9 de mai. de 2008

Flu joga miúdo e vence o Nacional (COL). "Mas venceria o Boca?" - eis a questão.

Terça-feira. 18h30. Hora do rush.

Trabalhadores enfrentando o trânsito infernal, loucos pra chegarem em casa.
Com exceção de cerca de trinta mil fiéis torcedores que, ignorando o incômodo do horário de jogo absolutamente esdrúxulo, foram ao Maraca torcer pelo tricolor, no segundo jogo das oitavas da Liberta. O Flu poderia perder por 1x0 que se classificaria.

O time de Renato Gaúcho colocou o regulamento embaixo do braço e jogou apenas o suficiente para vencer.

O suficiente para vencer o Nacional de Medelín, diga-se de passagem.
Gabriel continua a não jogar nada. Foi substituído por Carlinhos no fim. O puxão de orelha foi bom, o filho do saudosíssimo Wladimir bem que poderia esquentar o banco na estréia do Brasileirão, contra o Atlético-MG. Com uma bunda daquele tamanho, ficar sentado não é problema.

Thiago Neves é outro que só joga quando quer. Anda em campo, fica esperando bola no pé, e quando a tem, tenta lances de efeito. Se é pra ir pro Manchester, que vá logo e não afunda o time. Entra dinheiro em caixa e o tricolor ainda teria tempo de arranjar outro meia razoável.

Ou então veste a camisa e joga. Põe raça nessa porra. Sua. A torcida suou pra comparecer ao estádio nesse horário bizarro. O mínimo que 'cê pode fazer é correr em campo, brigar, dar o sangue, e agradecer quando o Renato te substituir e você sair de campo com a torcida gritando o seu nome, mesmo que não tenha jogado nada.
O Dodô, de volta depois de dois meses parado, também esteve sumido no jogo, mas pelo menos esse tem alguma desculpa.

Washington está em fase absolutamente pavorosa. Verdade que as bolas pouco chegaram a ele na noite de terça; mas, nas poucas vezes em que a teve sob seu domínio, se enroscou e acabou sendo desarmado.

Em meio à apatia dos que jogam sem vontade, nem deu gosto de ver quem corre, sua, dá o sangue.

As melhores oportunidades surgiram pela esquerda, porque o Júnior César correu pra cacete, mesmo não estando particularmente inspirado.

Conca também jogou com a raça de sempre, e as melhores oportunidades surgiram das tabelas entre ele e o Zack do Power Rangers, o lateral-esquerdo do Flu.

Entretanto, o grande destaque da partida era o homenageado da noite, que nem recebeu tantas felicitações quanto merecia.

Roger, substituindo Thiago Silva, com estiramento na coxa, faria sua centésima partida pelo tricolor carioca. O herói do título da Copa do Brasil jogou como sempre joga: com o sangue, com a alma, com espírito de Libertadores; correndo o campo inteiro.

E, como na final contra o Figueirense, foi recompensado: fez, de cabeça, o único gol do jogo sem-graça, que deu ao Flu a classificação para as quartas-de-final. Obrigado, Roger.


Jogando miúdo, o tricolor carioca não teve dificuldades pra vencer o Nacional. Venceu mais uma das pequenas batalhas do cotidiano.

Ainda bem, porque recentes exemplos mostram que nem todos têm a mesma sorte quando jogam miúdo. Jogam miúdo, mas com pompas de grande espetáculo, grande festa, grande despedida. Que riem quando perdem gol, que viram as costas pro adversário, que acham que cachorro ferido é cachorro morto.

Isso aqui é Libertadores, rapá.

E, daqui em diante, nenhum jogo mais vai ser uma pequena batalha do cotidiano. Porque é chegada a hora das batalhas épicas da Libertadores, os grandes jogos guerreados até o fim, nervos à flor da pele, Grêmio x Peñarol.

Adriano é melhor que Muñoz. É melhor que Cabañas.

Maracanazzos evidenciaram: os fracos não têm vez.

Não é mais hora de jogar joguinho fácil... correndo pouco... volta andando. . . toquinho de lado. . . Maurício no lugar de Neves. . . vou pra Europa. . . decido em casa. . .

É hora de jogar como se não houvesse amanhã, é hora de ir à guerra, é hora de extremismos babacas e sem sentido que não valem nem na guerra nem no amor, só valem no futebol, vencer ou vencer, matar ou morrer, sobreviver ao Morumbi e ao Maraca (e dêem graças por não precisarem sobreviver ao Bombonera), dizer: "joguei com raça, ganhei do São Paulo, e, sim, venceria o Boca".

Porra nenhuma de "o show tá começando".

Isso aqui é guerra, e já começou.

7 comentários:

Rodrigo Paradella disse...

Respondendo...

Não, não ganharia mesmo.

Acho que o Fluminense ainda não "entrou" na Libertadores, só pegou times mais fracos que ele. Vamos ver como se comporta diante do SP que é no mínimo igual ao Flu.

Felipe Schmidt disse...

Não quero saber de Libertadores...

James M. Barrie disse...

Igual, não.

O São Paulo jogou com mais raça contra o Nacional(URU) do que o Flu contra o Nacional de Medelín.
Mas, time por time, o Flu é superior.

Nein disse...

Nem fodendo.

Quando o Fluminense pega um time mais organizado já começa a mostrar dificuldades na composição das jogadas, priorizando os talentos individuais. Isso destrói a defesa.

Sem falar da resistência psicológica, que não sabemos a quantas anda, mas é, sem dúvida, inferior à dos jogadores hermanos.

Não seria bonito ver o Fluminense na Bombonera. Se jogasse como vem jogando, tomaria uma piaba que ficaria difícil de reverter, mesmo decidindo em casa.

Intimidade (não se anime, tricolor, eu falo apenas no toque de bola) entre os jogadores me parece ser a principal carência(hahaha) do Flu. Superado isso, penso que, se acontecer, o duelo será bem mais tranqüilo.

Rodrigo Paradella disse...

Não acho o SP inferior não, individualmente pode até ser(apesar do Adriano), mas o time em si acho igual.

Etchatz disse...

os frescos também não tem vez. esse confronto entre os dois tricolores ... não sei não ... difícil dizer. quem conseguir deixar a frescura de lado seguirá rumo ao temido confronto contra o Boca. Não vem de paumoloescência logo agora, sem peidar pra riquelme e cia.

Deixando essas viadagens de lado, os da labambineira, tb conhecido como morumbi, tem mais experiência na libertadores, isso faz diferença. talvez não sintam, talvez não carreguem o peso que os tricolores cariocas carregam nas costas (sem qualquer alusão àqueles momentos de mordidas na fronha)por estarem perdendo somente agora o cabaço da libertadores.

Anônimo disse...

Que jogo ridículo o Fluminense fez contra o Nacional(COL) na terça, enfrentou um time muito inferior, mas mesmo assim não jogou nada.

Finalmente o Fluminense vai enfrentar um time de seu nível.
Não estou levando muita fé nesse time do Fluminense na seqüência da Libertadores não, quando eles enfrentam um time muito bem armado, encontram dificuldades para ganhar a partida. A experiência e tradição falam mais alto daqui pra frente.