29 de jun. de 2008

Revolução Espanhola

Antes do início da partida, já sabíamos quem seria o maior vencedor do dia: O futebol. Isso é dito porque chegaram à final da Eurocopa duas seleções que mereceram estar lá, porque apresentaram qualidades para isso. A Alemanha foi bem na fase de grupos, só tropeçando no jogo contra a Croácia. Na fase de mata-mata, ganhou de Portugal com autoridade, apresentando um futebol ofensivo, rápido, eficaz. Venceu a Turquia mostrando enorme força de vontade e dedicação. Quem também chegou foi a Espanha. A Espanha? É, essa mesmo. Equipe com a melhor campanha do torneio, a seleção espanhola chegou invicta à decisão, jogando um futebol bonito, de garra e belos passes, além de possuir a melhor dupla de ataque da competição, formada por Torres e Villa. Portanto, ambas mereciam estar no estádio Ernst-Happel, em Viena.



Não estamos aqui idolatrando o futebol europeu ou a Euro em si. A seleção brasileira é totalmente capaz de jogar no mesmo nível, e até melhor do que fizeram Espanha e Alemanha, justamente porque tem talento para isso. A questão portanto não é em relação à técnica, mas à mentalidade. Seleções como Holanda, Alemanha e Espanha já perceberam que a retranca não é mais interessante, que ela é previsível e pouco eficaz. Jogar recuado para não tomar gols é perigoso. A idéia agora é atacar, pressionar, sem deixar chances para o adversário se estabilizar e armar jogadas. Como sempre deveria ter sido.

Os 10 primeiros minutos foram dominados pela Alemanha, que se movimentava, tocava melhor a bola e apertava a saída de bola do adversário. Porém, a maré virou. Na tentativa de cruzamento de Iniesta, a bola desviou em Metzelder e foi na direção da meta alemã, porém Lehmann estava ligado e espalmou. Após esse lance, quem tomou a rédia do confronto foram os espanhóis, partindo para cima sempre em velocidade. Aos 21 minutos, quase que o ímpeto resulta em gol. Sérgio Ramos cruzou na área e Fernando Torres acertou uma cabeçada no pé da trave, mas a bola não quis entrar.



Vendo que a "blitz" espanhola logo alcançaria os seus objetivos, os alemães resolveram reagir, principalmente nas jogadas pela esquerda de seu ataque, protagonizadas por Podolski e Lahm. Como sobe ao ataque o pequeno camisa 16 alemão. Ah, a posição dele? Lateral-esquerdo. Tomara que o Dunga pegue a dica.

A ofensiva espanhola continou, como notou-se no chute rasteiro de Fábregas, que Lehmann caiu bem e agarrou. As ações começaram a se equilibrar, até "aquele" momento. Aquela fração de segundos que cala e ensurdece ao mesmo tempo. Aqueles instantes nos quais até Cronos pára e observa, que enlouquecem qualquer amante de futebol: o gol. Xavi deu um passe em profundidade para "El Niño" Torres, que ganhou a disputa de bola com Lahm, e tocou por cima na saída do goleiro alemão.



A Alemanha não sentiu o impacto. Continou perseverante, como sempre faz o povo alemão, não importando o grau do desastre. Lutaria mesmo que para vencer fosse necessário sangrar.



A Espanha atuou no tempo inicial num ofensivo 4-1-4-1, sendo Marcos Senna o homem de meio de campo mais recuado, e a linha de quatro mais à frente foi formada por Iniesta e David Silva nas pontas e Xavi e Fábregas mais centralizados. Xavi jogou muito bem nesses primeiros 45 minutos. Já Cesc, nem tanto. Os alemães estavam orientados a partir da tática 4-2-3-1, com Podolski, Ballack e Schweinsteiger municiando o artilheiro Klose. Porém, o trio não jogou o que se esperava dele.

O segundo tempo começou com os espanhóis pressionando os germânicos. Aos 8 minutos, Xavi quase marcou em um arremate cruzado, mas o eterno Lehmann desviou a bola para fora. No lance seguinte, em uma cobrança de escanteio, a redonda voou por cima da área e parou nos pés de David Silva, que mandou um chute que atravessou a frente do gol alemão, mas ninguém concluiu a jogada. A essa altura do jogo, já podia-se responder a seguinte pergunta: Porque a Espanha está dominando? Porque ataca com mais jogadores; Sérgio Ramos avança constantemente; a troca de passes da Fúria é rápida e envolvente; e porque Torres joga posicionado entre os zagueiros, esperando um passe longo para sair em velocidade.

Após a entrada do brasileiro naturalizado Kevin Kuranyi, a seleção alemã melhorou um pouco. Um sinal dessa melhora foi o chute de Ballack, aos 14 minutos. Alías, Kuranyi só entrou em campo para distribuir pontapés, como fez na dividida com o outro brasileiro, Marcos Senna. Com a presença de mais um homem de área do time adversário além de Klose, a Espanha foi obrigada a recuar. Mas recuar não significa deixar de atacar. Mesmo tirando Fábregas e David Silva. A Fúria quase marcou o segundo em 3 oportunidades: numa cabeçada de Sérgio Ramos; num chute de Iniesta; e numa jogada em que Marcos Senna não alcançou a bola, jogada essa que ele mesmo começou. Os espanhóis dominavam o meio-campo, tocavam a bola com rapidez e qualidade. O maior exemplo disso aconteceu aos 46 minutos, quando a Espanha botou a Alemanha na roda, literalmente. Eles mostraram que o passe, um dos fundamentos do futebol, ainda é valorizado, mesmo como o legado de marcação deixado pela última Copa do Mundo.

Parabéns à Espanha, bicampeã da Eurocopa, com todos os méritos. Tudo bem que o título demorou para vir de novo (44 anos), mas foi conquistado por um ótimo time. Que bom que uma geração talentosa como esta, que conta com o grande Casillias, Fábregas, Puyol, David Villa e Torres, além de bons jogadores como Xavi e Iniesta, deixou a sua marca na história da Europa.



Parabéns também para a seleção alemã. Infelizmente, no final, só pode haver um vencedor. Mas a continuidade que o técnico Löw deu ao trabalho de Klinsmann foi notório. A Alemanha fez uma Eurocopa muito boa, compatível com a sua história. A base da equipe que foi terceiro colocada em 2006 manteve o futebol de alto nível nesta Euro. Lehmann está entre os melhores goleiros do mundo. Lahm é um lateral que agrada a muitos treinadores. Ballack, apesar dos sumiços, merece destaque. Podolski e Schweinsteiger são muito bons jogadores, e Klose continua sendo um atacante de peso.



Alguns já dizem que o futebol apresentado pelos espanhóis, holandeses e alemães é momentâneo, que a euforia em relação a eles é indevida. Talvez, mas como não considerar digna a exibição espanhola, por exemplo, se levarmos em conta o futebol burocrático que vinha sendo praticado há alguns anos por todo o mundo, e que infelizmente ainda é modelo para a nossa seleção brasileira?

Tomara que a tendência do futebol a partir de hoje basei-se nessa Euro-2008. Que seleções e times busquem incessantemente o gol, a vitória. Que o passe, o drible, e o gol sejam os principais tópicos dos treinos. Tomara que as coisas continuem melhorando até a Copa de 2010. Para fechar, uma foto da festa espanhola, que ainda deve durar muitos dias. Obrigado Aragonés, por montar um time que joga para frente. Que as estruturas do futebol-força e defensivo sejam derrubadas, e que sejam erguidos novos pilares, baseados no futebol-arte, na técnica, na habilidade, no passe, no drible, e na alegria.



26 de jun. de 2008

É a Fúria, mané!

Não, caros amigos do "Ecos do Maraca", essa quarta-feira não foi dia de jogo do Botafogo. A crônica de hoje não é sobre o clube de General Severiano ou sobre sua torcida. Não trataremos aqui do time alvinegro que já foi composto por lendas do futebol, como Garrincha e Nilton Santos. A "Fúria" em questão é outra: A seleção espanhola.



Na semi-final da Eurocopa que aconteceu hoje em Viena, debaixo de muita chuva, a Espanha venceu a Rússia por 3 a 0, tendo uma performance primorosa na segunda etapa. Tanto que foi nessa parte do jogo que todos os seus gols saíram. Pois é, a Fúria, sempre considerada como amarelona, como uma seleção que nada, nada e nada, mas só morre na praia, finalmente chegou. Ela derrotou com folgas a seleção russa, que havia realizado a proeza de eliminar a "Laranja Mágica" de Van Basten. O bom futebol apresentado nas quartas-de-final pela equipe de Arshavin e Pavlyuchenko contra os holandeses não se repetiu, e com isso a Espanha se impôs no segundo tempo, conquistando assim a vitória. Agora, só nos resta esperar até domingo, quando as seleções espanhola e alemã se enfrentarão na disputa pelo título de campeão da Euro-2008.

