8 de set. de 2008

Fora da reta, por enquanto

Semana passada, todas as atenções e comentários da mídia esportiva estavam direcionados para a Granja Comary, aonde os pimpolhos de Dunga treinavam para o jogo-chave contra o Chile, em Santiago. Os principais programas sobre futebol não se cansavam em apresentar matérias que ressaltavam uma possível queda do treinador da Seleção. Eram tantas retrospectivas negativas e comentários do povão pedindo a cabeçca do técnico que não dava mais para agüentar. Ou ele saía ou saía, não tinha outra opção.


Mas, ao contrário da vontade de muito jornalistas (e do próprio Ecos) , após a partida desse domingo, o nosso anão em comando ganhou uma sobrevida. Merecida pela atuação de ontem, diga-se de passagem.
Antes da partida, Dunga deve ter avisado aos jogadores que se saíssem do Estádio Nacional de Santiago com uma derrota, ninguém mais ia poder sair com a Branca de Neve. A seleção brasileira entrou com um gás que não se via há muito tempo. Toque de bola eficiente e rápido, marcação em cima. Destaque para Diego, que deve ter feito a sua melhor partida pelo Brasil, e Luis Fabiano, guerreiro e artilheiro, o melhor em campo. Aliás, parece que Fabuloso garantiu de vez a camisa 9. Não é um Ronaldo, mas é jogador de ótima qualidade, raça e faro de gol.



Porém, as grandes estrelas da noite de ontem, após uma análise mais profunda (respeitando a integridade dos jogadores), foram as mudanças de postura, tanto a do técnico quanto a do time. Se o contexto fosse outro, 11 entre 10 sites de aposta diriam que Dunga escalaria 4 volantes, incluindo ele mesmo. Colocaria o time em um esquema muito defensivo, para não dizer retranqueiro. Mas, como num passe de mágica da Bruxa Má, o ranzinzo técnico decidiu apostar em Gaúcho, Robinho, Luis Fabiano e Diego (este um pouco mais recuado). Deu liga. O Brasil jogou bem, marcou bem e criou inúmeras oportunidades.



Mas, apesar da euforia, devem ser feitas algumas considerações:
1- A defesa do Chile é mais porosa do que esponja velha. Não por causa do esquema de Bielsa, que aliás é um técnico que aposta na ofensividade (algo raro ultimamente). Mas sim devido a (não) qualidade dos zagueiros.
2- O ataque chileno também foi mal. Suazo perdeu chances incríveis. Uma atuação digna de Bola Murcha. Os seus principais jogadores do meio-campo, Fernández e Sanchez, nada produziram. O blog se recusa a falar sobre Valdívia.
3- Não se sabe ainda se o jogo de ontem foi uma excessão na Era Dunga, ou se a coisa mudou mesmo. Além disso, quando o Brasil enfrentar uma seleção mais forte, terá de atacar com mais jogadores, ou seja, os laterais e os volantes também terão que se apresentar à frente, e não só marcar ( Apesar de Maicon ter atuado bem no segundo tempo). Juan tem que ser titular.
4- Percebe-se claramente que Ronaldinho ainda está muito longe de ser Ronaldinho. Apesar de ter jogado bem pelo Calcio domingo passado, o craque continua fora de forma. Praticamente limitou-se a trocar passes, nem sequer ameaçou dar uma de suas famosas arrancadas, nas quais ele quebrava tempo, espaço e a coluna dos marcadores. Sem Kaká, quem deve ser colocado em seu lugá (péssima rima forçada)?


5- Ficou comprovado mais uma vez que um esquema ofensivo pode também pressionar o adversário. Se já deu certo com o Brasil em outras épocas e dá certo com outras seleções, porque não daria na atual Seleção Brasileira?


O Brasil também deve passear no Engenhão, quarta-feira, dia no qual encara a poderosíssima Bolívia, gigante do futebol. A questão é: a seleção fará outra apresentação digna ou o que aconteceu em Santiago foi só parar tirar temporariamente Dunga da degola?

3 comentários:

Rodrigo Paradella disse...

Só quero destacar 3 coisas:

1 - O Robinho também foi muito bem, sem ele talvez não tivéssemos vencido. Foi fundamental, assim como Diego e Luís Fabiano foram.

2 - Aí que está o ponto. O Brasil não deixou de jogar no contra-ataque, como fez sempre com Dunga, apenas teve jogadores inspirados e determinados o suficiente pra vencer com facilidade a fraca defesa do Chile.

3 - A mudança foi grande, mas não no esquema, o Brasil jogava praticamente com os 4 atacando - Ronaldinho, Luís Fabiano, Robinho e Diego - e o resto defendendo com bastante vontade. O que sobrou foi motivação e inspiração dos homens de frente, diferente dos últimos jogos, onde alguns foram apáticos. A volta do bom futebol de Robinho e do bom jogo de pivô de Luís Fabiano trouxeram uma maior efetividade ao nosso ataque, que andou meio perdido em alguns jogos.

Anônimo disse...

Uma grande vitória no domingo, porém de volta a estaca zero.

Rodrigo Lois disse...

Eu me rejeito a fazer um post sobre o jogo desta quarta. Simplesmente não me darei ao trabalho de comentar um jogo tão ruim, com um Brasil vergonhoso em campo. Perguntas:
- Josué tá botando no Dunga? Só pode né?
- Como Julio Baptista não é titular nesse time?
- Porque o Brasil não consegue jogar bem tendo que tomar a iniciativa?