29 de ago. de 2008

E a bola rola lá fora

Os principais campeonatos europeus (alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e nem tanto português) já começaram, e com eles vem a gloriosa "Champions", que tem como tema uma música escrita em homenagem ao nosso Boni. Na última edição, quem levantou o caneco foi o Manchester United. Mas vamos parar de contar a história da competição por aqui, nos concentraremos nesse post em comentar o sorteio de grupos e os favoritos de cada um ao título, mesmo que ainda seja cedo para isso.



Sabemos que já rolaram outros eventos futebolísticos de nível internacional, como a Olímpiada. Mas em relação ao torneio citado, como bom brasileiro, "prefiro não comentar", como já dizia Copélia. Aqui seguem os grupos que foram sorteados ontem.

GRUPO A

Chelsea
Roma
Bordeaux
Cluj-ROM

GRUPO B

Inter de Milão
Werder Bremen
Panathinaikos
Anorthosis -CIP

GRUPO C

Barcelona
Sporting
Basel - SUI
Shaktar - UCR

GRUPO D

Liverpool
PSV
Olympique Marselhe
Atlético de Madrid

GRUPO E

Man. United
Villareal
Celtic
Aalborg - DIN

GRUPO F

Lyon
Bayern de Munique
Steaua Bucareste - ROM
Fiorentina

GRUPO G

Arsenal
Porto
Fenerbahaçe
Dínamo de Kiev - UCR

GRUPO H

Real Madrid
Juventus
Zenit - RUS
BATE Borisov - BIE

Analisando rapidamente, vemos algumas chaves "mamatas" e outras verdadeiros abacaxis para quem está nelas ( grupos D, F, e G). Agora, olharemos separadamente cada um:

GRUPO A: Chelsea e Roma devem passar sem dificuldade. Ambos os times contraram bons jogadores, como Deco e Júlio Baptista, e possuem elencos fortes.

GRUPO B: A Inter de Milão, agora com José Mourinho e Mancini, deverá fazer uma boa campanha na UCL. A segunda vaga do grupo será disputada entre Werder Bremen e Panathinaikos. O time grego contratou Souza, Gabriel e Gilberto Silva. E daí? Algum deles vinha jogando bem?

GRUPO C: O clube da Cataluña conquistará a primeira vaga do grupo C, não se acredita muito em outro resultado. O outro espaço ficará para quem sobreviver ao "pegar pra capar" entre Sporting, Basel e Shaktar. Sem favorito entre eles.

GRUPO D: Esse grupo ficou bem interessante. O Liverpool, que possui um elenco forte, já é aposta certa, mas não tão certo é ele ficar em primeiro. O Atlético de Madrid também vai chegar junto, ainda mais se contratar Thiago Neves. Porém, PSV e Olympique lutarão bravamente para provarem que não serão apenas figurantes nessa chave.

GRUPO E: Campeão é sempre candidato né? Com isso, fica mais fácil apostar as fichas. Então lá vai: Manchester e Villareal. Seco.

GRUPO F: O clube francês, liderado pela oitava vez por Juninho, deverá avançar no torneio, assim como o todo poderoso da Baviera, munido de Zé Roberto, Klose, Podolski e cia. Fiorentina e Steaua não farão muita frente às duas equipes citadas anteriormente.

GRUPO G: Sabemos que é clichê, mas como não estamos na aula de Teoria da Comunicação, não tem problema usar: "Grupo da Morte". É assim que podemos definir o grupo G da Champions. Arsenal, Porto e Fenerbahçe são times fortes e prometem uma primeira fase emocionante. O Dínamo de Kiev corre por fora, mas por fora mesmo.

GRUPO H: A briga ficará entre Real, Juve e Zenit, este último sendo campeão da Copa da UEFA do ano passado, uma espécie de "Sulamericana mais organizada". A torcida é pelo time de Madrid e pela Juventus, já que não dá para apoiar um clube racista.

Então: Qual são os seus favoritos ao título? E só para a próxima fase, já dá para apostar? Comente.