O primeiro tempo não foi tão empolgante, já que as duas seleções marcavam muito bem o setor de criação do adversário, impossibilitando a construção de jogadas de ataque. Até ocorreram alguns lances perigosos, como no chute dentro da área de "El Niño" Torres e também na bela conclusão do atacante russo Pavlyuchenko, mas nada que tirasse os zeros do placar.

Veio a segunda etapa, e com ela uma surpresa: David Villa saiu machucado, e em seu lugar entrou Fábregas. Como joga e jogou o espanhol. Tudo bem, não se vê nele a mesma genialidade com a bola que observamos em Ronaldinho Gaúcho, em Robinho, entre outros. Mas Fábregas possui diversas qualidades, como o passe refinado, a ótima visão de jogo e o excelente controle de bola. Já aos 5 minutos do segundo tempo, o domínio espanhol começava a se desenhar. Após conclusão torta de Iniesta, que se não considerarmos esse arremate teve uma atuação brilhante, Xavi, que havia começado a jogava, penetrou na área e concluiu para o gol, fazendo 1 a 0 para a Fúria.



A equipe se animou com a vantagem, e quis ir além. A Espanha passou enão a controlar o meio de campo, mostrando um toque de bola envolvente, criando várias oportunidades, como num lance em que Torres chutou e a bola passou muito perto da meta da seleção oponente. Pelo lado da Rússia, Arshavin continuava encontrando enorme dificuldade para fugir da marcação do brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna, que aliás foi muito bem nessa função.



Algumas substituições foram feitas, mas o quadro do jogo continuou o mesmo, com a Espanha atacando e a Rússia sem qualquer poder de reação. Aos 28 minutos, veio o toque do craque, tão rápido e brilhante como os raios que caíam nas proximidades do estádio. Fábregas deu um passe mais açuracado até do que o conhecido ponto turístico do Rio de Janeiro, deixando Güiza, artilheiro do Campeonato Espanhol, sozinho com o goleiro. O atacante completou a jogada com categoria, tirando o goleiro Akinfeev da jogada.



A cereja do bolo veio exatamente 9 minutos depois. Iniesta lançou Fábregas, que partiu em velocidade e cruzou para David Silva. O jogador dominou dentro da área e estufou as redes do gol russo.



A Espanha não se portou como favorita ao título durante a primeira etapa, mas a sua performance no segundo tempo merce elogios. É uma pena que talvez o artilheiro desta edição da Euro, David Villa, não compareça a final. Tomara que a Fúria mantenha esse futebol contra a Alemanha, e que os alemães repitam a eficiência e a categoria que tiveram contra a seleção de Portugal.

Algum palpite? Comentem.

24 de jun. de 2008

O fim de uma era?



Nesse último sábado, após inúmeras idas e vindas na justiça, transcorreu a eleição para o conselho deliberativo do Club de Regatas Vasco da Gama. O pleito, ocorrido no final de 2006, elegeu o Doutor Eurico - tratamento que lhe é conferido em São Januário - para o triênio 2007/2008/2009. Entretanto, tal eleição foi muito questionada, membros da chapa de oposição - o MUV (Movimento Unido Vascaíno) tinha na figura de Roberto Dinamite o seu candidato, já derrotado na eleição de 2003 - questionaram a legalidade do processo eleitoral. Houve muita discussão à respeito da lista dos sócios com poder de voto, que em meados da eleição, a lista oficial ainda não havia sido entregue à chapa de oposição.

Foi denunciado pela imprensa uma possível armação que impossibilitava a incorporação de novos sócios, no final de 2005, visto que para ter condição de votar seria necessário possuir o título por no mínimo 1 ano. O maior escândalo comprovado foi de autoria do diário O Lance!. Foi produzida uma repotagem na qual um de seus repórteres, que era sócio do Vasco, porém estava com o seu título irregular, há vários anos sem quitar a mensalidade, votava sem maiores impecílios. Após apertada vitória da chapa da situação, se questionou o colégio eleitoral, com participação de diversos votantes na casa dos cem anos e, possivelmente, até de votos póstumos. A chapa de oposição também denunciou tratamento hóstil que lhe foi conferido, até com membros agredidos, como Fernandão, ex-jogador de vôlei que atua junto ao MUV.

Voltando ao último sábado, a eleição ocorreu sem maiores problemas, dessa vez na sede do Calabouço, com a inédita utilização da urnas eletrônicas, cedidas pelo TRE. Eurico Miranda e a sua chapa não compareceram, o que já anunciava a elástica vitória da oposição, que obteve 93% dos votos. Assim a chapa vencedora elegeu 120 membros do conselho deliberativo, enquanto a chapa derrotada obteve apenas 30. Esses se juntarão com os 150 membros vitalícios do conselho e assim formaram um colégio eleitroaral de 300 votantes que decidirão o novo presidente. O pleito será realizado na próxima sexta-feira, na sede da Lagoa.

Nessa segunda, a chapa da situação escolheu seu candidato, Amadeu Pinto da Rocha, de 83 anos, muito prestigiado diante dos beneméritos que decidirão a eleição, o que foi fundamental para a sua escolha. Em entrevista concedida no domingo, uma cena rara, Eurico se mostrou abatido e anunciou que se afastará para cuidar da família. Ainda não descartou a possibilidade de ser impugnda a eleição do último sábado, justificou sua ausência no Calabouço afirmando que não participaria dessa farsa, que nomeou como golpe. Porém, se especula que Eurico poderá voltar à administração vascaína, em caso de vitória de Amadeu, como vice-presidente de futebol. Cargo que desempenhou desde o final da década de 1980 até assumir a presidência em 2001. Vale lembrar, nunca a chapa vencedora da eleição do conselho deixou de eleger seu candidato à presidência e a novo mandado se inicia em primeiro de julho.

Alguns burburinhos - habituais em períodos de eleição, ainda mais com o êxito da oposição - já sondam São Januário. Se fala na volta de antigos craques - ultimamnete têm se falado da velha dupla, Pedrinho e Felipe - Roberto mencionou que o atual elenco precisa de um jogador identificado com o clube, lembrou do nome de Juninho Pernambucano. Também repercute a discussão sobre o futuro de inúmeros funcionários, entre eles o próprio treinador Antônio Lopes, que possivelmente deixaria o cargo em caso de vitória de Dinamite, visto sua fidelidade à atual cúpula que administra o Vasco. Cargos de confiança seriam reciclados, Roberto já se manifestou quanto a volta do antigo departamento médico, liderado por Clóvis Munhoz. A reverência à Romário também é alvo de críticas, podendo cair a sua éstatua. Dinamite alega que seria necessário a construção de várias estátuas, para Barbosa, Ademir, Vavá e até mesmo para ele. O candidato também disse, em coletiva nesta segunda, que a melhor maneira de homenagear o baixinho seria a volta da camisa 11.

Em breve voltarei a postar sobre os jogos, mesmo sem as doações para o meu pay per view, espero em julho adquirir o brasileirão. Contra o Palmeiras, O Vasco fez uma partida razoável, perdeu para um candidato ao título, perdeu em dois lances que o bom time do Parque Antártica mostrou sua eficiência. Leandro Amaral e Jean jogaram sozinhos na criação, foi pouco. Morais deve estar de volta no próximo jogo, sábado às 18:20 contra o Ipatinga. Tem que mostrar mais do que nos últimos jogos, Vinícius que foi titular nas 2 últimas partidas ameaça a titularidade do camisa 98. No sábado são 3 pontos para dar sequência a uma série de jogos dentro de casa.

21 de jun. de 2008

Espremeu a laranja e deu...vodka!

A Euro-2008 tem melhorado a cada partida. Esta edição já superou a de 2004 há muito tempo. Jogos emocionantes, muito bem jogados (ok, algumas exceções existiram). Essa fase de quartas-de-final então, tem sido eletrizante. Depois de uma partida emocionante entre Alemanha e Portugal, veio o jogo dramático entre Turquia e Croácia. Hoje, foi a vez de Holanda e Rússia gladiarem na Basiléia, disputando uma vaga para as semi-finais.

