
Realmente, o Flamengo jogou mal contra o Vitória, e perdeu pontos importantíssimos, uma vez que jogou em casa e contra um adversário supostamente inferior. Mas é necessário valorizar o time baiano, muito bem armado pelo inteligente Vágner Mancini - bastante promissor, por sinal - e liderado por jovens talentosos. Foi impressionante a incapacidade do Fla em vencer a marcação adversária, embora ainda assim tenha perdido algumas chances claras - também não podemos esquecer o gol anulado erroneamente, embora esta não seja a desculpa para o tropeço.
No jogo anterior, a derrota para o Coritiba, a equipe enfrentou os mesmos problemas: tendência a afunilar o jogo, atacantes incompetentes e uma terrível alergia de Léo Moura à lateral direita. Ainda assim, dominou o jogo, teve muito mais posse de bola e só sofreu o gol graças a um lance fortuito dos paranaenses, que depois não mais ameaçaram Bruno. Começa a ficar claro que o Flamengo está sabendo jogar fora de casa, valorizando bem a posse de bola, e, mesmo com a derrota, a tendência é que a equipe siga jogando bem fora de seus domínios.
Enfim, qual o objetivo deste texto? Acalmar os rubro-negros. Duas derrotas seguidas não são de jeito nenhum agradáveis, mas a equipe, em si, tem jogado bem, controlado os adversários e criando chances. O principal problema tem sido um ataque extremamente inconsistente, no qual o suposto homem-gol sequer finaliza a gol e prefere cair pelas pontas quando notoriamente não tem habilidade para isso. Alguns dizem que é para abrir espaço para os meias, mas para quê, se, sem Marcinho e Renato Augusto, não há um meia ofensivo que chegue para finalizar?
Do meio para trás, entretanto, a equipe é muito forte, o que deve ser a base para que o Flamengol retome seus bons resultados. Com um meio-campo combativo e com toque de bola, e zagueiros entrosados e seguros, a equipe precisa apenas acertar seu setor ofensivo. Reforços são necessários neste setor para que o time mantenha o ritmo, uma vez que o único meia ofensivo disponível é o jovem Erick Flores, talentosíssimo, mas ainda sem porte físico para os profissionais, enquanto o ataque sofre de carência crônica de bons finalizadores - Obina pode tanto acertar o ângulo quanto jogar a bola para a lateral, e ainda assim é melhor que Souza.
Falando em reforços, os nomes mais comentados são Felipe e Daniel Carvalho. O último está quase acertado com o Internacional, enquanto o primeiro precisa conseguir a liberação do seu time. Pessoalmente, Daniel Carvalho agrada mais, por ser mais jovem, e ter mais características de meia-atacante, enquanto Felipe é um armador clássico, embora seu grande problema seja o temperamento. Em um grupo aparentemente unido e sem vaidades, trazer Felipe é correr o risco de estragar um bom ambiente e prejudicar de vez o rendimento do time. Mas, se Fábio Luciano enquadrar o cara, pode dar samba, sim.