances, foi constantemente ameaçada pelos ataques do time mineiro. Para a sorte do Bota, o time do Galo perdeu chances simplesmente inacreditáveis, algumas por falta de qualidade técnica, outras por falta de sorte.

O saldo final é o menos desfavorável para o Galo - que não venceu em casa - e o menos favorável para o Bota - que não perdeu fora, mas não pode empatar em casa. Enfim, a decisão fica para o segundo jogo do confronto, no estádio mais moderno da América Latina, o Engenhão. Lá o Botafogo tem a vantagem de conhecer como ninguém os atalhos do campo e contar com a presença da torcida, que deve comparecer mais uma vez, como tem feito em todas as partidas na Copa do Brasil.

Fla eliminado da Libertadores: 3 a 0 América

Depois de uma derrota como essa, há pouca coisa para se entender ou explicar. É daquelas zebras que ficam marcadas na história do clube e fazem a festa dos rivais. Algumas coisas, porém, precisam ser esclarecidas: o Flamengo não perdeu porque Fábio Luciano não jogou, nem porque fez festa para Joel antes da partida. Perdeu porque pensou que o adversário era peso morto. Perdeu porque subestimou, não só o América, mas também o Futebol, assim mesmo, em letra maiúscula. O mesmo Futebol que fez o Botafogo perder para o River, que levou o Fluminense à terceira divisão ou ajudou o Gama a eliminar o Vasco no dia em que supostamente sairia o gol mil de Romário.

Deixando a filosofia de lado, o jogo foi bem atípico. Quem olha o placar pensa que o América dominou a partida. Na verdade, os mexicanos ficaram atrás durante toda a partida e marcaram seus gols em chegadas esporádicas ao ataque: dois chutes lascados de Cabañas e um contra-ataque. O Flamengo jogou como se estivesse em desvantagem desde o começo, enervou-se à toa e não soube controlar o jogo.

Para a seqüência da temporada, será necessário superar a decepção. Caio Júnior precisa de tempo para reorganizar a equipe. A estréia no Brasileiro em um Maracanã de portões fechados, ironicamente, será da melhor forma possível, embora a torcida tenha agido de forma relativamente pacífica à derrota - apedrejamento de ônibus à parte.

Pensando em elenco, o Flamengo tem uma equipe forte, que pode, sim, brigar para voltar à Libertadores.Para isso, o trauma psicológico decorrente desta eliminação não pode afetar os jogadores por muito tempo, nem servir de desculpa para um hipotético começo ruim de Brasileiro.

Enfim, a recuperação do Flamengo neste ano, na medida do possível, passa muito mais pela cabeça dos jogadores do que tecnicamente, embora uma mudança de comando também esteja acontecendo. Entretanto, Caio Júnior terá todo o campeonato para acertar a equipe, enquanto os problemas psicológicos podem incluir, além da decepção da eliminação, os atrasos de salários e a insatisfação com a reserva.

Há muito a ser feito, e provavelmente o Flamengo vai demorar para deslanchar - se deslanchar - no Brasileiro. A esperança é que o jogo de quarta-feira sirva de exemplo para o grupo e marque uma mudança de mentalidade nos jogadores.

Quem estava com problema de gozar nesse dia gozou com certeza, gozou sem precisar fazer força



O título dessa postagem foi proferido pelo presidente Eurico Miranda, quando descrevia a noite da última quarta do torcedor vascaíno, ao repórter Felipe Andrade da Rádio Bandeirantes. Realmente foi uma noite especial, São Januário estava lotado e o Vasco deu um grande passo rumo à semi-final da Copa do Brasil ao golear o Corinthians/AL por 5x1.

O trabalho de Antônio Lopes merece ser destacado. Há quem defenda que os três zagueiros juntos não dão um - argumento ratificado pelo gol da equipe alagoana - porém o time está menos vulnerável e podendo aproveitar a ofensividade de seus alas. Madson como ala esquerdo foi um ótimo achado do ex-delegado. O então meia andava sem prestígio na colina desde a chegada de Celso Roth e acabou emprestado ao Duque de Caxias e América/RN. Madson mostrou a habitual habilidade e muito vigor físico, parece que a camisa 6 tem um definitivo dono.