19 de ago. de 2008

Com Clêmer em campo não tem placar em branco

Romário já proferia tal ensinamento há mais de 10 anos. E deu saudades, o drible de Edmundo em cima do goleirão colorado no quarto gol, seria um de jàvu? 100 % de aproveitamento no segundo turno, parece que o pior já passou.

Numa tarde de muito calor o caldeirão ferveu, pior para o Internacional, que mesmo com seus foras de série (Daniel Carvalho, Nilmar e o marrentinho argentino "Dá-lhe Sandro"), longe da melhor forma, sucumbiu a uma equipe determinada, diferente da dos últimos domingos, méritos para o Tita. A sexta vitória no campeonato, a sexta em São Januário, tirou o Vasco da zona de rebaixamento, agora em 15.

Um primeiro tempo disputado, logo de início Nilmar perdeu um gol incrível. Até que Bolívar recuou aos 19 minutos uma bola para Clêmer, ela veio quicando, o taco espirrou e a redonda morreu no fundo do barbante, sob aquelas traves do milésimo gol. Alan Kardec, que substituia o lesionado Leandro Amaral, absolveu o goleiro, alegando que o ataque vascaíno o pressionou. O árbitro conferiu a autoria da obra ao inocente zagueiro Bolívar.


Nos 25 minutos finais da primeira etapa, disputados sob intenso sol, o Inter bem que tentou, D'Alessandro ameçou em jogada pela direita, finalizada com um belo chute de esquerda que passou próxima à trave de Roberto. Nilmar teve outra boa chance, porém foi abafado por Jorge Luiz, a bola acabou tocando em seu braço, porém o juíz nada marcou. Gustavo Nery caminhava e o Vasco partiu para o contra-ataque, após bom passe de Mádosn, Marquinhos preferiu cruzar para Kardec ao em vez de marcar o gol.

Segundo Tempo, início arrasador. Com 2 minutos Kardec tabelou com Edmundo, que cara a cara com Clêmer não titubeou, 2x0. Aos 5 minutos, escanteio curto cobrado cobrado para Alex Teixeira, o garoto invadiu a área, pedalou e chutou forte de canhota, o veterano goleiro mais uma vez não desapontou e não conseguiu afastar o perigo, Eduardo Luiz fez força para errar mas não conseguiu, na pequena área marcou o terceiro.

Daí para frente foi só administrar. Os gaúchos apesar dos bons valores individuais tiveram uma atuação aquém do investimento dispensado, situação refletida numa decepcionante 13 colocação no campeonato que leva apenas os 4 primeiros para a tão sonhada Libertadores, meta do Colorado que em 2009 comemora seu centenário, talvez distante do feito vascaíno. Mádson mais uma vez muito bem na armação, sempre com velocidade e sem se esconder nos momentos difíceis.




Já no apagar das luzes uma boa jogada do ataque vascaíno, com um passe precioso o jovem Matheus, que acabara de entrar, Edmundo se viu mais uma vez a frente de Clêmer, driblou a velha presa e deixou para o impedido Jean o quarto gol. Na comemoração os dois se abraçaram e selaram o fim da rusga de semanas atrás quando o capitão acusou alguns companheiros de simular contusões, entre eles Jean, seu companheiro de quarto nas concentrações. Sobre tal acontecimento, Edmundo declarou:

- Fui muito mal naquele dia porque tenho que ser companheiro dos meus amigos e não de vocês (imprensa). Foi um prato cheio e vocês só me f...

RAPIDINHAS:

Quinta-feira às 20:30 o Vasco enfrenta a Portuguesa em Santa Bárbara D'Oeste. A Lusa perdeu o mando de campo em razão da invasão de campo de um dirigente na partida contra o Flamengo no Canindé. O cartola alegava, corretamente, que nos 2 gols rubro-negros houve toques de mão.

No domingo o clássico contra o Botafogo será realizado no Maracanã. Roberto Dinamite foi à sede da CBF para transferir a partida para São Januário - um pedido dos jogadores e comissão técnica, visto que o Presidente declarou que os clássicos deveriam ser disputados no Maracanã - porém o regulamento não permite tal alteração a menos de 10 dias do confronto.




