23 de jul. de 2008

Sem Desespero

A seqüência de duas derrotas e a saída de alguns jogadores importantes abalou um pouco a tranqüilidade que reinava na Gávea nos últimos tempos. De repente, a imprensa, que tanto elogiava o time carioca, passou a questionar a capacidade da equipe de manter-se entre os primeiros, como se o Flamengo tivesse sido o único time a tropeçar durante o campeonato. A título de comparação, por exemplo, não houve reação semelhante quando o São Paulo empatou em casa com o Ipatinga.

Realmente, o Flamengo jogou mal contra o Vitória, e perdeu pontos importantíssimos, uma vez que jogou em casa e contra um adversário supostamente inferior. Mas é necessário valorizar o time baiano, muito bem armado pelo inteligente Vágner Mancini - bastante promissor, por sinal - e liderado por jovens talentosos. Foi impressionante a incapacidade do Fla em vencer a marcação adversária, embora ainda assim tenha perdido algumas chances claras - também não podemos esquecer o gol anulado erroneamente, embora esta não seja a desculpa para o tropeço.

No jogo anterior, a derrota para o Coritiba, a equipe enfrentou os mesmos problemas: tendência a afunilar o jogo, atacantes incompetentes e uma terrível alergia de Léo Moura à lateral direita. Ainda assim, dominou o jogo, teve muito mais posse de bola e só sofreu o gol graças a um lance fortuito dos paranaenses, que depois não mais ameaçaram Bruno. Começa a ficar claro que o Flamengo está sabendo jogar fora de casa, valorizando bem a posse de bola, e, mesmo com a derrota, a tendência é que a equipe siga jogando bem fora de seus domínios.

Enfim, qual o objetivo deste texto? Acalmar os rubro-negros. Duas derrotas seguidas não são de jeito nenhum agradáveis, mas a equipe, em si, tem jogado bem, controlado os adversários e criando chances. O principal problema tem sido um ataque extremamente inconsistente, no qual o suposto homem-gol sequer finaliza a gol e prefere cair pelas pontas quando notoriamente não tem habilidade para isso. Alguns dizem que é para abrir espaço para os meias, mas para quê, se, sem Marcinho e Renato Augusto, não há um meia ofensivo que chegue para finalizar?

Do meio para trás, entretanto, a equipe é muito forte, o que deve ser a base para que o Flamengol retome seus bons resultados. Com um meio-campo combativo e com toque de bola, e zagueiros entrosados e seguros, a equipe precisa apenas acertar seu setor ofensivo. Reforços são necessários neste setor para que o time mantenha o ritmo, uma vez que o único meia ofensivo disponível é o jovem Erick Flores, talentosíssimo, mas ainda sem porte físico para os profissionais, enquanto o ataque sofre de carência crônica de bons finalizadores - Obina pode tanto acertar o ângulo quanto jogar a bola para a lateral, e ainda assim é melhor que Souza.

Falando em reforços, os nomes mais comentados são Felipe e Daniel Carvalho. O último está quase acertado com o Internacional, enquanto o primeiro precisa conseguir a liberação do seu time. Pessoalmente, Daniel Carvalho agrada mais, por ser mais jovem, e ter mais características de meia-atacante, enquanto Felipe é um armador clássico, embora seu grande problema seja o temperamento. Em um grupo aparentemente unido e sem vaidades, trazer Felipe é correr o risco de estragar um bom ambiente e prejudicar de vez o rendimento do time. Mas, se Fábio Luciano enquadrar o cara, pode dar samba, sim.

6 comentários:

Rodrigo Paradella disse...

Só uma coisa...

Não é que a imprensa tenha começado a duvidar do fla depois das 2 derrotas, apenas abriu os olhos para o fato de que o time não é o melhor do Brasil, mesmo que seja um dos 4 melhores e tenha chances de brigar pela Libertadores.

Outro fato novo são as saídas de Marcinho e Renato Augusto que tornaram o elenco ainda mais parecido com o de seus concorrentes, sendo inclusive superado por alguns que já eram fortes e outros que se reforçaram.

A verdade é que, apesar de um bom time, o fla não tem um meio de campo criativo de verdade, nem bons jogadores de ataque, o que não é comum em um time campeão brasileiro que precisa ser, no minímo, bom em todos os setores do campo.

E não me venham com aquele papo, influenciado pela Globo auha, de que a torcida do flamengo pode ganhar o campeonato sozinha, ou quase. Sabemos bem que não é assim, Élvis e Cabañas que o digam...

Rodrigo Lois disse...

Realmente, com a saída do Marcinho e principalmente do Renato Augusto, o Flamengo perdeu muito do seu poder de criação. Todo mundo sabe que as armas principais do time são as laterais, mas não dá para ficar dependendo só de dois jogadores.

Acredito que a dupla de ataque deveria ser Souza e Tardelli, porém, com o primeiro numa asa negra das brabas, e o segundo competindo com o Kléber do Palmeiras pra ver quem é mais infantil, fica complicado para o Rubro-Negro.

No fundo, (sem malícias hein galera)não existe muita diferença entre os líderes do Brasileirão. Vemos agora, por exemplo, Flamengo e Cruzeiro caindo de produção, mas os dois foram os dois primeiros por um bom tempo. Moral da história: O Flamengo tem que acordar, mas não se deseperar.

Unknown disse...

Tenho que admitir que depois do jogo de ontem, desanimei um pouco. Mas longe de desistir do Hexa.

Agora temos Bota, Palmeiras e Cruzeiro pela frente. Hora de mostrarmos nossa força e deixar pra trás os resultados dos últimos 3 jogos.

Maraca tem que estar vermelho e preto no domingo. Ganhar do Bota é fundamental para ganharmos moral e mantermos a lideraça.

Anônimo disse...

Jogador começa a se destacar e é vendido, como o time pode continuar bem assim?

Anônimo disse...

Jogador começa a se destacar e é vendido, como o time pode continuar bem assim?

Etchatz disse...

sem desespero. nego levou a sério aquelas bandeiras da palestina e afeganistão que levam pro maraca. Não tinha como ser campeão, teve um bom início jogando quase sempre no maracanã.