Diante de um estádio 80% laranja, a Rússia mostrou um futebol de qualidade, de belas jogadas, categoria, raça, enfim, de diversas qualidades, e venceu os holandeses por 3 a 1, sendo dois gols na prorrogação. Um jogaço. A Laranja Mágica, como vinha sendo chamada a seleção holandesa por boa parte da imprensa, não conseguiu fugir da intensa marcação russa, foi envolvida pelo toque de bola do adversário, não conseguiu repetir o bom futebol da primeira fase, e foi eliminada desta Eurocopa-2008. A equipe de Guus Riddink agora pega o vencedor de Espanha x Itália (esse jogo também promete fortes emoções), enquanto que os holandeses se despedem de Van Basten, que agora vai treinar o Ajax.



Infelizmente, a Holanda, que na maioria das vezes monta equipes de técnica refinada, que já teve sua camisa vestida por uma longa lista de craques, como Johan Cruiff, Dennis Bergkamp e o próprio Marco Van Basten, novamente não consegue transformar o seu favoritismo em realidade. Essa geração de 2008 tinha tudo para ser campeã da Euro, mas faltou à equipe laranja o mesmo brio que a Rússia teve durante os 120 minutos de hoje. Dois favoritos apontados pelo blog, que foram Portugal e Holanda, já ficaram pelo meio do caminho. Só restaram agora Alemanha e Espanha. Vamos ao jogo deste sábado.

No primeiro tempo, a Rússia dominou, marcando forte o tempo todo, impedindo assim a movimentação e o toque de bola de sucesso holandês, e também pressionou no ataque, criando as principais chances. Uma delas foi uma cabeçada de Pavlyuchenko, após saída errada de bola de Van der Saar. A Holanda só apresentou o seu futebol característico em lampejos nessa primeira etapa, como no lance de Sneijder, aos 18 minutos. O holandês dominou tirando do zagueiro, mas na hora do chute, outro defensor apareceu e travou o arremate.

Foi interessante observar o fato de que mesmo sob intensa marcação, nenhuma das seleções recorreu ao "chutão para frente", típico de muitos times sem categoria que estão espalhados por aí. A Rússia neutralizou muito bem os 4 principais jogadores de frente holandeses. Por exemplo, Van der Vaart mal tocou na bola durante os primeiros 20 minutos de jogo. Ele só apareceu em lances isolados, como numa cobrança de falta, aos 28 minutos, que Nistelrooy não conseguiu alcançar. O único holandês que teve destaque nessa primeira etapa foi Van der Saar, fazendo belas defesas, como no chute de Arshavin, aos 30, e em outro chute de longe também, só que desta vez de Kolonin. O primeiro tempo acabou 0 a 0, mas com ótimo nível técnico.

Como já podia ser previsto, o segundo tempo foi mais aberto, provavelmente porque as equipes em campo cansaram-se do intenso ritmo da etapa inicial. Tanto que não demorou muito para o placar ser aberto. Aos 11 minutos, após cruzamento à meia-altura na área holandesa, Pavlyuchenko se antecipou à zaga e complementou para o gol, fazendo 1 a 0 para a Rússia.



As seleções continuaram partindo para cima do adversário, principalmente a Holanda, que se encontrava atrás no placar. A bola não queria entrar. De tanto pressionar, a Holanda conseguiu o seu gol milagroso, aos 41 minutos. Sneijder lançou a redonda na área e Van Nistelrooy completou de cabeça.



Com esse resultado, o jogo foi para a prorrogação. A partir daí, só deu Rússia.

Foi aí que Arshavin, que já tinha feito uma pela partida, começou a se estabelecer como o craque do jogo. Belos dribles, ótimos passes, incansável, enfim, o russo brilhou em campo. Tomara que repita a sua atuação na próxima partida, que não seja só "fogo de palha". Acredita-se que não, se olharmos a sua campanha pelo Zenit na Copa da Uefa deste ano.


Outro russo que mostrou talento foi Pavlyuchenko, que acertou o travessão de Van der Saar num chute sensacional, que levantou até os primeiros bolcheviques do túmulo. A Holanda também mostrou sua força na etapa adicional, em muitos lances proporcionados por Sneijder. Porém, o volume de jogo russo era muito maior, já que criou diversas oportunidades. Em uma delas, o segundo gol saiu. Após descida de Arshavin até a linha de fundo, aos 22 minutos, o jogador cruzou, Van der Saar não alcançou, e do outro lado da meta, Torbinsky empurrou a bola para o fundo das redes praticamente em cima da linha. Falha de Van der Vaart, que não acompanhou o russo.


Os holandeses não se deram por vencidos, e continuaram partindo para o ataque. Só que vacilaram na defesa minutos depois. A seleção holandesa ficou observando atônita uma cobrança de lateral russa, que encontrou Arshavin livre de marcação. O destaque do confronto invadiu a área e chutou rasteiro, e a bola acabou passando por entre as pernas de Van der Saar.



Estava selado o fim de um jogo sensacional.

Essa seleção russa é mais um exemplo de que as coisas, os sucessos, não acontecem por acaso. A campanha vitoriosa do clube russo Zenit na copa da Uefa não foi obra do destino. O elenco, que cedeu muitos de seus jogadores para a seleção, provou que tem qualidade nesta Euro. O trabalho de Riddink também deve ser destacado. O técnico/andarilho internacional sempre faz trabalhos de qualidade, como na Holanda em 98, Coréia do Sul 2002, Austrália 2006, e nesta Rússia, classificando-a para essa fase especial da Euro e chegando até aqui nas semis do torneio. Quem diria que das gélidas terras da Sibéria viria um futebol que traz em alguns lances um calor tropical.

Que Euro! Que venham Espanha e Itália! Até lá, muita vodka para comemorar!

20 de jun. de 2008

Vienna! Vienna! Wir fahren nach Vienna!

Algo inédito aconteceu na tarde desta quinta-feira. Estamos falando sim do jogaço entre Portugal e Alemanha, mas o que foi especial não foi a partida em si. Pela primeira vez, a equipe do "Ecos do Maraca" esteve completa para assistir a um jogo. Um selecionado único de conhecedores do futebol reunido para presenciar um grande duelo entre portugueses e alemães. Que se abram os champagnes!!


A ansiedade na Basiléia era grande. O jogo abria a fase de mata-mata da Euro. As duas seleções vinham jogando um bom futebol na competição, e todas as lentes estavam voltadas para Cristiano Ronaldo, atualmente o melhor jogador do mundo, de quem se esperava um show. Porém, não foi bem isso o que aconteceu. Não se pode creditar à não tão boa atuação do craque a eliminação portuguesa, mas bem que ele poderia ter aparecido mais para o jogo. Por outro lado, a Alemanha, apesar de não possuir nenhum grande craque à altura de Cristiano, mostrou um ótimo futebol, com passes precisos, movimentação e disposição, principalmente no primeiro tempo, e conseguiu uma vitória marcante por 3 a 2. Os alemães podem não contar com nenhum Ronaldinho Gaúcho, mas a seleção é muito boa, sempre forte e sempre chega. A habilidade sozinha, sem disposição, dificilmente ganhará da união entre eficiência e garra.

Nos 15 primeiros minutos de jogo, a Alemanha procurou pressionar o adversário, marcando em cima, dificultando a saída de bola e buscando o gol. Já a seleção portuguesa encontrava-se acuada, sem esboçar uma reação sequer. Portugal começou então a reagir após esses intensos 15 minutos, mas aos 21 minutos, veio um balde de água fria, que rapidamente se transformaria num tsunami. Após ótima tabela com Ballack, Podolski cruzou rasteiro sob medida para Schweinsteiger, que tocou de primeira para o fundo do gol, fazendo 1 a 0 para a Alemanha.



O goleiro Ricardo falhou nesse lance, já que esperou o cruzamento chegar até a pequena área. Deveria ter antecipado a jogada. Os alemães continuaram em cima, e o segundo gol não demorou muito a sair. O autor do primeiro gol, numa cobrança de falta, cruzou na cabeça de Klose. O atacante, que é um excelente cabeceador, testou para o fundo das redes lusas, ampliando o placar para 2 a 0.



Após o segundo gol, a Alemanha começou a dar sinais de que se fecharia na defesa, e Portugal, precisando urgentemente do gol, partiu para cima. De tanto insistir, conseguiu. Cristiano Ronaldo recebeu de Simão Sabrosa ( como que ele é titular?), invadiu a área e chutou. Lehman espalmou e, no rebote, Nuno Gomes aproveitou e reduziu a diferença para 2 a 1.