O Blog Ecos do Maraca felicita o ilustre vascaíno Igor Rafael pela vitória no Desafio Habib's, após desbancar 4 demais candidatos, convertendo 4 cobranças na disputa de pênaltis. A promoção ocorre nos intervalos dos jogos em São Januário e conta com o folclórico Mister M como mestre de cerimônia. Os sorteados, que preencheram o cupom oferecido aos consumidores do Bib's Box nas imediações de São Januário no jogo anterior, ganham 2 ingressos para a partida seguinte. Após cobrarem penalidades contra goleiros das categorias de base do Vasco, o vencedor leva uma camisa oficial de jogo autografada.

18 de ago. de 2008

Mal passada ou bem passada?

A motivação de Richarlysson foi um combustível para o título do São Paulo


Um debate sempre habitou a mente de todos os aficionados por futebol: o que é mais importante, vencer ou dar espetáculo? Provavelmente, nenhum ser vivo chegará a uma alguma conclusão irrefutável acerca do assunto, mas creio que se se tivesse de apontar uma tendência, esta seria a de preferir a vitória ( vamos pular a parte chata do “ mas é possível vencer dando espetáculo!”, porque aí o texto perde o sentido). Mas tudo isso é uma questão de ponto de vista, de filosofia. Como diria o poeta, o futebol é que nem churrasco: cada um tem a sua receita. Resta saber se essa fará sucesso e parará no livro da Dona Benta ( ela faz churrasco?) ou se o destino é o esgoto, se é que vocês me entendem.

Mexendo nos arquivos da memória deste que vos escreve, uma tendência pôde ser observada nos últimos brasileiros: esse negócio de jogar bonito é pra perdedores, quem quer ganhar mesmo come aquele churrasco com carne de segunda, difícil de descer. Sim, isso é facilmente questionável: o Cruzeiro de 2003 e o Santos de 2004 eram times que estavam longe de jogar feio, tanto pelo próprio estilo de jogo, quanto pelos números ( ambos terminaram o campeonato com mais de cem gols marcados). Porém, pode-se atribuir essas vitórias a uma primazia dos pontos corridos no Brasil. Parece que agora essa receita não está mais na moda. Tati Quebra-Barraco que o diga.



Sou feio mas tô na moda

São Paulo (campeão dos últimos dois anos) e Grêmio( atual líder ) prezam pelo jogo coletivo, com forte viés defensivo. Não se vê ou via nenhum destaque individual exacerbado( considerando-se todos mamíferos possuidores de cérebro, ou seja, não-integrantes da imprensa paulista), mas sim um conjunto de bons jogadores muito bem organizados e cientes de que a humildade é o mais importante, ou seja, reconhecendo que seu não-talento é motivo para fazer um estilo de jogo de suor, sangue e lágrimas, pois o verdadeiro ouro é o bronze, aquele conquistado com dificuldade por quem não prima pelo talento descomunal. Depois de uma viajada básica, o que importa: o coletivo sobre o individual, o defensivo sobre o ofensivo, a farofa sobre o molho a campagne, a prisão de ventre sobre a diarréia. Ou seja, dureza e firmeza são as palavras para se ter sucesso.


Após discorrer superficialmente acerca da receita atual para caprichar no campeonato brasileiro, vamos para uma análise mais detalhada. Desde os primórdios, todo mundo sabe que Celso Roth não é chegado a uma malemolência. Os gaúchos têm fama de serem habilidosos na churrasqueira, porém Roth não demonstra ser fã do churrasco-arte. Seu estilo linha dura dá a entender que o que importa é alimentar e, pra não gastar muito, o melhor é deixar aquele carne tostada dura de cortar, mas que alimenta. Uma farofa por cima cai muito bem. Nada de pagodão também, o bom é curtir aquela música regional (o que se ouve no Sul?) e aquelas gurias retas e ficar nisso mesmo.


Outros churrasqueiros parecem ter perdido o rumo Brasil afora. Renato Gaúcho, por exemplo, resolveu brincar de queimado na piscina com seus aluninhos e esqueceu a carne no fogo, de tal forma que ela ficou irreconhecível e mais parecia um carvão. Um desperdício. Já o técnico do Ipatinga parece estar fadado a levar a maminha para a festa, mas o engraçado é que todos comem, menos ele, coitado. Mas a mensagem está passada: façam seu churrasco com todos os ingredientes possíveis. Talvez seja possível demonstrar habilidade e ao mesmo tempo disposição.

