Que o futebol é cheio de clichês qualquer um sabe. Uma pessoa que não é chegada ao esporte sabe a fama de maus “respondedores” que os atletas têm e até entende a piada, mesmo que não saiba se o Fluminense é preto e branco ou é o Flamengo que é tricolor.
Costumamos ouvir esse papo de que os jogadores respondem assim, tipo qualquer coisa, porque as perguntas dos repórteres são igualmente de baixo nível. Sim, assumamos isso, desde antes de realizar os questionamentos, já se pensa que o jogador não vai ter nível para responder mais do que frases decoradas.
A intenção aqui não é dizer que isso piorará com o advento da não-necessidade do diploma para exercer a atividade jornalística, mas que tal se brincássemos com alguns lugares-comuns das entrevistas futebolísticas hoje em dia?
Antes de tudo, deve-se fazer uma referência. Trata-se do grandioso Rasheed Wallace, jogador da NBA que, fulo da vida, respondeu a todas as perguntas de uma determinada entrevista coletiva após um jogo, com a célebre frase “Both teams played hard”, em bom português, “Os dois times jogaram duro”, típica frase de quem só repete palavras. Para você ver como não é coisa só nossa.
12 de jul. de 2009
Pelo diploma de entrevistado!
11 de abr. de 2009
Gente estranha
Estranhos são os outros, não sei de nada disso. É o que costumamos pensar quando encaramos algum problema fora do comum, quando o comum significa a cartilha de bom comportamento do homem moderno. Eu, que sou moderno mas não sou sério, vi esse caso do Adriano e pensei: o ser humano é realmente algo incompreensível.
Não é comum mesmo um jogador de futebol alegar problemas de depressão quando sua carreira é um sucesso, quando se tem vários prêmios individuais, reconhecimento. A explosiva combinação entre vícios e poder ter vícios fez de Adriano um refém. É bom lembrar que esse “poder ter vícios” é apenas de ordem financeira.
Muitos dizem que ele não teve educação, preparo. Ok. Mas no momento seguinte, vem a tese de que isso advém da sua criação no morro, Vila Cruzeiro. Será mesmo? Outros falam que quem tem tudo na mão não pode ter depressão, que é coisa de fresco. Será mesmo? Só chego à conclusão de que tudo é tão específico que só falando com o psicólogo do Adriano pra saber mesmo.
Aliás, este é apenas um post-abre-debate. Não tenho conhecimentos para dar pitacos, e não quero encher o saco com minhas divagações esquerdinhas. É como um clamor por alguma opinião. Por enquanto, o filósofo Adriano está no mesmo patamar do revolucionário Kurt Cobain ou do malucão Joaquim Phoenix ou de Vincent Van Gogh. Se Van Gogh só foi famoso depois de sua morte, Cobain e Phoenix são exemplos de que fama não é exatamente sinônimo de “tudo-como-deve-ser”. Depressões, maluquices, insatisfações, tudo inerente a quem tem sua vida virada de cabeça pra baixo por, quem diria, a mídia. Ou qualquer outra coisa, os malucos são eles e eles que sabem seus problemas.
A questão é: pare e pense...dá pra entender?

Peraí que eu tô refletindo
Adriano tem dinheiro, tem fama, tem prestígio, talento, “conhece” muitas mulheres e passa por isso. Eu infelizmente não tenho nada disso( a parte das mulheres eu não falo nada, pois não quero perder uma parte preciosa dos meus cerca de oito leitores), então não posso dizer como é ter tudo isso e entrar numa depressão.
Mas juro que quando chegar lá eu conto!