Conclusões do primeiro tempo: a seleção comandada por Felipão demorou muito para perceber que estava disputando uma vaga nas semi-finais com a tradicional Alemanha. A defesa vacilou nos dois gols, seja permitindo que Schweinsteiger concluísse a jogada de dentro da pequena área ou deixando Klose sozinho para cabecear. Os alemães destruíram na primeira etapa, mostrando determinação e qualidade no toque de bola. Resultado: Vantagem para os germânicos.

Como já havia sido previsto, a Alemanha recuou na segunda etapa, permitindo assim que Portugal tomasse conta do jogo. O empate quase veio em duas oportunidades: num chute cruzado de Cristiano Ronaldo e numa cabeçada de Pepe dentro da pequena área. Que chance o zagueiro brasileiro naturalizado português perdeu. Foi então que aconteceu o que uma das velhas máximas do futebol diz: "Quem não faz, leva". Em nova cobrança de falta de Schweinsteiger, Ricardo saiu muito bem do gol ( NOT!!), caçando borboletas, e Ballack , depois de empurrar Paulo Ferreira, conseguiu cabecear para o gol, ampliando a vantagem para 3 a 1.



A partir desse momento, só deu Portugal. Deve-se destacar aqui que os alemães ainda assustaram mais uma vez num chute de Podolski. Que bomba! No final da partida, após jogada de Nani, Postiga marcou de cabeça, encerrando a conta em 3 a 2.



A pressão lusitana continuou, mas o empate não veio. Festa para os alemães, que não faziam uma semi-final de Eurocopa desde 1996. Para os portugueses, sobrou dar adeus para Luis Felipe Scolari. A seleção é boa, possui excelentes jogadores como Deco e Quaresma, além do craque Cristiano Ronaldo, mas não pode relaxar como fez na primeira etapa.

Apesar da ausência de títulos, Felipão fez um excelente trabalho, deixando um ótimo legado para o seu sucessor ( Zico?). Nem sempre um bom trabalho significa grandes troféus. Muitos jogadores e técnicos fizeram história pela sua atuação no futebol, e não por que ergueram canecos. Muitos perebas do mundo da bola nunca jogaram nada, mas tem uma coleção de títulos com seus nomes. Tudo bem, a combinação de título e bom trabalho é ótima, mas nem sempre é possível.



Como esse clássico foi melhor do que o disputado essa semana em terras tupiniquins. Muito mais emocionante e o futebol apresentado foi MUITO melhor. Aliás, não se pode considerar esse último jogo entre Brasil e Argentina como um clássico. A partida foi uma mistura de show de horror com show de rock. Como podemos ver, a CBF agora virou produtora de shows, levando para todos os cantos, seja no Brasil ou no mundo, os seus macaquinhos malabaristas. De vez em quando aparece uma partida pelas eliminatórias, mas isso é detalhe. Tsc,tsc,tsc...

PS: Ronaldinho Gaúcho em Pequim?? Tomara!!

18 de jun. de 2008

Melhorou? Sim. Mas ainda falta muito!

Terça-feira. Meio da tarde. Sujinho vazio. Fandangos na mão. Velinho ao lado, provavelmente torcedor experiente já na Copa de 50. Do outro, um típico brasileiro, trabalhador, mas sempre boleiro. Cenário propício para se assistir a um jogo de futebol.

Mesmo dia. Noite em Zurique. Última rodada do grupo C da Eurocopa. Itália e França. Finalistas da última Copa do Mundo. Desesperadas. Na cabeça: a vitória. Condições ideais para uma boa partida.

A combinação foi explosiva. Tudo bem, o confronto entre italianos e franceses não foi de encher os olhos, mas também não faltou emoção durante os 90 minutos de partida. Novamente, a Azzurra, aos trancos e barrancos, conseguiu a classificação, e enfrentará a Espanha neste domingo. Por outro lado, a França terminou a competição com uma campanha pífia, muito aquém de uma seleção vice campeã mundial, e foi eliminada ainda na primeira fase da Euro. Moral da história: Donadoni está próximo de construir um bom time. Já o técnico francês deve ser demitido. Tomara, porque a história de não convocar jogadores com o signo de escorpião é simplesmente ridícula. Mas o problema da seleção francesa não foi só esse. Principalmente no último jogo, a seleção estava muito mal organizada taticamente. O time é muito mais fraco do que o da última Copa. Os franceses não são os mesmos sem Zidane ( nunca serão! by Capitão Nascimento).

As duas seleções marcaram muito forte no primeiro tempo, tentando sufocar o adversário. Mesmo assim, Pirlo conseguia se destacar, fazendo belos lançamentos, muitos deles para Luca Toni. O centro-avante teve uma atuação trágica, perdendo inúmeras chances de gol. A França jogava muito mal, com zero de criatividade. Para piorar o quadro, Ribery saiu machucado ainda no começo. Aos 22 minutos, após lançamento de Pirlo, Toni invadiu a área e...PÊNALTI!! Abidal fez falta e o árbitro corretamente marcou. Daí escuta-se um comentário do trabalhador: "Por..., não era melhor deixar o cara chutar? Melhor ficar 1 a 0 com 11 contra 11, do que 1 a 0 com 10 contra 11!". Verdade. Em seguida, Pirlo cobrou muito bem e fez 1 a 0 para a Azzurra.



A Itália continuou dominando as ações. Só lá pelos 30 minutos de jogo é que os franceses deram algum sinal de desgosto em relação ao placar, mas empate que era bom, nada. Que falta fazem Viera, Trezeguet e Henry ( o camisa 12 dessa Euro não era ele, era uma cópia mal feita). Segundo comentário, agora do velinho: "Como que o Brasil perdeu pra essa m..?". Até se sabe, mas agora já são águas passadas. E Luca Toni continou perdendo chances.

A segunda etapa começou com uma França mais motivada, buscando mudar o resultado. Mas quem marcou foi a Itália, dessa vez com De Rossi, em cobrança de falta, que desviou em Henry, o que fez a boa sair da direção do goleiro. Já foi dito que Luca Toni disperdiçou chances?



Os franceses quase fizeram o seu gol de honra com Benzema, mas Buffon foi lá e espalmou. O garoto é novo, mas foi muito mal nessa Euro. Já o goleiro, bom, Buffon é Buffon. Fim de jogo e os italianos, mesmo não jogando bem, conseguiram a segunda vaga do grupo. Para a França, resta aos jogadores assistir o final da competição em um café parisiense.

Quarta-feira. 15:45. Um pouco de Eurocopa a tarde para abrir o apetite futebolístico. A arrumada seleção da Rússia vence por 2 a 0 e despachou os suecos. Destaque para Zirkhov e Arshavin, ambos com bom nível técnico. No mesmo horário, a Espanha, recheada de reservas, ganhou de virada da Grécia, por 2 a 1.

A primeira fase final da Eurocopa terminou e já temos os seguintes confrontos nas quartas de final: Portugal x Alemanha ( imperdível); Croácia x Turquia; Holanda x Rússia; Espanha x Itália (outro jogo que promete). Os principais favoritos, que são Portugal, Holanda, Itália e Espanha avançaram. O problema é o funil que terão que passar agora. Palpites? Comentem no blog.

Ainda quarta. Noite, quase 22 hrs. Quarto com TV ligada e camisa verde-amarela vestida. Tampão para não ouvir a narração do Galvão (ok, brincadeira). Esperança de uma boa atuação contra a Argentina. Júlio Baptista com a 10? ( ele é bom jogador, mas a 10 não é para ele)

O jogo começou com a Argentina tendo maior posse de bola, mas também não produzindo muito. Já o Brasil, não conseguia construir boas jogadas, a equipe estava muito recuada. Mas, aos 22 minutos, um lance brilhante a favor da esquadra verde-amarela. Robinho dá um lindo drible na zaga argentina, e na seqüência, Júlio Baptista chuta em cima do goleiro. Uma pena! Durante alguns minutos, o Brasil ameaçou o gol de Abbondanzieri, mas não conseguiu abrir o placar. Os últimos 15 minutos do primeiro tempo foram entediantes, com muitas faltas e poucas chances de gol. No último minuto, Messi perdeu uma chance incrível, após receber belo lançamento. O jogador concluiu muito mal, mandando a bola para a outra lateral. Faltou aos laterais brasileiros mais agressividade, faltou movimentação, chutes, enfim, faltou muita coisa ao Brasil na primeira etapa.