O caos no trânsito ao redor do estádio e a grande procura por ingressos, intensificada pela tradicional desorganização nas bilheterias (farra dos cambistas), confirmava a expectativa de casa cheia. Quando a equipe entrou em campo houve o tradicional canto do nome de cada jogador, menos de um. Leandro Amaral precisaria mostrar empenho e reviver as boas atuações para readquirir o respeito da torcida. Essa fez sua parte ao lotar o estádio, sendo necessário abrir o espaço destinado à torcida visitante para acomodar os vascaínos que ainda entravam nas arquibancadas durante todo o primeiro tempo. O estranho público pagante de 20245 foi vaiado pela torcida, visto que muitos tiveram de ficar de pé no alambrado para assitir ao jogo em um estádio com supostamente mais de 30 mil lugares (a final da Libertadores de 1998 registrou cerca de 37 mil torcedores).

O gol do Corinthians logo aos 2 minutos, após uma furada de Eduardo que sobrou para Reinaldo Alagoano fuzilar Tiago, fez o torcedor vascaíno lembrar de passados insucessos na Copa do Brasil dentro de São januário, ainda mais que com 1 minuto Leandro Amaral perdeu um gol incrível depois de bela assistência de Edmundo. Os cruzmaltinos acusaram o golpe, a torcida pressionou. Mas em noite de caldeirão transbordando, a vitória era questão de tempo. O time capenga, que se limitava a jogar pela direita, com Wagner Diniz e Morais, teve a opção do promissor Madson, que mostrou desenvoltura como ala. O Corinthians não suportou a pressão e Jota fez contra aos 22 o gol de empate. O Vasco seguiu impondo seu jogo e chegou a virada com Edmundo, aos 36, após ótima jogada de Wagner Diniz que teve grande atuação.

No segundo tempo os alagoanos partiram para cima e jogaram de igual para igual, assutando em duas jogadas perigosas, salvas pelo goleiro Tiago, uma em difícil cabeçada rente ao pé da trave. O camisa 10 do Corinthians - Daniel - levava vantagem sob a defesa vascaína e criava as melhores jogadas dos visitantes. Com espaço para contra-atacar, a equipe da colina aproveitou para ampliar a diferença no saldo de gols do confronto. O terceiro saiu aos 13 minutos, depois de lançamento de Edmundo para o veloz Madson, que cruzou para trás e achou Morais livre, o camisa 98 (camisa comemorativa que relembra o título da Libertadores) finalizou cruzado de esquerda, sem chances para o goleiro Veloso. Aos 20, Leandro recebeu de Wagner Diniz e sozinho na área finalizou com o seu habitual toquinho por cima do goleiro, já atirado ao chão. A torcida apaludiu o centroavante após pedido de Edmundo, com exceção do Tiago, os demais jogadores abraçaram o reestreante. Em uma tabelinha, com o próprio Leandro, Edmundo fez o quinto e fechou o placar.

A noite foi completa. Com a boa vantagem adquirida nas qurtas-de-final da Copa do Brasil e com o já esperado resultado do Maracanã. Na comemoração de um dos gols, um copo plástico foi atirado próximo ao bandeirinha que relatou o fato a o juíz. Porém o responsável foi identificado e responderá judicialmente, assim o Vasco se livrou de perder o mando de campo em futuras partidas por campeonatos nacionais. O jogo de volta será na quarta que vem, às 15h no Estádio Nélson Feijó em Maceió, que não possui iluminação, com transmissão da TV fechada. Domingo o Vasco enfrenta o Inter no Beira-Rio às 16h com transmissão da TV aberta. Edmundo deve ser poupado e Jean contundido é dúvida.