14 de ago. de 2008

Pra dar moral

Estréia na tão cobiçada Copa Sul-Americana, a fase não é boa, jogo às 22h de uma quarta-feira com transmissão ao vivo pela TV aberta, time reserva, adversário forte, protesto da pequena torcida presente, promessa de mais uma pelada. Porém, o que se viu? Uma garotada correndo atrás de um adversário mais forte, apesar dos desfalques. A maioria dos titulares sequer foi relacionada para o banco.

Dessa vez não teve quem fugisse da concentração ou simulasse contusão, deu a cara quem é comprometido, 8 titulares formados em casa. Roberto mais uma vez muito bem, já merece vaga no time titular. A dupla de ataque Kardec/Teixeira mostra que amadureceu, boas opções para alternarem com o velho ídolo, vale destacar o gol de centroavante do Alan que abriu o placar. A zaga, ah essa zaga, se esforçou para entregar mais uma vez, cedendo o empate em seguida, porém, conseguiu anular o ataque de um Plameiras desinteressado.


Logo no início do segundo tempo, após bela jogada do Alex, Matheus fez um belo gol num chute de fora da área, surprendente para um time sem confiança e que se notabiliza pela pouca inspiração. Marquinhos, ex- Marcus Vinícius, desde que consultou a numerologia e trocou de nome vem rendendo mais, cavou um pênalti já no fim. Mádson converteu a cobrança, premiando sua boa atuação, disparado o melhor em campo nos últimos jogos, sacramentou a vitória por 3x1, vantagem considerável para o jogo da volta em São Paulo.

Ganhar 150 mil e pedir para não jogar, chegar ao ponto de dizer que está contundido para não ser cobrado. Morais, boa técnica, pouca personalidade, nunca deixou de ser promessa, não podia ver um Maracanã lotado que logo se escondia. Concerteza jogará bem na série B.

Copa Sul-Americana: essa primeira fase, mata-mata entre brasileiros, já começa despertando pouco interesse, estádios vazios, times reservas. O jogo de volta será apenas no dia 17 de setembro, parece que não há muito interesse em promover a segunda competição da CONMEBOL, que agora, bizarramente, leva o campeão para a disputa de um torneio com o campeão da Copa do Japão, além da Recopa Sul-Americana. O formato de disputa semelhante ao da Libertadores, com a fase de grupos, já seria um avanço.

11 de ago. de 2008

Na calada do dia

Nada como um dia entediante no trabalho para você refletir as coisas. Aquele marasmo, nada de interessante acontecendo ou alguém cobrando-lhe alguma tarefa. É engraçado o paradoxo desse tipo de situação: até a ventoinha do PC torna-se uma britadeira nesses momentos. Qualquer ruído, por menor que seja, consegue ser captado pelos ouvidos, graças a quietude, quase que enlouquecedora, do contexto.

Mesmo com tudo sendo desagradável, esse silêncio ainda proporciona coisas boas, como a explosão de vozes do cérebro, como se toda a torcida do Flamengo (maior só em número) se expremesse dentro da sua cabeça. Idéias voam, comentários são formulados, enfim, a máquina está em pleno vapor.

Quem também parece que está engrenando é Ronaldinho Gaúcho. Principalmente após sua atuação contra a Nova Zelândia. Os gatos pingados que acordaram para ver a partida certamente não se arrependeram (será mesmo?). Bons dribles, constante participação, momentos de brilho, como na jogada em que driblou dois jogadores e deixou Marcelo livre na área, com direito a toque sem olhar. Mas, quem o acompanha a algum tempo, notou algo que não se observava há muito tempo: Ronaldinho com alegria em campo (alegria mesmo, não aquela coisa que ele sempre fica repetindo na mídia: "É..estou muito feliz"), e com vontade. O craque ainda está longe da melhor forma, mas, a cada jogo das Olimpíadas, vai pulando os obstáculos que a sua mente criou desde a campanha na Copa de 2006.



