Semana passada, todas as atenções e comentários da mídia esportiva estavam direcionados para a Granja Comary, aonde os pimpolhos de Dunga treinavam para o jogo-chave contra o Chile, em Santiago. Os principais programas sobre futebol não se cansavam em apresentar matérias que ressaltavam uma possível queda do treinador da Seleção. Eram tantas retrospectivas negativas e comentários do povão pedindo a cabeçca do técnico que não dava mais para agüentar. Ou ele saía ou saía, não tinha outra opção.
Mas, ao contrário da vontade de muito jornalistas (e do próprio Ecos) , após a partida desse domingo, o nosso anão em comando ganhou uma sobrevida. Merecida pela atuação de ontem, diga-se de passagem.
Antes da partida, Dunga deve ter avisado aos jogadores que se saíssem do Estádio Nacional de Santiago com uma derrota, ninguém mais ia poder sair com a Branca de Neve. A seleção brasileira entrou com um gás que não se via há muito tempo. Toque de bola eficiente e rápido, marcação em cima. Destaque para Diego, que deve ter feito a sua melhor partida pelo Brasil, e Luis Fabiano, guerreiro e artilheiro, o melhor em campo. Aliás, parece que Fabuloso garantiu de vez a camisa 9. Não é um Ronaldo, mas é jogador de ótima qualidade, raça e faro de gol.
Porém, as grandes estrelas da noite de ontem, após uma análise mais profunda (respeitando a integridade dos jogadores), foram as mudanças de postura, tanto a do técnico quanto a do time. Se o contexto fosse outro, 11 entre 10 sites de aposta diriam que Dunga escalaria 4 volantes, incluindo ele mesmo. Colocaria o time em um esquema muito defensivo, para não dizer retranqueiro. Mas, como num passe de mágica da Bruxa Má, o ranzinzo técnico decidiu apostar em Gaúcho, Robinho, Luis Fabiano e Diego (este um pouco mais recuado). Deu liga. O Brasil jogou bem, marcou bem e criou inúmeras oportunidades.
Mas, apesar da euforia, devem ser feitas algumas considerações:
1- A defesa do Chile é mais porosa do que esponja velha. Não por causa do esquema de Bielsa, que aliás é um técnico que aposta na ofensividade (algo raro ultimamente). Mas sim devido a (não) qualidade dos zagueiros.
2- O ataque chileno também foi mal. Suazo perdeu chances incríveis. Uma atuação digna de Bola Murcha. Os seus principais jogadores do meio-campo, Fernández e Sanchez, nada produziram. O blog se recusa a falar sobre Valdívia.
3- Não se sabe ainda se o jogo de ontem foi uma excessão na Era Dunga, ou se a coisa mudou mesmo. Além disso, quando o Brasil enfrentar uma seleção mais forte, terá de atacar com mais jogadores, ou seja, os laterais e os volantes também terão que se apresentar à frente, e não só marcar ( Apesar de Maicon ter atuado bem no segundo tempo). Juan tem que ser titular.
4- Percebe-se claramente que Ronaldinho ainda está muito longe de ser Ronaldinho. Apesar de ter jogado bem pelo Calcio domingo passado, o craque continua fora de forma. Praticamente limitou-se a trocar passes, nem sequer ameaçou dar uma de suas famosas arrancadas, nas quais ele quebrava tempo, espaço e a coluna dos marcadores. Sem Kaká, quem deve ser colocado em seu lugá (péssima rima forçada)?
5- Ficou comprovado mais uma vez que um esquema ofensivo pode também pressionar o adversário. Se já deu certo com o Brasil em outras épocas e dá certo com outras seleções, porque não daria na atual Seleção Brasileira?
3 comentários:
Só quero destacar 3 coisas:
1 - O Robinho também foi muito bem, sem ele talvez não tivéssemos vencido. Foi fundamental, assim como Diego e Luís Fabiano foram.
2 - Aí que está o ponto. O Brasil não deixou de jogar no contra-ataque, como fez sempre com Dunga, apenas teve jogadores inspirados e determinados o suficiente pra vencer com facilidade a fraca defesa do Chile.
3 - A mudança foi grande, mas não no esquema, o Brasil jogava praticamente com os 4 atacando - Ronaldinho, Luís Fabiano, Robinho e Diego - e o resto defendendo com bastante vontade. O que sobrou foi motivação e inspiração dos homens de frente, diferente dos últimos jogos, onde alguns foram apáticos. A volta do bom futebol de Robinho e do bom jogo de pivô de Luís Fabiano trouxeram uma maior efetividade ao nosso ataque, que andou meio perdido em alguns jogos.
Uma grande vitória no domingo, porém de volta a estaca zero.
Eu me rejeito a fazer um post sobre o jogo desta quarta. Simplesmente não me darei ao trabalho de comentar um jogo tão ruim, com um Brasil vergonhoso em campo. Perguntas:
- Josué tá botando no Dunga? Só pode né?
- Como Julio Baptista não é titular nesse time?
- Porque o Brasil não consegue jogar bem tendo que tomar a iniciativa?
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