Deu-se início a segunda etapa, e a Argentina mostrou-se mais defensiva. Mesmo assim, quase fez o primeiro gol. Porém, Julio Cruz perdeu chance incrível, após passe de Riquelme. O Brasil entrou tenso para o segundo tempo, errando muitos passes e fazendo muitas faltas. Ninguém voltou jogando bem, principalmente Diego. Talvez, só Júlio Baptista tenha retornado melhor. Aos 21 minutos, um fato inédito na partida: Gilberto, aquele moço que ocupava a lateral esquerda brasileira, desceu ao ataque. Que demora! Tanto faz se é por causa do esquema tático de Dunga ou se é pela própria queda de rendimento do jogador, o que importa é que Gilbero não joga bem faz muito tempo, tanto pela seleção quanto por seu clube. O Brasil tem outros jogadores de qualidade, como Kléber, Marcelo e Maxwell, que podem ocupar essa vaga na equipe.

Aos 26, quase que o Brasil abre o placar. Luis Fabiano ganhou do zagueiro e cruzou para Júlio Baptista, que acertou um belo voleio, mas o goleiro argentino conseguiu pegar. A partir daí, o que se viu foi uma pressão argentina, principalmente com Messi. Devemos destacar o comportamento errado da torcida mineira que, em vez de apoiar a seleção, começou a azucrinar Dunga. É verdade que recentemente o trabalho dele tem sido fraco, mas durante uma partida a torcida deve sempre pensar primeiro em incentivar a equipe. Após o jogo é que devem ser feitas as reclamações. No final do clássico, quase que a Argentina leva mais do que 1 ponto, mas Messi chuta para fora a chance de vitória.



Após o confronto, algumas reflexões: O Brasil realmente apresentou uma postura mais digna de seleção brasileira do que contra o Paraguai; Gaúcho e Kaká fazem uma falta enorme (não se faz aqui coro com a Globo. A queda da equipe sem eles é um fato); Gilberto Silva e Mineiro, apesar de terem marcado melhor, não contribuem ofensivamente para o Brasil; e só pelo o que apresentou em poucos minutos, Daniel Alves merece mais a vaga na lateral direita do que Maicon; Robinho novamente não jogou bem (continua intocável por tudo o que fez na Era Dunga). O técnico-anão provavelmente não será demitido amanhã, mas o seu trabalho com certeza será colocado em xeque se algum próximo resultado ruim acontecer. No geral, nota 5 para o Brasil.

17 de jun. de 2008

Sinal Amarelo

No primeiro grande desafio pelo Brasileiro, o Flamengo acabou sendo derrotado, no Maracanã, pelo São Paulo, por 4 a 2. Ibson marcou os gols rubro-negros, enquanto Borges(duas vezes), Aloísio e Éder Luís fizeram para o time paulista.

Apesar da derrota, a equipe não esteve tão mal. Ibson voltou a jogar bem, os laterais estiveram presentes no ataque e Obina entrou com disposição. Porém, alguns jogadores chaves tiveram atuação abaixo da crítica: Fábio Luciano, geralmente impecável, falhou feio no segundo gol paulista, justo o que desanimou o time; Marcinho esteve mal, sem levar muito perigo. Sem contar Souza, mais uma vez improdutivo.

O que realmente atrapalhou o Fla foi a falta de fluidez nas jogadas, principalmente no primeiro tempo. A equipe levou pouco perigo a Rogério Ceni, embora não tivesse dado chances ao São Paulo. Entretanto, na única chance dos paulistas, Borges marcou. A partir daí, eles passaram a jogar da forma que mais gostam, um jogo lento, valorizando a posse de bola e esperando o adversário se lançar ao ataque.

O segundo tempo do Flamengo parecia repetir aquele contra o Inter, com um começo inspirador e um gol logo aos dez minutos. O problema foi o gol são-paulino logo em seguida, que freou uma reação rubro-negra. Depois, Aloísio marcou o terceiro e o Fla só não jogou a toalha logo porque Obina sofreu pênalti em seguida. Perdendo por 3 a 2, os rubro-negros se lançaram ao ataque, mas acabaram falhando nas conclusões, embora tenham criado boas chances, principalmente com Obina. No final, Éder Luís fechou o caixão carioca.

Esta derrota precisa ser bem analisada. O Flamengo não jogou mal, mas vacilou em momentos cruciais do jogo, e logo contra um adversário direto. Os três pontos perdidos aqui dificilmente serão reconquistados no jogo de volta. Agora, o time precisa somar pontos fora de casa, principalmente no próximo jogo, contra o Ipatinga, para não perder o bom ritmo de começo de campeonato.

No mais, nota positiva para a entrada de Obina, que mostrou merecer uma chance no lugar de Souza. Se Caio Júnior realmente efetivar a mudança, basta que o "anjo negro" prove que pode jogar bem de início, não apenas entrando no segundo tempo. Até porque Souza tem tido atuações sofríveis nos últimos jogos.

12 de jun. de 2008

Península em alta

No período das Grandes Navegações, Portugal e Espanha disputavam acirradamente a hegemonia sobre o Novo Continente. Inúmeros tratados foram estabelecidos e quebrados, discussões aconteceram, mas o que não mudou entre as nações foi a briga pelo poder sobre as colônias. Em 2008, os países podem se enfrentar novamente, mas não será nas Américas, e sim no Velho Continente.

Os resultados dos jogos de terça e quarta-feira na Eurocopa reforçaram a previsão de que Espanha e Portugal podem chegar até o final da competição. As vitórias desses países ( Portugal 3 x 1 sobre a Rep. Tcheca e Espanha 4 x 1 Rússia) já apontam que suas seleções tem potencial para passar da fase de grupos com tranquilidade. Não podemos falar em título ainda, porque existem outras equipes no torneio que também tem qualidade, como por exemplo Alemanha, Holanda e Itália. Porém, sabe-se que Portugal e Espanha finalmente têm um conjunto de bom nível técnico, e que permite ao povo ibérico sonhar com uma possível taça. Boa sorte para C. Ronaldo, que merece sim ganhar o título de melhor do mundo ( apesar de toda a sua "marra"), e para Fábregas, que deve subsitituir Raúl no posto de ídolo nacional no futebol.

Não estamos em final de ano, mas deve-se fazer uma rápida retrospectiva da Eurocopa, pelo menos dessa semana, excluíndo segunda-feira, que já foi comentada no "Ecos do Maraca". Não foi possível assistir a todos os jogos, mas sempre é viável observar os melhores momentos de cada partida. Na terça, jogos pelo grupo D: Espanha contra Rússia e Suécia vs. Grécia. Os espanhóis venceram por 4 x 1, sendo 3 gols do artilheiro do Valencia David Villa. O outro gol foi marcado pelo habilidoso Fábregas, enquanto que Pavlyuchenko descontou para os russos. Uma atuação convincente da Fúria. Mas, por favor, sem euforia. Essa foi somente a primeira rodada da Euro para os espanhóis. A Rússia foi bem na partida, e tem totais condições de derrotar os gregos na próxima rodada.



No outro jogo do grupo, vitória dos suecos por 2 x 0 sobre os já citados gregos, atuais campeões da competição. Dizem as más línguas que o confronto foi feio de se assistir. É possível que seja verdade, mas sempre que Ibrahimovic está em campo existe a possibilidade de ocorrerem lances bonitos, como foi o gol do sueco. Um canhão de fora da área. Tomara que ele continue jogando bem, como vinha fazendo na Inter de Milão.



Primeira rodada terminada, vamos agora a seleção da rodada. Quem discordar, pode colocar nos comentários quais jogadores deveriam estar no elenco. Goleiro: Van der Sar (Holanda); Laterais: Ujfalusi (Rep. Tcheca) e Van Bronckhorst ( Holanda) Zagueiros: Pepe (Portugal) e Chivu (Romênia); Meio-campo: Sneijder, Van der Vaart ( Holanda), Deco (Portugal); Ataque: David Villa ( Espanha), Lucas Podolski ( Alemanha) e Ibrahimovic ( Suécia).

Na quarta-feira, as equipes do primeiro grupo da Euro voltaram aos gramados, para darem início a segunda rodada do torneio. A seleção portuguesa encarou o principal adversário da chave, a República Tcheca, e conseguiu uma bela vitória por 3 a 1, num jogo bem disputado. Os gols lusos foram marcados por Deco, C.Ronaldo e Quaresma, enquanto que Sionko fez o gol de honra dos tchecos. Ótima atuação de Deco (de novo!) e Cristiano Ronaldo. É...pelo jeito, Felipão vai chegar longe com essa equipe.



