7 de jul. de 2008

Depois da tempestade...

A eliminação na Libertadores deste ano frente ao América-MEX, em pleno Maracanã, foi um dos maiores vexames da história do Flamengo. A ela, seguiu-se uma série de provocações dos outros rivais, e um sentimento de desconfiança quanto ao futuro da equipe na temporada. Para piorar, Vasco e Botafogo seguiam firmes na Copa do Brasil, e o Fluminense fazia bela campanha na própria competição sul-americana. Assim, o torcedor rubro-negro, que havia deliciado-se com o título estadual, passava de algoz a vítima - o fato inclusive mereceu um post no blog, pelo companheiro Canhoto.

Na época, este blogueiro tratou de escrever um post falando sobre a necessidade do Flamengo manter a tranqüilidade, pois tinha elenco capaz de, pelo menos, voltar à Libertadores em 2009. Por um outro lado beneficiado por precisar se concentrar apenas no Brasileirão, o time começou muito bom o torneio, enquanto seus rivais poupavam-se para as copas. Eis que a sorte rubro-negra começou a virar. Primeiro, Vasco e Botafogo foram eliminados nos pênaltis, na mesma noite, nas semifinais da Copa do Brasil. O Fluminense seguiu sua campanha irretocável na Libertadores, deixando o torcedor rubro-negro ainda ressabiado. Mas bastou Cevallos pegar três pênaltis na última quarta-feira para a felicidade rubro-negra ser completa. Além de ver o rival fracasar no maior torneio sul-americano, o sentimento maior era o de alívio.

Então, completadas nove rodadas do Campeonato Brasileiro, o que equivale, basicamente, a 25% do torneio, o Flamengo é líder isolado, com cinco pontos de vantagem. O maior mérito de Caio Júnior e seus comandados foi ter mantido a tranqüilidade mesmo depois do fracasso histórico e, também, da derrota para o São Paulo no Maracanã. A equipe mostra, sim, ter um elenco capaz de suportar a competição e eventuais transferências para o exterior, exceção feita para as laterais e o gol. Outro ponto positivo neste começo de campanha é a forma como o time vem atuando fora de casa, totalmente diferente dos anos recentes, em que goleadas para times do Sul, por exemplo, eram corriqueiras. Obviamente, a equipe ainda precisa ser provada um pouco mais, pois, embora tenha vencido adversários difíceis, como Sport e Internacional, perdeu em casa para um adversário direto: o São Paulo.

Quanto aos jogadores, vale ressaltar a fase excepcional de Juan e Léo Moura. Quem acompanha o Flamengo sabe que são raras as vezes em que os dois atingem boa fase ao mesmo tempo. O normal mesmo é um deles estar voando e o outro, apenas coadjuvante. Porém, quando os dois compartilham do bom momento, a equipe ganha demais em força ofensiva, o que pode ser notado pelas boas atuações recentes. Na defesa, a dupla formada por Fábio Luciano e Ronaldo Angelim mantém a regularidade, enquanto Ibson finalmente recuperou seu bom futebol no meio campo, assim como Kléberson vem subindo de produção. Marcinho, mesmo fraco tecnicamente, vem mantendo a fase iluminada quanto à artilharia, garantindo a função que seria de Souza.

São estes os pilares que, junto com Caio Júnior, sustentam a liderança do Brasileiro. O técnico, aliás, começa a deixar a equipe à sua feição: Renato Augusto agora é meio-campo, embora precise de seqüência de jogos para poder se firmar, e as jogadas ensaiadas, negligenciadas nos tempos de Natalino, vem se mostrando essencial. Junte tudo a um elenco farto no meio-campo e ataque, e o Flamengo mostra ser forte, sim, para a disputa do campeonato. A preocupação, agora, é evitar que o mesmo clima que derrotou o time contra o América volte a assolar a Gávea. Concentração e humildade. Pode parecer clichê, mas é o que o Flamengo precisa, no momento, para manter-se no pelotão da frente.

Outras Notas:

* Gérson Magrão, cujo passe pertencia ao Flamengo no início do ano, foi vendido ao Cruzeiro por R$ 2 milhões. Vale lembrar que o passe do meia foi trocado pelo de Léo Medeiros, hoje, graças a Deus, longe da Gávea. Para um time que precisa urgentemente de dinheiro para manter Ibson, mais uma mostra de como a diretoria ainda comete erros inexplicáveis e cruciais - vender jovens promissores por pechincha pode ser incluído nesta lista.

* Falando na negociação por Ibson, uma ótima noção para os rubro-negros: o meia acertou nesta segunda sua permanência por mais um ano. Ibson era o jogador mais provável para sair do time, mas com a negociação, a tendência é que o futebol do meia melhore, uma vez que ele admitiu que a indefinição quanto ao seu futuro estava interferindo em seu desempenho.

* Um trunfo da equipe em relação a seus concorrentes está no mercado de transferências europeu. Além de Ibson, existem poucos jogadores que possam sair para a Europa no elenco, ao contrário de times como São Paulo, Palmeiras e Cruzeiro, que podem perder seus principais jogadores, embora também tenham bons elencos.

7 comentários:

Rodrigo Paradella disse...

Inexplicável é alguém achar que o Gerson Magrão vale 2milhões, isso sim ahhaha...

Felipe Schmidt disse...

Pois é, Bony rs

Acho q eles pegaram o Magrão só pelo prazer de atravessar o negócio do Atlético...

Canhoto disse...

Pois é, acho que agora aquela minha história dos garotos atrás das garotas faz até algum sentido.

O rubro-negro por enquanto parece ser o com melhor papo pra chegar nela, hehe.

Unknown disse...

Nunca estive tão confiante com o Flamengo. Acho que finalmente vai dar samba. O Hexa cada vez mais se torna realidade.

Rodrigo Paradella disse...

Canhoto,

publique a história então... ahaha

Rodrigo Lois disse...

O elenco do Flamengo realmente é muito bom. Gosto muito do Léo Moura e do Juan, porque eles jogam como laterais de verdade, que chegam ao ataque, driblam e cruzam. Eles não tem medo de avançar. Concordo também que Ibson subiu de produção (aliás, foi muito bom para o Flamengo conseguir manter o jogador). Sou vascaíno, mesmo assim acredito que o Flamengo pode ir longe no BR. Pena que o urubu perderá com certeza no domingo!!

Anônimo disse...

Well, all I can say is. Im hungry.