FICHA TÉCNICA VASCO 5 X 1 CORINTHIANS-AL

Estádio: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 07/5/2008 - 19h30min (de Brasília)
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha(GO)
Auxiliares: Ednilson Corona (Fifa-SP) e Fabricio Vilarinho da Silva (GO)
Renda/público: R$ 214.220,00/20.245 pagantes
Cartões amarelos: Morais, Wagner Diniz, Vilson (VAS); Fábio Neves, Maizena, Jota, Daniel, Selmo Lima (COR).
GOLS: Reinaldo Alagoano, 3'/1ºT (0-1); Jota, 21'/1ºT (contra/1-1); Edmundo, 36'/1ºT (2-1), Morais, 13'/2ºT (3-1), Leandro Amaral, 20'/2ºT (4-1), Edmundo, 25'/2ºT (5-1).

VASCO: Tiago, Vilson, Jorge Luiz e Eduardo; Wagner Diniz, Jonílson, Leandro Bomfim (Pablo - 43'/2ºT), Morais (Alex Teixeira - 37'/2ºT) e Madson (Calisto - 33'/2ºT); Leandro Amaral e Edmundo. Técnico: Antônio Lopes.

CORINTHIANS-AL: Veloso, Maizena (Carlos Renato - 27'/2ºT), Selmo Lima e Wilson; Rogerinho (Claudinho - 16/2ºT), Jota, Du, Daniel e Irineu (Tozin - 14'/2ºT); Fábio Neves e Reinaldo Alagoano. Técnico: Gilmar Batista

Fonte: Lancenet (ficha), Youtube (vídeo) e NetVasco (foto)

Flu joga miúdo e vence o Nacional (COL). "Mas venceria o Boca?" - eis a questão.

Terça-feira. 18h30. Hora do rush.

Trabalhadores enfrentando o trânsito infernal, loucos pra chegarem em casa.
Com exceção de cerca de trinta mil fiéis torcedores que, ignorando o incômodo do horário de jogo absolutamente esdrúxulo, foram ao Maraca torcer pelo tricolor, no segundo jogo das oitavas da Liberta. O Flu poderia perder por 1x0 que se classificaria.

O time de Renato Gaúcho colocou o regulamento embaixo do braço e jogou apenas o suficiente para vencer.

O suficiente para vencer o Nacional de Medelín, diga-se de passagem.
Gabriel continua a não jogar nada. Foi substituído por Carlinhos no fim. O puxão de orelha foi bom, o filho do saudosíssimo Wladimir bem que poderia esquentar o banco na estréia do Brasileirão, contra o Atlético-MG. Com uma bunda daquele tamanho, ficar sentado não é problema.

Thiago Neves é outro que só joga quando quer. Anda em campo, fica esperando bola no pé, e quando a tem, tenta lances de efeito. Se é pra ir pro Manchester, que vá logo e não afunda o time. Entra dinheiro em caixa e o tricolor ainda teria tempo de arranjar outro meia razoável.

Ou então veste a camisa e joga. Põe raça nessa porra. Sua. A torcida suou pra comparecer ao estádio nesse horário bizarro. O mínimo que 'cê pode fazer é correr em campo, brigar, dar o sangue, e agradecer quando o Renato te substituir e você sair de campo com a torcida gritando o seu nome, mesmo que não tenha jogado nada.
O Dodô, de volta depois de dois meses parado, também esteve sumido no jogo, mas pelo menos esse tem alguma desculpa.

Washington está em fase absolutamente pavorosa. Verdade que as bolas pouco chegaram a ele na noite de terça; mas, nas poucas vezes em que a teve sob seu domínio, se enroscou e acabou sendo desarmado.

Em meio à apatia dos que jogam sem vontade, nem deu gosto de ver quem corre, sua, dá o sangue.

As melhores oportunidades surgiram pela esquerda, porque o Júnior César correu pra cacete, mesmo não estando particularmente inspirado.

Conca também jogou com a raça de sempre, e as melhores oportunidades surgiram das tabelas entre ele e o Zack do Power Rangers, o lateral-esquerdo do Flu.

Entretanto, o grande destaque da partida era o homenageado da noite, que nem recebeu tantas felicitações quanto merecia.

Roger, substituindo Thiago Silva, com estiramento na coxa, faria sua centésima partida pelo tricolor carioca. O herói do título da Copa do Brasil jogou como sempre joga: com o sangue, com a alma, com espírito de Libertadores; correndo o campo inteiro.