Turquia e Suíça fizeram o outro jogo do grupo A. Debaixo de muita chuva, as equipes lutaram até o fim pelo melhor resultado, mas não apresentaram um futebol vistoso. Melhor para os turcos, que conseguiram virada por 2 a 1 no final da partida , com um gol milagroso de Arda Turan, aos 47 do segundo tempo. Por outro lado, aos suíços, anfitriões da competição, só resta agora torcer pelas outras seleções. Era previsível que a eliminação suíça ocorresse, devido principalmente ao baixo nível técnico da equipe. Existem diversas fotos do jogo já disponíveis na Internet, mas uma que representa de forma magistral como foi esse confronto na Basiléia é a que vem a seguir.



Na próxima rodada, descanso para Portugal, enquanto que Turquia e Rep. Tcheca batalham pela segunda vaga do grupo.

Pelo grupo B, a Croácia derrotou a forte Alemanha por 2 a 1. Alguns consideraram esse resultado como surpresa. Mas os que procuram analisar o futebol de forma mais minuciosa pensam diferente. A seleção croata fez uma ótima campanha nas eliminatórias da Euro. Em 12 jogos, ganhou 9 e perdeu apenas 1, fazendo um total de 28 gols. Além disso, impediu que o English Team chegasse à essa fase atual da Eurocopa. É verdade que a partida de estréia contra a Áustria não foi muito animadora, mas não se deve esquecer o trabalho feito pela equipe durante o período de classificação.

Os croatas Olic e Srna marcaram para sua equipe, enquanto que Podolski descontou para os alemães. Mais um dele na competição. A seleção croata fez uma boa partida, pressionou o time adversário e aproveitou as chances de gol. Os alemães tiveram muita dificuldade em escapar dessa marcação, logo não conseguiram criar muita coisa.



Com o resultado, a Croácia garantiu a vaga dela para a próxima fase. Já a Alemanha tem que vencer o próximo jogo contra a Áustria. Para piorar, os alemães podem encarar Portugal na etapa seguinte. Seria um belo confronto.

No outro jogo do grupo, empate de Polônia e Áustria, em 1 a 1. Situação complicada para ambas equipes. A classificação polonesa para a próxima fase é quase impossível. Para os austríacos, o futuro deverá ser igual ao da outra anfitriã da competição, a Suíça: eliminação ainda na primeira fase. A Áustria pressionou durante maior parte da partida, mas quem marcou primeiro foi a Polônia, com o brasileiro naturalizado Roger. Viva a naturalização desenfreada dos jogadores brasileiros!!



Os anfitriões não foram eliminados já na segunda rodada graças ao gol de Vastic, em cobrança de pênalti, já nos acréscimos do jogo. Vale ressaltar que a penalidade foi marcada devido aquela famosa confusão na área, antes de uma cobrança de falta ou escanteio. Esse tipo de marcação deveria sempre ocorrer, pois se a arbitragem marca falta em lances de agarrões fora da área, porque não acontece o mesmo quando os jogadores estão dentro dela?

Ainda hoje, teremos Itália x Romênia e França x Holanda. Os franceses, romenos e principalmente os italianos não podem pensar em outro resultado senão a vitória, pois não conseguiram muitos pontos na primeira rodada. Já para os holandeses, líderes do grupo, vencer significa garantir a vaga para a próxima fase, e enfrentar o segundo colocado do grupo D. A rodada de hoje promete.

11 de jun. de 2008

Brasileirinhas


(Introdução por Canhoto)


Bem, amigos do Ecos do Maraca, o Brasileirão não está pegando fogo. Não era isso que esperavam que eu dissesse, né? Pois então, como a cada ano se comprova, o campeonato se configura como uma tremenda incógnita. Flamengo, Cruzeiro, Náutico e Grêmio são os primeiros candidatos a cavalo-paraguaio versão 2008. Ninguém disse que são maus times, mas também ninguém pode dizer que vão agüentar o ritmo até o fim, principalmente os dois últimos. A verdade é que, tristemente, devemos dar uma certa razão àqueles que, ano a ano, enchem o saco com aquele papinho de que “o campeonato está nivelado por baixo” e , por isso, nunca mais na história do futebol veremos bons jogos. Eles têm uma certa razão, porque, com esse equilíbrio , o campeonato vira um verdadeiro samba-do-crioulo doido. Grandes exemplos disso são as goleadas dessa quinta rodada: algumas defesas decidiram que esse negócio de defender não é coisa séria. Resultado: show de gols de Marcinho e Souza (?) , do time do São Paulo (??) e do Atlético-PR (dois gols de Alan Bahia). Em maiores detalhes, os jogos dos times cariocas:





(Por Rodrigo Paradella)

O time de Geninho estreiou com uma vitória apertada, sofrida, mas já demonstrou algumas mudanças em relação ao Botafogo de Cuca. Óbvio que o pouco tempo de trabalho não permitiu grandes alterações na equipe, porém duas mudanças já podem ser destacadas: o time com Geninho é o menos improvisado possível, ou seja, sem as invenções do Mestre Cuca – invenções boas e ruins, é bom que se diga – e com uma objetividade maior, a pedido de Geninho, que exigiu mais chutes a gol durante os jogos.

Em relação às atuações individuais, destaque para Carlos Alberto, que fez boa partida além de um gol, e Luciano Almeida, que voltou bem de contusão, nada de espetacular é claro, mas bem. Lúcio Flávio foi discreto, mas bateu bem o pênalti que selou a vitória do Glorioso. Além deles, vale destacar o bom entrosamento time-gandula, que funcionou perfeitamente no gol de Carlos Alberto, além de quase ter gerado outros gols nos escanteios rapidamente batidos por Lúcio Flávio, que surpreendiam a zaga paranaense constantemente.


Cruzeiro 1x0 Vasco


(Por Etchatz)


Leandro Bonfim que vinha bem se machucou logo aos 5 minutos. Atuação apagada do trio ofensivo, laterais tímidos, criação ofensiva nula. Arbitragem lamentável. De bom a atuação da defesa que esteve segura, propiciando ao Cruzeiro apenas chutes de longe, apenas recordo de uma desatenção, quando Guilherme cabeceou sozinho no meio da área, acabou nas mãos de goleiro vascaíno, que foi o melhor em campo.

Jonilson Cometeu um pênalti totalmente desnecessário, quando Ramirez passava por cima da linha da área, numa jogada que dificilmente tiraria o zero do placar. Tiago foi muito bem, defendeu a cobrança de Guilherme e o rebote. Pena que o famoso criador de caso interferiu no resultado final. O Vasco já havia sido prejudicado com um pênalti marcado a favor do Botafogo na terceira rodada, fato que beneficiou mais uma vez o alvinegro neste domingo. Esses 3 pontos podem definir muita coisa mais a frente.

Wilson Souza de Mendonça, que já foi Wilson de Souza Mendonça - trocou a posição do "de" em seu nome alegando motivos esotéricos - quis complicar e mais uma vez apareceu, sendo o grande destaque da rodada. Esse mesmo que em 2006 foi punido por proferir uma súmula mentirosa, na partida entre Botafogo e Inter, relatou que a torcida atirou objetos no campo. Impediu o volante do Flu Romeu de enfrentar o Vasco com a tradicional máscara que jogadores com fratura no nariz usam, justificando que tal objeto feria a norma do jogo. E mais bisonhamente, deu tiro de meta após um gol que furou a rede no campeonato pernambucano do ano passado.



Flamengo 5x0 Figueirense


(Por Felipe Schmidt)

Com uma atuação de gala de Marcinho e um primeiro tempo em que tudo deu certo, o Flamengo goleou o Figueirense por 5 a 0 no Maracanã, e assumiu a liderança do Brasileirão. Marcinho marcou três gols e Souza, os outros dois.

Incrível a fase do Marcinho. Tudo dá certo para ele, a bola sempre o procura. Para não dizer que é apenas sorte, ele vem mostrando boa finalização e raça, tanto que o primeiro gol saiu depois que ele roubou uma bola no meio campo. Vale lembrar que o quinto gol seria dele se o Souza não alcançasse a bola.

Quanto ao jogo, é notório que o Figueirense já não tem a equipe consistente dos últimos campeonatos. A zaga é fraquíssima e o meio campo totalmente burocrático. Ao contrário dos anos anteriores, o Figueira aposta em veteranos, como Rodrigo Fabri e César Prates(este não jogou contra o Fla), e pode não ter o resultado esperado no campeonato.