Já a garotada, no geral, ainda ficou devendo. Vá lá, a seleção ganhou de 5 x 0, mas o nível do adversário também não foi lá grandes coisas. Se o jogo fosse de rugby, a história seria outra (Nessa hipótese, Dunga deveria levar Adriano e Júlio Baptista, só por precaução). O meio de campo ainda precisa se acertar. Diego e Anderson podem render muito mais, se aproximando do ataque, arriscando jogadas, entre outros detalhes. O mesmo para Hernanes e Lucas, que deveriam se apresentar para o jogo, chutar de longe, entre outras qualidades de um bom volante que eles têm. Pato desencantou. Bom para a namorada, que ganhou novamente homenagem especial, só que desta vez dividida com quase 1 bilhão de pessoas.



No vestibular das laterais, Marcelo tirou uma nota mais alta do que Rafinha, que ainda demonstra um acanhamento na subida ao ataque. Oportunidade para Ilsinho? Talvez sim, já que o Brasil está classificado para a próxima fase. Voltando ao carioca, percebe-se que ele está cada vez mais solto, e, auxiliado por Ronaldinho, pode produzir muito mais lances como o do gol de Pato, no qual fez um cruzamento na medida.

A zaga, leia-se Breno e Alex Silva, não apresentou falhas. Mas também não encarou um ataque de verdade. Veremos se a ex-defesa do São Paulo de 2007 continua sólida. O também pouco exigido Renan não é nem unanimidade nem descartável.

Dos reservas, o único que tem potenciais chances de virar titular é Thiago Neves. O jogador do Fluminense tem entrado razoavelmente bem e, somada a inoperância de Diego e Anderson, pode conseguir um colete no próximo coletivo organizado por Dunga.

Quarta-feira, a esquadra termina a primeira fase. Em todos os cassinos de Macao a aposta será na seleção canarinha, mesmo que o jogo seja contra a China. Na etapa seguinte, ou Itália ou Camarões. Os italianos fazem boa campanha, e os africanos...bem, os africanos são a "França" das Olimpíadas para o Brasil. Só lembrar da Nigéria e do próprio Camarões.

O passeio pela China está bem legal, muito samba no ônibus, festa, muambas, mas, se não abrir o olho para o futuro, a seleção verde-amarela (ou azul) poderá novamente ficar longe da medalha de ouro (que dessa vez vale mais, porque tem jade também! Rola até derretê-la, como fizeram com a Taça de 1970).

A torcida continua forte, mais ainda porque, sem Seleção, volta-se para a chatice do trabalho, ou do campeonato brasileiro que, para um vascaíno, está uma jóia rara. E aí, nem com festa de abertura igual a da China o lugar fica animado.

6 de ago. de 2008

Eu acredito (em Harvey Dent); ou Through The Looking Glass; ou mesmo: O coração ainda pulsa.

O coração, mesmo ferido...

O inexorável e a dureza do mundo...

Eu acredito e quem acredita sempre...

Quem espera sempre...

O coração.

Guerrón dispara no final do segundo tempo da prorrogação

Ninguém espera o imponderável: Federer perde pra Nadal

Pior para história e para o futebol

E pro coração.

A garganta seca

As lágrimas não secam

E o coração...

Trancos e barrancos

Jovens queimam na fogueira

- Fogueira das vaidades -

- Vamos brincar no Brasileirão.

Mas estamos perdendo as peças:

Thiagos fazem falta

Quebra-cabeças

Fundem a cuca

Fodem o cuca

E não se completam.

Tudo é parecido

Nivelado

Lá de cima ou aqui de baixo,

Tudo parece tão igual...

E, no meio disso tudo,

O coração...

O coração...

O co-ra-ção...

(eu ganhei do São Paulo e do Boca)

O coração ainda pulsa.



Dia 21 de maio. Fluminense e São Paulo protagonizam, pelas quartas-de-final da Libertadores, um dos melhores jogos do ano. Numa partida épica, o Flu vence por 3x1, com dois gols de Washington.

