12 de jul. de 2009

Pelo diploma de entrevistado!

Imagina eu!

Que o futebol é cheio de clichês qualquer um sabe. Uma pessoa que não é chegada ao esporte sabe a fama de maus “respondedores” que os atletas têm e até entende a piada, mesmo que não saiba se o Fluminense é preto e branco ou é o Flamengo que é tricolor.

Costumamos ouvir esse papo de que os jogadores respondem assim, tipo qualquer coisa, porque as perguntas dos repórteres são igualmente de baixo nível. Sim, assumamos isso, desde antes de realizar os questionamentos, já se pensa que o jogador não vai ter nível para responder mais do que frases decoradas.

A intenção aqui não é dizer que isso piorará com o advento da não-necessidade do diploma para exercer a atividade jornalística, mas que tal se brincássemos com alguns lugares-comuns das entrevistas futebolísticas hoje em dia?

Antes de tudo, deve-se fazer uma referência. Trata-se do grandioso Rasheed Wallace, jogador da NBA que, fulo da vida, respondeu a todas as perguntas de uma determinada entrevista coletiva após um jogo, com a célebre frase “Both teams played hard”, em bom português, “Os dois times jogaram duro”, típica frase de quem só repete palavras. Para você ver como não é coisa só nossa.




Como não são todos que têm essa veia irônica exacerbada, deixa que a gente mesmo faz o que você queria. Dar a resposta certa!

Caso 1: Time entra em campo. Repórter pega o primeiro jogador que vem puxando a corrente, ou o primeiro que teve saco para parar e manda: “E aí, o time vem pra ganhar?”

Resposta real: Com certeza, sabemos da importância dos três pontos, o time vem forte e vamo lutar pra sair com a vitória.

Resposta sincera do jogador: É,né. Se não formos, eu rodo.

Resposta desejada: Não! Até por isso a gente nem treinou essa semana. Íamos todos os dias para o clube e ficávamos jogando cartas. Esse negócio de treinar só serve para a gente ficar suado, porque a gente vai entrar pra perder mesmo...

Caso 2: O time vai para o intervalo tomando um sapeca-iaiá por 3 a 0. “Dá pra virar?”

RR: Com certeza, não tem jogo ganho, agora é voltar pro segundo tempo e ver o que o treinador tem pra falar.

RSJ: Dar não dá, mas não posso dizer isso porque senão eu rodo.

RD: Não!É melhor pensar no próximo jogo, esse tá perdido, inclusive quem tá vendo em casa pode ir desligando a televisão, se arrumando pra sair, porque a gente não vai virar isso aqui não!

Caso 3: Volta para o segundo tempo. “O que o treinador falou no vestiário?”

RR: Falou para a gente jogar mais em cima, tentar mais o gol, in the medium, from behind, the left e the right.

RSJ: Olha, pra te falar a verdade, eu nem tava prestando atenção no que ele tava falando. Mas pra não rodar, ele deve ter falado isso aí mesmo...

RD: Falou que o time está jogando muito recuado, necessitando assim de um meia armador que leve a bola da defesa até o ataque e chame os companheiros para avançar. Assim, o time sai do seu campo e passa a pressionar o adversário. Devemos explorar o lado direito, onde temos Nelsinho, nosso jogador em melhor forma, e explorar o mau momento do Pedrinho, que joga pela esquerda do time deles. Ah, e pra isso, ele vai tirar o Zezinho, que não tá jogando merda nenhuma. Com isso, Huguinho será o responsável por conduzir o time desta forma. Já a defesa vai atuar com três zagueiros, sendo que na sobra ficarei eu, que tenho mais condições técnicas do que o Pedrão e o Nelsão. Aí...(resposta interrompida para que se pudesse reiniciar o jogo)

Caso 4: No primeiro tempo, o goleiro do time falhou bizarramente ao socar a bola na cabeça de um companheiro, sofrendo o gol. Pergunta: “O que houve ali naquele lance?”

RR: Infelizmente, teve uma falha de comunicação ali, ele não me viu e infelizmente o gol saiu. Infelizmente, a gente vai ter que consertar agora e partir pra cima, infelizmente.

RSJ: Não sei, mermão. O que eu sei é que esse viado tá falhando todo jogo, porra, como ele não me viu com essa porra desse moicano vermelho que eu tô usando? Ele é daltônico? Sabe, às vezes a gente cansa dessa porra!

RD: Simples, juntou um bosta como eu com um bosta como ele, deu nisso. Os reservas são bem melhores que a gente.

Por último...

Caso 5: Time é campeão. Na hora de falar da campanha e do grupo, todo mundo é bom.

RR: Esse time é um grande grupo, grandes homens, de família. Não tem nenhum moleque aqui não. Esse título vai também para Deus, que sempre me ajudou e para a nossa torcida, que sempre teve com a gente. Vai também para as crianças, para o Michael Jackson e para o Bush, e eu também queria mandar um beijo pra minha esposa....

RSJ: Porra, tem uns caras que são foda. Não merecem, não. Eu lá querendo me concentrar e os caras cheio de mulher no quarto. Porra, tem que pensar no jogo. Eu a essa hora to arrumando meu uniforme, passando o ferro. O grupo é uma merda, demos sorte de eu ser tão bom.

RD: É campeão, porra!

Às vezes, os jogadores misturam os estilos de resposta.....



5 comentários:

Rodrigo Paradella disse...

Putz, imagina o Luiz Alberto com um diploma de sociologia... A entrevista não acabaria antes do raiar do dia seguinte... pqp!

Canhoto disse...

Hahaha. Eu procurei alguma entrevista dele, seria tipo uma exceção à regra, um caso 6.

Mas não achei.

Saulo disse...

Tem entrevista que é um saco.

Unknown disse...

Caro Torcedor,

Parabéns pelo belo espaço dedicado ao futebol carioca. Sou administradora do website Flunáticas, um portal para a torcida feminina do Fluminense. Estamos lançando uma campanha chamada "Menos vaias, Mais amor". Apesar de ser uma iniciativa que está relacionada ao Flu, acredito que pode ser usada por torcedores de qualquer time!

Gostaria de lhe convidar a conhecer o website e a campanha, afim de ganhar o seu apoio na divulgação desta mudança de comportamento dos torcedores!

Acesse: www.flunáticas.com.br

Cordiamente,
G. Kfuri

Jogo Aberto disse...

Bom Dia, esta afim de trocar de Links eu add o seu blog e vc add meu blog na sua lista de blogs? blz?
www.futebolcomnoticias.blogspot.com