Diante deste cenário, o Flamengo jogou de forma consistente, sem grandes sustos e falhas. De bom, além de Marcinho, foi a atuação de Maxi, que, embora apagado em certos momentos, brigou e correu bastante, além de armar a jogada do primeiro gol. Souza voltou a marcar, embora continue entrando em impedimento de forma exagerada. A única mudança na equipe foi o uso de Toró como primeiro volante, algo que não pode ser analisado ainda, porque a defesa rubro-negra não foi muito testada. Mas tem tudo para dar certo, porque nessa posição o volante pode fazer o que sabe melhor: desarmar e tocar para o jogador mais próximo.

No mais, o Flamengo segue aproveitando o mando de casa para somar pontos importantes. Este princípio de campeonato é bom, mas ainda é preciso saber como a equipe vai se comportar nos jogos fora de casa para podermos ter uma idéia melhor de como deve ser o desempenho da equipe ao longo da temporada.

9 de jun. de 2008

Laranjas e marrons

A bola continua rolando na Eurocopa, e o trabalho no "Ecos do Maraca" também não pára. A primeira rodada da Euro-2008 já está quase completa, faltando apenas as partidas do grupo D, que acontecem amanhã, e que envolvem Espanha, Rússia, Suécia e Grécia. Hoje, tivemos opostos: um jogo feio entre França e Romênia, que acabou com o pior placar possível, 0 x 0; e a melhor partida até agora, na qual a Holanda sobrou em campo e fez 3 x 0 em cima da campeã mundial Itália. Porém, antes de comentarmos esses confrontos, devemos nos lembrar das partidas do domingo, que foram Alemanha x Polônia, e Aústria x Croácia. Afinal de contas, o blog tarda, mas não falha.

O primeiro jogo de ontem foi entre austríacos e croatas, que acabou com uma vitória magra por 1 x 0 dos visitantes em cima dos anfitriões. Gol de pênalti, logo no início, marcado por Modric. Aliás, foi o gol de pênalti mais rápido da história da competição. Mas quem se empolgou e achou que a partida prometia, rapidamente viu que a história seria outra. A qualidade das equipes era muito fraca. A Áustria até tentava atacar, mas faltava talento, técnica, enfim, coisas do futebol que não brotam em qualquer país do mundo. Por outro lado, a Croácia, em vez de aproveitar o embalo do primeiro gol e partir para cima, ou explorar os contra-ataques, se fechou e pouco produziu ao longo dos 90 minutos. Uma partida sonolenta, sem graça, tanto que, se não existisse café, teria botado muito comentarista para durmir após o almoço.



Já Alemanhe e Polônia fizeram um jogo mais movimentado, melhor tecnicamente, com boas oportunidades de gol. Os alemães começaram pressionando, contando com uma boa atuação do trio Gomez, Klose e Podolski. Aliás, o último, seria o destaque da partida. Aos 19 minutos, Gomez dá uma bola açucarada para o matador Klose, que foge do seu instinto matador e ajeita para Podolski, que só empurra e faz 1 x 0. Atrás no placar, os poloneses saíram em busca do empate, o que deixou a sua defesa mais exposta, como no lance em que Gomez quase marcou o segundo para os "Deutsch".

O brasileiro naturalizado polonês Roger, ex-Flamengo, entrou e melhorou a atuação do time, mas não conseguiu arrancar o gol de empate. Por outro lado, quase que Ballack ampliou para os alemães, mas o goleiro da Polônia fez grande defesa. Mas como já foi dito antes, a noite era da promessa alemã, Lucas Podolski. Aos 26 minutos, depois de uma confusão na área polonesa, o garoto pegou de primeira, fuzilando o gol de Boruc. Belo gol. Vale lembrar que Podolski não comemorou muito os seus feitos, porque possui ascendência polonesa. Exibição admirável de respeito às raízes? No blog, só julgamos o futebol, e não as pessoas. Logo, só nos cabe comentar a bela atuação de Podolski. Bom começo para a Alemanha, que sempre chega. Mais do grupo B na quinta-feira, quando alemães e croatas disputam a liderança do grupo, equanto que poloneses e austríacos tentam se recuperar na competição.



Nesta segunda-feira tivemos as partidas pelo grupo C, o tão mencionado "grupo da morte". Mas levando em consideração o jogo entre Romênia e França, a morte quase foi dos espectadores, e não das equipes. Um jogo chato, sem criatividade e com muitas faltas. O resultado de 0 x 0 foi mais do que justo. A Romênia apresentou uma defesa sólida, e só. Mutu bem que tentou algumas jogadas, mas nem conseguiu ameaçar a meta do goleiro Coupet. Do outro lado, a mesma coisa. Os atacantes franceses foram muito mal. Benzema perdeu 2 oportunidades claras de gol. Muitos afirmaram que a França era e ainda é uma das grandes favoritas ao título da competição. Baseado no futebol de hoje, o futuro francês pode ser diferente do imaginado.



Essa mídia sensacionalista, esse jornalismo marrom que coloca qualquer um no pedestal ou derruba heróis sem qualquer reflexão, que idolatra ou destrói com enorme facilidade, é um mal terrível para o mundo do futebol, pior, para qualquer campo do jornalismo. Isso não é só dito porque foi atribuído à seleção francesa um favoritismo exacerbado, mas também porque não podemos crucificá-la tão ferozmente como foi feito após o resultado de hoje. A Euro-2008 é um tornei difícil. Mas os "Bleus" também não podem se dar ao luxo de jogar como hoje, principalmente porque terão pela frente ainda nesta primeira fase adversários fortes, que são a Holanda e a Itália. Quando Henry vai entrar? Ribery joga isso tudo que dizem?

Após as entradas (algumas indigestas), vamos ao prato principal. O clássico entre Holanda e Itália foi o melhor jogo da Eurocopa até agora. Os holandeses dominaram a maior parte da partida, principalmente no primeiro tempo. A Itália, após uma primeira etapa ruim, buscou mudar o resultado, mas parou na defesa holandesa. Excelente atuação da defesa e do meio campo holandês. Van Bronckhorst, Van der Vaart e Sneijder fizeram uma grande partida. O único ponto negativo da equipe foi Nistelrooy, que apesar de ter marcado um gol (em posição irregular!), perdeu 2 chances incríveis.

O primeiro tempo foi totalmente laranja. Aos 20 minutos, Van Nistelrooy perdeu uma enorme chance de abrir o placar, quando saiu cara a cara com Buffon. Porém, seu drible não foi bem sucedido, e o artilheiro acabou jogando fora a oportunidade. O gol do matador saiu 6 minutos depois. Após bola alçada na área italiana, Sneijder ( ótimo jogador) mandou uma bomba, e Nistelrooy, em posição de impedimento, apenas escorou, fazendo 1 x 0 Holanda. Perdendo o jogo, a Itália partiu para cima, e quase empatou a partida em cobrança de escanteio, mas Bronckhorst tirou em cima da linha. Na seqüência do lance, Van der Vaart lançou Gio Bronckhorst, que colocou na cabeça de Kuyt, que ajeitou para o centro da área, aonde estava Sneijder, que chutou antes da chegada de Buffon. Contra-ataque fatal.



Os italianos chegaram a ameaçar com Di Natalie, mas o chute foi no meio do gol, o que facilitou a defesa de Van der Saar. Porém, quem quase novamente marcou foi a Holanda. Após passe espetacular de Van der Vaart, Nistelrooy chutou em cima de Buffon.

Graças ao advento da televisão digital, as imagens de um jogo de futebol ficam muito mais vivas. O efeito que essa tecnologia proporcionou à cor da já vibrante torcida holandesa foi algo fantástico. O estádio de Letzigrund não era monocromático, já que a torcida italiana também se fez presente, mas o laranja holandês quase que cegava.



Segunda etapa começou, e o jogo mudou de panorama. A Itália passou a atacar mais freqüentemente, enquanto que os holandeses se fecharam na defesa. Luca Toni perdeu uma chance incrível, após belo lançamento de Pirlo. A estrela do goleiro holandês Van der Saar brilhou em dois momentos: na chegada de Grosso ao ataque, fazendo uma defesa à queima-roupa, e na cobrança de falta de Pirlo. No lance após a cobrança, a Holanda arma outro contra-ataque. Sneijder lançou em profundidade para Bronckhorst, que tocou para Kuyt. O atacante não marcou, mas em seguida recuperou a bola e cruzou na medida para Bronck, que cabeceou e encerrou a conta em 3 x 0. Outro jogador que se destacou no segundo tempo foi Del Piero, que chutou bem duas vezes à meta da Holanda, porém sem balançar a rede.