Dois meses e meio depois, as duas equipes se encontram novamente, pela 18ª rodada do Brasileirão. A situação do tricolor (preciso lembrar que tricolor só há um?) é quase diametralmente oposta. Desmonte do elenco, falta de peças de reposição, crises financeiras e políticas, insatisfação da torcida... o Fluminense parecia ir morrendo aos poucos. Antes do jogo desta quarta-feira, no Maracanã, os torcedores promoveram um enterro simbólico.

Mas o coração ainda pulsava.

O jogo, em si mesmo, foi morno. São Paulo e Flu pouco produziram. O primeiro tempo teve poucas boas jogadas – a se destacar, apenas um bom lance, pelo lado do tricolor, que começou com um passe de Tartá para Somália, que driblou Joílson e cruzou para o meio da área, onde Washington aguardava, livre. Mas o Coração Valente chutou por cima do gol.

As (poucas) chances do SPFC foram, em sua maioria, repelidas por Roger.

No segundo tempo, o jogo ficou mais interessante. O São Paulo teve um bom momento no início, quando marcou seu gol, mas foi só.

Durante o resto da partida, o Flu foi mais consistente, chegando com perigo em boas jogadas de Tartá (que vem se firmando no time) e Conca (que, apesar das oscilações, ainda é o melhor meia do Brasil – jogar o que ele joga no time perdido do Fluminense não é pra qualquer um).

Durante o resto da partida, o Flu marcou três gols, que, ironicamente, formaram o mesmo placar do jogo da Libertadores.

Durante o resto da partida, como se já estivesse escrito, como numa irritante repetição da mesma música, Washington é o herói. Marca três vezes e dá a vitória ao Flu.

Como num espelho, parece que a mesma partida se repete. Uma no auge, outra no fundo do poço. É mesmo um espelho: tudo está invertido.

O Fluminense se olha no espelho, um espelho quebrado, e vê um time que vem sendo decepado pouco a pouco. O reflexo é mera sombra do que o time era. Ou, ainda, é o inverso: um time apático, que mal consegue encontrar forças pra lutar. É outro lado da moeda. Da mesma moeda.

E se Harvey Dent já nos provou que caos e ordem podem ser encontrados no mesmo rosto, o Fluminense precisa tirar daí forças para, de fato, ressuscitar, não apenas simbolicamente.

(O coração ainda pulsa).

Mas não se pode deixar essa recuperação ao sabor do acaso. Contratações estão sendo feitas, puxões de orelha foram dados... estamos escolhendo qual das duas caras vamos dar a tapa. Qual imagem que o espelho irá mostrar.

E não é só o Flu que é feito de altos e baixos, de espelhos quebrados, de duas caras: o campeonato brasileiro tem sido assim, oscilante. Um integrante do G4 perdeu para o penúltimo colocado. O Ipatinga já pregou peças nos líderes.

Parece que, no fim das contas, corações pulsantes batem descompassados, atravessamos espelhos diariamente e a cada rodada Harvey Dent joga sua moeda.

Cara... ou cara?

5 de ago. de 2008

Mea Culpa...


Surpreendente. Talvez esta seja a melhor definição para a mudança de postura e rendimento da equipe alvinegra sobre o comando de Ney Franco. De uma equipe desanimada, na maioria das vezes apática, o Botafogo passou a uma equipe determinada, sempre ligada nos jogos, com exceção dos últimos minutos na estréia do treinador na Vila Belmiro. Enfim, para mim fica a impressão de que, com muitas rodadas de atraso, o Botafogo entrou no campeonato.

O problema do Botafogo nunca foi exatamente seu elenco, embora este tenha melhorado muito com as chegadas de Lucas Silva, Gil, Carlos Alberto e Zárate(este ainda uma incógnita), o que vinha prejudicando o time na tabela era a íncrivel má fase de todo o elenco, com raras exceções - bem mesmo, só Diguinho vinha jogando. Uma má fase provocada talvez pelas derrotas recentes; talvez por incompetência de Geninho que não soube motivar o grupo; talvez pelos dois fatores. Não importa. O que importa é que Ney Franco soube, com rapidez íncrivel, fazer com que os jogadores e a torcida saíssem da profunda apatia em que se encontravam.