E, como na final contra o Figueirense, foi recompensado: fez, de cabeça, o único gol do jogo sem-graça, que deu ao Flu a classificação para as quartas-de-final. Obrigado, Roger.


Jogando miúdo, o tricolor carioca não teve dificuldades pra vencer o Nacional. Venceu mais uma das pequenas batalhas do cotidiano.

Ainda bem, porque recentes exemplos mostram que nem todos têm a mesma sorte quando jogam miúdo. Jogam miúdo, mas com pompas de grande espetáculo, grande festa, grande despedida. Que riem quando perdem gol, que viram as costas pro adversário, que acham que cachorro ferido é cachorro morto.

Isso aqui é Libertadores, rapá.

E, daqui em diante, nenhum jogo mais vai ser uma pequena batalha do cotidiano. Porque é chegada a hora das batalhas épicas da Libertadores, os grandes jogos guerreados até o fim, nervos à flor da pele, Grêmio x Peñarol.

Adriano é melhor que Muñoz. É melhor que Cabañas.

Maracanazzos evidenciaram: os fracos não têm vez.

Não é mais hora de jogar joguinho fácil... correndo pouco... volta andando. . . toquinho de lado. . . Maurício no lugar de Neves. . . vou pra Europa. . . decido em casa. . .

É hora de jogar como se não houvesse amanhã, é hora de ir à guerra, é hora de extremismos babacas e sem sentido que não valem nem na guerra nem no amor, só valem no futebol, vencer ou vencer, matar ou morrer, sobreviver ao Morumbi e ao Maraca (e dêem graças por não precisarem sobreviver ao Bombonera), dizer: "joguei com raça, ganhei do São Paulo, e, sim, venceria o Boca".

Porra nenhuma de "o show tá começando".

Isso aqui é guerra, e já começou.

8 de mai. de 2008

Fim de Jogo! Parte II - Os Piores


Como prometido, aqui vai a seleção dos piores do Campeonato Carioca 2008...

Os Piores:

- Diego

Na única partida em que disputou - Fluminense 4 x 1 Flamengo - sofreu 4 gols, tendo falhado em 3. Depois dessa "grande" atuação, Joel, que vinha poupando Bruno para a Libertadores, desistiu de poupar o goleiro e quando foi obrigado a poupá-lo escalou o desconhecido Marcelo Lomba.

- Túlio Souza

Quando atuou como volante não convenceu, mas o pior aconteceu quando foi improvisado na lateral direita no primeiro jogo da final, Túlio Souza foi sacado por Cuca após tomar um amarelo, e quase ser expulso, nos primeiros minutos do jogo, quando vinha sofrendo pra marcar Juan.

- Vilson

Fraco tecnicamente e atabalhoado. Fez um péssimo Campeonato Carioca.

- Luisão

Muito mal no campeonato.

- Calisto

O mais testado dentre os bizarros - e fraquíssimos - laterais-esquerdos do elenco do Vasco.

- Ygor

Veio para o Flu como indicação de Renato Gaúcho, mas já volta a ser chamado de PerYgor, relembrando a "excelente" fase no Vasco.

- Jaílton

Pergunte a torcida do Flamengo...

- Íbson

Não manteve o bom futebol da temporada passada. Entra para a lista por ter sido a grande decepção do estadual, não jogou nada.

- Zé Carlos

Começou muito bem, como artilheiro do Botafogo inclusive, mas caiu muito de produção na Taça Rio e foi muito mal nas finais do Carioca, muito mal mesmo, bisonho.

- Alan Kardec

Não foi dessa vez que o jovem "incorporou" o Roberto Dinamite e, ainda por cima, arrumou uma demissão espírita para Romário, minutos antes de uma partida.

- Souza

Muita confusão e polêmica, pouco futebol e raros gols. Esse só é artilheiro no Winning Eleven...

Técnico:

- Romário

Não venceu nenhum clássico como técnico e se demitiu em estranha confusão com Eurico Miranda.

PS: Em breve: os personagens...