Na sexta, a França deve partir com tudo para cima de uma Holanda embalada pela vitória sobre os italianos. A Azurra terá que fazer o mesmo em relação à Romênia, se ainda pensa em prosseguir na Euro. Amanhã, teremos a estréia das equipes do grupo D. A Espanha encara a Rússia, enquanto que a Suécia joga contra a Grécia. Palpites? Espanha 2 x 0 Rússia; Suécia 1 x 0 Grécia. Boa segunda-feira, sem aula, mas com futebol.

7 de jun. de 2008

Ressaca antes da festa?

Muita festa em Caracas, Maracaibo, e na casa de um"compañero" do Ecos do Maraca. Toda essa comemoração se deve a vitória da Venezuela sobre o Brasil, no amistoso de ontem, em Boston. Um resultado histórico. A seleção venezuelana nunca tinha derrotado o Brasil, nem sequer empatado com a esquadra verde-amarela. A Venezuela chegou pouco ao ataque, mas quando o fez, chegou bonito. Dois belos gols.


Mas quem deve estar de ressaca mesmo é o nosso soldado-07, Dunga. Do lado brasileiro, não se encontrava uma seleção, mas um bando. O Brasil fez uma apresentação desastrosa. Um vexame. A dupla de zaga não se entendia, Daniel Alves não marcou nem atacou, Robinho não foi bem no meio de campo, Elano foi nulo, e os atacantes mal receberam a bola. Para piorar, quando recebiam, nada faziam. Enfim, um primeiro tempo para se esquecer. O único que se salvou foi Anderson, para quem se faz uma fé enorme para continuar no time titular.

Na segunda etapa, Dunga fez diversas substituições, a seleção até subiu de produtividade, mas nada que ameaçasse mudar o placar do jogo. Após as trocas, a deficiência do time saiu da criação das jogadas e foi para a conclusão delas. Os jogadores se revezaram na hora de perder o gol. Não é para assustar, mas em pouco dias o Brasil enfrentará o Paraguai (dia 15) e a Argentina (dia18), pelas eliminatórias. A atuação de ontem preocupa, mas não chega a saciar a fome dos catastróficos e pessimistas. Enquanto isso, muita dor de cabeça para Dunga.



Houve também muita festa na Basiléia, aonde ocorreu a abertura da Eurocopa de 2008. Uma festa muito bonita. O jogo de estréia foi entra Suíça, de uniforme todo vermelho, e República Tcheca, de branco. Os tchecos não fizeram uma boa partida, mas derrotaram os anfitriãos por 1 x 0.

No primeiro tempo, a Rep. Tcheca começou pressionando, mas quem asssustou primeiro foram os suíços, com um chute de Frei. A marcação dos dois times era muito forte. Forte também era a torcida suíça, contrariando a previsão desse blog. É verdade que torcida não arma as jogadas, não dribla os zagueiros, não decide, mas ela deixa a equipe mais à vontade, mais confiante. A Suíça tinha mais posse de bola, mas com um time limitado, pouco criava. Além disso, os tchecos não conseguiam escapar da intensa marcação do adversário. Novamente com um chute de Frei, aos 35 minutos, os suíços ameaçaram o gol de Cech. Aliás, o centro-avante saiu ainda no primeiro tempo, machucado. Se a lesão for grave, Frei fará muita falta à Suíça nos próximos jogos.



Segundo tempo começa, e o cenário não muda muito. Algumas cobranças de falta para cada lado, mas nada que abrisse o placar. As chances de gol eram escassas. Os tchecos não mudaram de atitude após o intervalo. Que falta fazem à essa seleção Rosicky, Poborsky e Nedved! A Suíça voltou a ameaçar com uma cabeçada de Yakin. Mas como diz aquela velha máxima, "quem não faz, leva". Após uma bobeira da zaga suíça, que ficou olhando a bola voando, Sverkos, que havia entrado minutos antes, correu e chutou sem dominar, abrindo o placar à favor dos tchecos, aos 25 minutos.



A Suíça tentou revidar, após uma seqüência eletrizante de lances, aos 35 minutos, com direito à grande defesa de Cech e bola na trave, porém sem sucesso. A partida terminou com os suíços pressionando, mas eles não conseguiram empatar o jogo. Resultado: A República Tcheca decepcionou em sua estréia, mas conseguiu uma importante vitória por 1 x 0. Com esse futebol, dificilmente chegará as semis, como fez em 2004. Já a Suíça surpreendeu, tanto com a torcida quanto com a entrega do time.

A outra partida desse grupo A que aconteceu hoje foi o confronto entre Portugal e Turquia, em Genebra. Com uma boa atuação, os portugueses venceram os turcos por 2 x 0, com gols de Pepe e Meireles. Dessa forma, a seleção portuguesa alcançou o primeiro lugar do grupo A, com um gol a mais de saldo do que a Rep. Tcheca.

Portugal teve mais posse de bola no início, porém não conseguiu criar muito, já que os turcos adotaram uma postura bem defensiva. Aos 15 minutos, após uma cobrança de escanteio, o zagueiro português Pepe marcou de cabeça, mas o gol foi corretamente anulado. Os portugueses continuaram pressionando, porém não finalizavam bem e insistiam nas jogadas pela esquerda, com Simão Sabrosa. O luso-brasileiro Deco fez um bom primeiro tempo, acertando belos lançamentos e dribles bonitos. Tomara que ele volte para o Barça jogando assim.

Já o seu companheiro de equipe e atual melhor do mundo Cristiano Ronaldo só apareceu em raros momentos, como na arrancada que deu e que finalizou mal de perna direita. Os 10 minutos finais da primeira etapa foram bem emocionantes, com boas oportunidades de gol para ambos os lados, como na falta cobrada por Cristiano Ronaldo, aos 37, que bateu na trave. Aliás, que pose ridícula do "gajo" na hora de bater a falta. Aquela postura deve ter alguma explicação, obviamente, mas não deixa de ser patética.



Logo no começo da segunda etapa, quase que Portugal abriu o placar, aos 4 minutos, quando Nuno Gomes acertou a trave, após dividida entre Simão Sabrosa e a zaga turca. Os minutos seguintes demonstravam que a etapa final seria muito mais movimentada que a primeira, já que ambos os times buscavam mais o gol de forma mais aberta. Aos 10 minutos, Cristiano Ronaldo deu uma ótima arrancada pela ponta esquerda e chutou de lado do pé, visando o canto oposto, mas o goleiro turco Volkan, que joga no Fenerbahçe, caiu bem e agarrou a redonda. Aliás, Ronaldo passou boa parte do segundo tempo atacando pelo lado esquerdo, diferentemente da primeira etapa, na qual ficou mais preso ao lado direito, e travou um bom duelo com o lateral Altintop.

O primeiro gol do jogo saiu aos 15 minutos, com o brasileiro naturalizado português Pepe. Após linda troca d passes portuguesa, Pepe entrou na área e tocou na saída do goleiro turco. Quem diria, hein? O zagueiro truculento do Real Madrid, que já havia marcado, subiu ao ataque ao melhor estilo "Lúcio" e fez o primeiro gol de sua equipe na Euro.



Após o gol, a seleção portuguesa melhorou, e continou levando perigo, como na cabeçada de Nuno Gomes, aos 19 minutos, que acertou o travessão. Dos 20 aos 30 minutos, domínio total de Portugal. Porém, a partir daí, a Turquia acordou e começou a lutar pelo empate. Aos 34 minutos, quase que conseguiu igualar o placar, mas Asik cabeceou para fora, perdendo uma grande chance. A equipe continuou se esforçando, mas não conseguia furar a defesa portuguesa. Nos minutos finais, veio a melhor oportunidade turca, mas Tunkai furou a bola bizarramente, dentro da área. Ponto negativo do jogo: aos 45 minutos, o brasileiro-turco Mehmet Aurélio, que vinha fazendo boa partida, deu uma entrada criminosa no garoto luso Nani. O árbitro incrivelmente nem marcou falta. De tanto pressionar, a Turquia acabou tomando o segundo gol num contra-ataque. Já nos acréscimos, em lance fulminante, Cristiano Ronaldo lançou para João Moutinho, que deu um belo giro e deixou Raul Meireles na cara do gol. O português colocou com categoria no canto, encerrando o placar em 2 x0 .



Com esse resultado, Portugal ficou à frente da República Tcheca no grupo, devido ao saldo de gols. Essas equipes se enfrentam quarta-feira, e quem vencer já garante uma vaga na próxima fase. Aos perdedores desta rodada, mais aplicação e capricho no jogo seguinte. Bom começo de Euro, mas esperava-se mais tanto dos tchecos como dos turcos. Amanhã, jogos pelo grupo B.