Panela?!? Não no Botafogo! Pelo menos por enquanto...

Conhecido por ser adepto de uma das panelas mais bizarras do futebol brasileiro - Jaílton, Léo Medeiros e etc - , Ney Franco desempenhou função exatamente oposta no Botafogo. Pois é, uma das grandes virtudes de Ney foi ter "acabado" com a panela que já existe há alguns anos no Botafogo - Túlio Guerreiro, Lúcio Flávio e Cia. A verdade é que, bem ou mal, estes jogadores quase nunca eram sacados da equipe titular. Sob o comando de Ney, os 2 e Jorge Henrique deixaram de ter nome certo no time titular e passaram a ter que correr atrás da vaga. A motivação funcionou, todos os 3 passam por excelente fase.

Mas o mérito não é só de Ney Franco. A diretoria reforçou bem o elenco, que quase não tinha opções ofensiva,s trazendo dois bons jogadores - CA e Gil - e duas promessas de bom futebol, apesar de incógnita - Lucas Silva e Leandro Zárate.

O mérito de Ney Franco nessa evolução do elenco alvinegro está na descoberta do grande potencial de Thiaguinho na lateral-direita. O jogador inclusive fez boas atuações quando escalado por Cuca como volante, mostrando grande qualidade, principalmente no desarme. Mas na lateral, o ex-volante - pois é, já mudou de posição - se achou. Fez uma atuação perfeita contra o Ipatinga, na defesa e no apoio, e foi muito bem na Arena da Baixada. Sempre desarmando com precisão e incisivo no apoio, o agora lateral tem tudo pra dar certo e ser uma grande revelação, algo parecido com o Joílson que fez mudança idêntica de posição.

Elenco que promete...

O Botafogo, finalmente, parece ter um bom elenco, digno de Libertadores. Aqui vai o time titular e seus reservas imediatos, com minha avaliação sobre as peças de reposição:

Castillo - Renan

Dois bons goleiros de nível semelhante. Um bom veterano e um jovem promissor.


Alessandro - Thiaguinho

Ambos passam por grande fase. Bom nível de reposição.

André Luís - Édson

O titular é destaque na defesa alvinegra, o reserva me parece ser bom jogador, mas ainda tem que provar alguma coisa. Reposição razoável.

Renato Silva - Ferrero (Eduardo)

D2 vem fazendo boa temporada, sendo um dos jogadores que mais atuaram neste ano, tanto que seu reserva imediato é, praticamente, ele mesmo. Mas os outros dois zagueiros do elenco do Bota tem lá suas qualidades, embora tenham que ser menos afobados. Os dois.

Triguinho - Zé Carlos

O primeiro cumpre com bastante simplicidade e eficiência seu papel tático na equipe, com muita seriedade, sempre. O segundo é odiado por grande parte da torcida, mas na lateral esquerda costuma ir bem, sendo uma opção a mais para as cobranças de falta inclusive. Reposição razoável.


Diguinho - Leandro Guerreiro

Lek Play faz uma temporada sensacional. O samurai vem tentando recuperar o bom futebol do ano passado, mas é um bom reserva.

Túlio Guerreiro - Túlio Souza

O titular recuperou o bom futebol, o reserva ainda não. Reposição Razoável.

Lúcio Flávio - Lucas Silva

LF é peça fundamental no meio campo alvinegro. Lucas Silva ainda é incógnita, mas é melhor que Felício e Cia. Reposição razoável.

Carlos Alberto - (???)

O Predador não tem um reserva imediato, quando não pode jogar o time normalmente muda de esquema. Reposição falha, embora o elenco tenha soluções bem úteis para isto.

Jorge Henrique(????????????????) - Gil

Romarinho vem muito bem, Gil promete ser uma boa peça de reposição.

Welligton Paulista - Zárate(provavelmente)

WP vem jogando um bom futebol, apesar dos poucos gols no campeonato. Zárate vem treinando bem, pode ser o matador necessário pro elenco. Reposição duvidosa, embora com alguma esperança de sucesso.